Ocupar posições de liderança ainda é um privilégio de poucas mulheres. No Brasil, apenas 37,4% dos cargos gerenciais são exercidos por elas, como mostra a pesquisa Estatísticas de Gênero produzida pelo IBGE em 2021. Em relação à presença no mercado de trabalho, a disparidade também é notável. Pouco mais da metade (54,5%) das brasileiras economicamente ativas estão empregadas ou buscando emprego contra 73,7% dos homens. Na sede brasileira da Merz Aesthetics®, maior empresa dedicada exclusivamente à medicina estética do mundo, a realidade é outra: 70% da equipe é formada por mulheres e elas são maioria nos cargos de chefia.
Giovana Pacini é a líder do time. À frente das operações da empresa no Brasil desde janeiro de 2020, ela explica que um dos seus propósitos é contribuir para a equidade de gênero, sendo um dos caminhos criar oportunidades para que mulheres ocupem mais cargos de liderança. “Eu sei o que é importante para mim como mulher. Sei das minhas dificuldades, das questões da maternidade e do trabalho. Então, entendo outras mulheres”, afirma.
Colocando em pauta a parentalidade, as diferenças entre os gêneros aumenta. Dos adultos com crianças até três anos, apenas 54,6% das mulheres estão ativas no mercado de trabalho. A taxa de ocupação dos homens com filhos nessa faixa etária é de 89,2%, segundo dados do IBGE. Giovana é mãe de um casal de gêmeos, de seis anos de idade, e pontua que mesmo com o desafio de conciliar a maternidade com a carreira, isso não afeta no desempenho profissional. “Eu sou mãe. E sei que ser mãe não diminui a entrega dessas profissionais. E acredito que essa visão é muito importante”, pontua.
O papel dos homens
No mercado de trabalho, além de estarem em maior número nos altos cargos de gestão, os homens ganham mais do que as mulheres. O IBGE destaca que, em média, mulheres diretoras e gerentes ganham 61% dos salários dos homens. Desde que ingressou na companhia, Giovana destaca que a diferença salarial não existe na empresa. Atualmente na Merz Aesthetics®, o quadro de country managers inclui mulheres liderando as sedes locais ao redor do mundo, preocupação que está no cerne da empresa. “O primeiro contraceptivo por via tópica, o Patentex, foi criado pelo grupo Merz Pharma no começo do século XX, uma época em que essa temática ainda era tabu. É uma empresa inovadora e atenta em relação às mulheres desde sempre”, destaca Giovana.
Criado por um homem, Friedrich Merz, fundador do grupo, o contraceptivo revolucionou o controle das mulheres sobre seu próprio futuro. Na realidade atual em que, de forma geral, homens ainda são maioria nos espaços de tomada de decisão, Giovana acredita que eles também têm um papel importante quando se pensa em equidade de gênero. “Em espaços onde há essa disparidade, os gestores homens têm que ter humildade de saber que precisam convidar ou desenvolver mais mulheres para chegar a cargos de lideranças para que essa mudança não seja só no papel e aconteça na prática”.