A Coluna do Roberto Maciel (terça, 21.11): Bolsonarista tem mudança radical na compreensão do que é saúde pública

  • Fala da deputada Silvana Oliveira (PL, foto), que está por um tantinho assim de perder o mandato, tendo em vista as armações que o partido dela fez contra as cotas femininas nas eleições de 2022: “Acho muito grave”, disse, se referindo ao que chamou de “demora nos internamentos de pacientes nos hospitais do Estado”. E completou: “Gente internada há quatro meses por falta de material cirúrgico e dieta geral. Não existe eficiência, precisamos de auditoria específica”. Pode-se avaliar que, por ser médica, Silvana estava abordando um tema do qual entende, a saúde pública. Mas é preciso retornar no tempo para conferir o quanto a saúde preocupa – ou não preocupa – a doutora-parlamentar. Em 13 de outubro do ano passado, já pertinho das eleições, ela subiu à tribuna para admitir que havia usado medicamentos indicados pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro, nos momentos mais críticos da pandemia de covid-19. O fato de ser profissional do setor, em tese capacitada a identificar e rejeitar o exercício ilegal da Medicina, não a protegeu do ataque malicioso de Bolsonaro. “Tomei cloroquina, tomei hidroxicloroquina, tomei vitamina D em altas doses, Ivermectina, Anita, muita água”. Silvana sobreviveu à pandemia, como se nota. O que não sobreviveu foi a coerência.

Vai um cafezinho aí?
O prefeito José Sarto (PDT) que ver longe a imagem de quem trata servidores da pão e água. Afinal, tem também o café. Ou vai ter. A Prefeitura de Fortaleza vai licitar empresa para disponibilizar na Secretaria de Finanças máquinas de café e outras bebidas quentes. Estima-se que cada equipamento possa servir até 33,8 mil copinhos por mês (considerando 22 dias úteis), numa média de 1,6 mil por dia.

Ah, tá!
Creia: a Sefin acha que vai economizar dinheiro, embora não ponha no edital o custo que tem. Nos cálculos da Sefin, preparação do café (pó, gás e açúcar); mão-de-obra (copeiras) para fazer o café, distribuir e recolher garrafas; e a compra periódicas de garrafas térmicas custaria R$ 190 mil mensais. Mas, pensando bem, quem vai encher mesmo as burras de dinheiro é quem faturar a licitação.

O paraíso fica na Thompson Bulcão

Na primeira quinzena de novembro, a Câmara de Fortaleza fez um esforço danado para garantir espaço no céu. Só pode. E, assim, homenageou comunidade e confraria cristãs, igrejas evangélicas e associações católicas. Até métodos anticoncepcionais ganharam uma salva de palmas.

Carnificina e apoio cultural
O deputado Reginauro Sousa (União) atacou a área de Segurança do Governo do Ceará mais uma vez: “Corpos esquartejados, decapitados na periferia, e não vemos nenhuma comoção com o que está acontecendo. O governo está perdido e não reconhece que precisa de ajuda”, disse no plenário da Assembleia.

Ingratidão
Reginauro, ingrato como ele só, esqueceu de agradecer pelos R$ 160 mil que a Secretaria da Cultura do Estado assegurou ao Festival de Teatro Transcendental, evento do qual participou – justo ele, que havia sido expulso do Corpo de Bombeiros do Ceará acusado de praticar “atos contrários aos valores militares”. Essa dinheirama toda saiu da Lei Paulo Gustavo.

Prata da casa
O Sebrae-CE reinaugurou ontem a sede em que funciona há mais de 20 anos, na Avenida Monsenhor Tabosa, em Fortaleza. Não foi um ato ordinário, daqueles que se vê como meras solenidades em setores vários. Primeiro, porque o edifício repaginado segue normas de sustentabilidade que o tornam pioneiro na cidade em medidas sociais, econômicas e ambientais – conceitos que já haviam sido implementados nas obras. Depois, porque passa a se chamar Edifício Airton Gonçalves Júnior, uma homenagem justa ao ex-diretor de Administração e Finanças da instituição.

Trajetória
Airton Gonçalves Júnior ingressou no Sebrae mais de 40 anos atrás. Na época, a instituição ainda se chamava “Centro de Assistência Gerencial (Ceag)”. Como outros, entrou como estagiário e seguiu subindo degraus, chegando ao cargo de diretor de Administração e Finanças. Era graduado em Administração de Empresas (UFC) e tinha especializações em Consultoria Empresarial e Engenharia de Produção. Faleceu em 24 de fevereiro deste ano.

Aqui, ali e alhures
A Coluna do jornalista Roberto Maciel é publicada às terças, quintas e sábados no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br) e no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br). Os textos são, ainda, disponibilizados no site https://bit.ly/3q4AETZ.

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