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Muay Thai cresce com a popularidade do MMA

O MMA, ou Mixed Martial Arts, teve uma evolução notável desde as suas origens, há cerca de 30 anos. Segundo a EuroNews, estima-se que 300 milhões de pessoas se consideram fãs do esporte de combate atualmente, com mais praticantes e admiradores em países como Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Cingapura e China.

No início, o MMA era conhecido como “vale-tudo” e envolvia competições brutais sem muitas restrições ou regras. Com o advento de organizações como o Ultimate Fighting Championship (UFC), que se tornou a principal competição do esporte, os lutadores começaram a desenvolver uma abordagem mais técnica. Entre as artes marciais mais utilizadas no UFC, destaca-se o muay thai, ao lado do jiu-jitsu, wrestling, kickboxing e boxe.

De origem tailandesa, o muay thai, também conhecido como “a arte marcial das oito armas”, combina técnicas de clinch e poderosos golpes de cotovelo e joelho. De acordo com o site especializado The Sportster, a popularidade da modalidade pode estar relacionada ao sucesso de alguns lutadores, incluindo campeões brasileiros, que se utilizam fortemente da técnica para se destacar no MMA.

José Aldo, considerado um dos grandes nomes das artes marciais mistas nos últimos 20 anos, é um dos maiores praticantes de muay thai da história do UFC. Ele é conhecido por seus chutes devastadores, jabs poderosos e golpes corporais impressionantes. O brasileiro é atualmente o número 3 no ranking dos pesos-galos do UFC e acumulou 17 vitórias por nocaute no MMA.

Outro destaque do muay thai no UFC é o brasileiro Anderson Silva. Desde que chegou ao campeonato, ele tem sido um dos lutadores mais dinâmicos e criativos do MMA, utilizando o muay thai como uma de suas principais estratégias de ataque. Silva tem vitórias notáveis sobre Dan Henderson, Rich Franklin, Demian Maia, Vitor Belfort, Chael Sonnen e Derek Brunson.

Além dos ringues profissionais, a crescente popularidade do muay thai representa oportunidades significativas para treinadores, árbitros e outros profissionais da indústria. “O MMA colocou o muay thai em evidência, motivando mais pessoas a buscarem a arte marcial. A demanda aumentou tanto entre atletas de alto rendimento quanto entre praticantes iniciantes, incluindo o público feminino”, afirma Diego Vasconcellos, ex-técnico da Seleção Brasileira de Muay Thai entre 2017 e 2019. Diego participou de um mundial na Tailândia, berço do esporte, e soma diversos títulos no currículo, incluindo campeonatos brasileiros e sul-americanos.

Depois de preparar profissionais como Marcelo Dourado, Eric Guimarães, Guilherme Jung e Rafael Mattiolli, Diego atualmente se dedica a ensinar a luta tailandesa para amadores em academias de Porto Alegre. “O aumento na popularidade do muay thai é baseado principalmente nos benefícios multifacetados da prática, incluindo maior força física, melhora na saúde cardiovascular e aumento da disciplina mental”, explica o treinador.

À medida que a demanda por treinamento aumenta, a necessidade de instrutores experientes e de conteúdos relacionados ao muay thai se torna evidente, com um público cada vez mais engajado em podcasts, blogs e redes sociais. “Em locais onde as academias de artes marciais ainda são escassas, muitos interessados treinam com base em vídeos do YouTube”, complementa Diego.

De acordo com um relatório da IBISWorld, o tamanho do mercado, medido pela receita, da indústria de estúdios de artes marciais nos EUA, país onde o MMA é mais popular, foi de 18,6 bilhões de dólares em 2023. Com um crescimento anual de 4,6% (taxa composta), a expectativa é que o setor alcance 19,4 bilhões de dólares em 2024.

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