BRICS: liderança do Brasil pode ser boa para o agrobusiness

Em 2025, será a vez de o Brasil liderar a agenda dos BRICS, bloco de nações que também inclui China, Rússia, Índia e África do Sul. O objetivo é promover a cooperação em comércio, investimento e desenvolvimento social. Em matéria publicada no Valor Internacional, o embaixador Eduardo Saboia afirmou que a posição do Brasil refletirá sua política externa: defender o multilateralismo e promover reformas de governança, juntamente com as agendas de sustentabilidade e transição energética.

Em entrevista ao Agribrasilis, o professor Leandro Consentino, do Programa Avançado em Gestão Pública do Insper, afirmou que uma economia possivelmente ainda mais protecionista do Estados Unidos levará Brasil e China a se aproximarem cada vez mais. “Como nossos principais parceiros comerciais e como aliados em importantes iniciativas geopolíticas como o BRICS+, os chineses devem se tornar cada vez mais prioritários em nossa política externa, tanto na área econômica como na política”, diz Consentino. Matéria do Globo Rural mostra que mais de 70% da soja que entra no território asiático é brasileira.

Na esteira das projeções do agrobusiness nacional, há toda uma cadeia que pode se fortalecer já a partir de 2025, incluindo a indústria de fertilizantes, pesticidas, maquinário, equipamentos e rações, bem como a indústria química. Segundo José Rosenberg, diretor-presidente da Katrium Indústrias Químicas, sediada estrategicamente no Brasil e parte do gigante industrial sul-americano Grupo Quimpac, os fertilizantes foliares e sais de potássio de ácidos húmicos desempenham um papel crucial na redução do impacto ambiental e no suporte a safras abundantes e de alta qualidade.

“Para haver colheitas saudáveis e produtivas, beneficiando especialmente as colheitas de cereais, grãos e vegetais, são empregados fertilizantes especiais que têm em sua fórmula o carbonato de potássio. Trata-se de um composto que melhora a fotossíntese, a síntese de proteínas e a tolerância das plantas a condições adversas, como doenças e estresse hídrico. Como se vê, muito do desempenho do agrobusiness conta com o fornecimento de produtos químicos como base”, explica Rosenberg.

De acordo com um relatório da Mordor Intelligence, o tamanho do mercado global de fertilizantes deve atingir US$ 543,20 bilhões até 2030 – o que torna a demanda por alternativas eficientes e sustentáveis como o carbonato de potássio mais crítica do que nunca. Em entrevista à revista Brasil Mineral, Marcio Remédio, executivo do Serviço Geológico do Brasil, diz que o país deve diminuir sua dependência de potássio importado de 97% para 48% até 2050.  “A melhor governança do potássio brasileiro não apenas vai suprir a necessidade interna, como também transformar o país em protagonista na América do Sul”.

 

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