A Nu Holdings, controladora do Nubank, registrou lucro líquido de US$ 58 milhões no quarto trimestre de 2022, segundo resultado positivo consecutivo e revertendo o prejuízo de US$ 66,3 milhões do mesmo período de 2021. A média das projeções do mercado, de acordo com a Refinitiv, apontava para prejuízo líquido reportado de US$ 28,43 milhões.
Já em termos ajustados, o lucro totalizou US$ 113,8 milhões, alta de 3.456% ante lucro de US$ 3,2 milhões registrados em igual período de 2021.
Já o prejuízo atribuível aos acionistas foi de US$ 297,6 milhões no quarto trimestre de 2022. Um ano antes, a empresa havia apresentado prejuízo atribuível aos acionistas de US$ 66,2 milhões. Já no terceiro trimestre de 2022, obteve lucro de US$ 7,8 milhões.
As operações brasileiras do Nubank registraram lucro líquido ajustado de U$ 157,7 milhões, com retorno patrimônio líquido anualizado (ROE) de 35%.
Os executivos do banco preveem que 2023 deve ser mais um ano de bom retorno sobre patrimônio. Acreditam também que México e Colômbia têm potencial para atingir a rentabilidade que o Brasil em poucos anos.
A carteira total de clientes cresceu 62%, em bases anuais, para US$ 11,3 bilhões, sendo US$ 9,3 bilhões em cartão de crédito e US$ 2 bilhões em empréstimos pessoais.
“Nós estamos crescendo a nossa carteira de crédito dentro do que chamamos de ‘correntistas’ no brasil. Concedemos crédito pessoal a quem usa nossa conta primária, a utiliza para receber salário. Isso gera mais vinculação, fidelidade. Não estamos dando crédito no mar aberto”, afirmou David Vélez, CEO da Nu, em teleconferência sobre os resultados.
A receita média por usuário do banco cresceu 37% em relação ao mesmo período de 2021, para US$ 8,2. As receitas totais mais que dobraram (+112%), para US$ 1,451 bilhão.
O total de clientes chegou a 74,6 milhões, alta de 38% em relação ao quarto trimestre de 2021. O número de clientes ativos, por sua vez, cresceu 49% na mesma base de comparação, para 61,2 milhões.
Os empréstimos pessoais do Nubank atingiram R$ 5 bilhões no período, alta de 2% em relação ao quarto trimestre de 2021. A taxa de juros média dos empréstimos ficou em 5,3%.
Os depósitos ficaram em US$ 15,8 bilhões, alta de 55% em bases anuais. Os custos de captação caíram de 95% do CDI, no terceiro trimestre de 2022, para 78% no quarto trimestre.
“Nós esperamos que o custo de captação permaneça em grande parte nos mesmos níveis para os próximos trimestres”, disse Vélez.
A margem líquida de juros (NIM, na sigla em inglês), ficou em 13,5%. A receita líquida com juros, por sua vez, atingiu US$ 688 milhões, quase três vezes a registrada um ano antes.
Os executivos da Nu esperam que haja uma expansão da margem financeira líquida em 2023 com a entrada do banco no segmento de empréstimos consignados.
A inadimplência de mais de 90 dias teve uma alta de 0,4 ponto percentual, para 5,2%. A de curto prazo (de 15 a 90 dias), por sua vez, caiu de 4,2% para 3,7%.