O Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo fez nesta quinta-feira,16.2, operação em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e a Polícia Federal. O objetivo foi o de averiguar denúncias de trabalho análogo ao de escravo e tráfico de pessoas, delitos atribuídos pelos denunciantes ao llder religioso da “Igreja Templária Cristo na Terra”, numa propriedade no município de Arujá (SP).
O suspeito é o pastor (ou “apóstolo”, como se denomina) Walter Sandro Pereira da Silva, defensor da disseminação de armas na sociedade e partidário do bolsonarismo. O religioso já foi duas vezes candidato a deputado por São Paulo, mas em nenhuma obteve êxito.
Veja o “apóstolo” em ação, cobrando dinheiro dos fieis:
Abaixo, informações do MPT-SP:
Segundo a procuradora do Trabalho Lea Emile Jorge de Souza, foram encontradas 11 pessoas na chácara realizando trabalho para a organização. Não havia contrato entre essas pessoas e a igreja, nem registro de pagamento de salários e outras verbas trabalhistas. O órgão ainda analisa depoimentos e provas colhidas na operação para determinar a extensão das ilegalidades.
A investigação começou em dezembro de 2022, quando o MPT recebeu denúncias de 3 pessoas que haviam trabalhado para a organização religiosa em diversos endereços na cidade de São Paulo. Durante audiências com testemunhas no inquérito civil, o MPT ouviu que pessoas, sob a denominação de “voluntários”, eram submetidos a jornadas extenuantes, privação de alimentação, restrição à liberdade, humilhações, maus tratos e abuso sexual.
O órgão solicitou apoio da PF e, após parecer favorável do Ministério Público Federal, foi obtido junto à Justiça Federal em São Paulo medida cautelar de busca e apreensão cumprido na operação conjunta de hoje.