Texto da jornalista e escritora Tuty Osório:
Desde sempre eu sou uma que lê. Amo jornais, revistas, jornalismo escrito, enfim. De papel, digital nos tempos atuais, mesmo que não leia todas as páginas, como gostava de fazer, e fazia, nos tempos de faculdade, leio reportagens, artigos, colunas, críticas, editoriais. Leio pensamento, malho o cérebro numa espécie de treino diverso da literatura. Livros alimentam-se de informações. Acontecimentos são a base de muitas tramas da ficção, por óbvio da biografia, indubitavelmente da história.
Tenho pares nisto. Uma amiga querida comentava comigo que não consegue ficar sem a leitura dos jornais. Ela os assimila em várias línguas, viajando desse modo e, desse modo, prepara-se, também, para outros roteiros que faz com frequência. Matérias e viagens agradam a quem gosta de aventuras. Mesmo que planejadas e vividas com confortável estrutura, – sair de casa, da cidade, do país, demanda apreciar o sabor da novidade, do nomadismo desafiante, do romper a acomodação falsamente segura.
Mergulhada em letras, tenho imenso apreço pelos colegas que correm diariamente atrás de conteúdos que estampam os títulos célebres, alternativos, de massa e de segmento. Linda profissão é o jornalismo, composto de etapas que jamais podem ser descartadas: descobrir, apurar, produzir, checar, elaborar, escrever. Quem o faz com responsabilidade e ética não tem dia, nem noite, nem domingo. O é 24 horas sobre 24, como dizem os franceses com o encanto de seus erres arrastados – 24 heurs, sur 24*. E tenho dito.
Rádio também é de rara beleza e empolgação. Tem a TV, a imagem nos diferentes canais visuais que podemos acessar nesta modernidade enlouquecida. Se você está sabendo saber, pode procurar que tem jornalista abelhudo na área. Do mesmo jeitinho, busca o néctar e o distribui pelas flores, fertilizando novas, boas, outras nem tanto. É preciso seguir o mundo e são esses inquietos seres que nos facilitam a navegação. Considerando os menos sérios, a maioria é do bem. Tem os vilões, sobretudo há os heróis.
Suspeita, sou mais fã que protagonista. Viva esses incríveis desbravadores de segredos, exploradores de evidências, desenhistas de cenários reais. Para sempre em guarda levando as nossas mentes a atravessarem trilhas, rios, oceanos, ao leme forte atado a suas mãos em
marcha.
*expressão em francês que significa 24 horas por dia
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Tuty Osório é jornalista, especialista em pesquisa qualitativa e escritora.
São de sua lavra QUANDO FEVEREIRO CHEGOU (contos de 2022); SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA (quadrinhos com desenhos de Manu Coelho de 2023) e MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA, dez crônicas, um conto e um ponto (crônicas e contos, também de 2023).
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SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA
QUANDO FEVEREIRO CHEGOU
MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA
Em dezembro de 2024 lançou AS CRÔNICAS DA TUTY em edição impressa, com publicadas, inéditas, textos críticos e haicais.