Será realizado na noite desta quinta-feira (20.6)) o seminário de abertura oficial da XXIII Parada pela Diversidade Sexual do Ceará. O ato será realizado na Casa Amarela Eusélio Oliveira, no bairro Benfica, em Fortaleza, a partir das 18 horas, com entrada gratuita. A programação seguirá até as 21 horas, com um coffee break.
O movimento é articulado pelo Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), que criou a Parada em 1999. “O seminário já virou uma tradição da abertura da Parada, porque é onde nós discutimos de forma mais sistematizada questões de interesse das populações LGBTQIAPN+. Como teremos eleições em outubro, será uma excelente oportunidade para refletirmos sobre candidaturas trans e nossa resistência aos projetos anti-LGBT que hoje tramitam pelo Brasil”, afirma a presidenta do Grab, Dáry Bezerra.
Este ano, a Parada tem o tema “Radicalizar para existir; votar para ocupar”. E será esse o foco do debate da mesa temática no seminário-ato hoje, que contará com a presença de representante do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans); de Sudário Mesquita, representante do Vote LGBT, organização que atua desde 2014 para aumentar a representatividade LGBT; e de Dediane Souza, vice-presidenta do Grab.
Além disso, Dediane será nomeada oficialmente a madrinha da Marcha deste ano. Para isso, receberá a faixa da homenageada do ano passado, professora Luma Andrade. Em 23 anos de marcha, três travestis ocuparam o posto. Além das duas, Lena Oxa já exerceu a função.
São aguardadas representações de pelo menos dez movimentos sociais e secretarias de Estado parceiras da realização da Parada este ano. “Como sujeitas políticas, nós devemos demarcar nosso lugar na agenda eleitoral. Não podemos nos privar de escolher nossos representantes porque nossas demandas somos nós que conhecemos. O voto LGBT tem valor e é determinante para definir os rumos do país. Por isso, a Parada assume também esse caráter educativo de alertar as pessoas da importância de termos LGBTs nas casas legislativas”, sintetiza Dediane Souza.
Atualmente, por exemplo, o Ceará não tem nenhum(a) parlamentar trans. Na Câmara de Fortaleza, o maior Legislativo Municipal do estado, apenas uma vereadora é assumidamente LGBT. Há, portanto, um vácuo de representatividade política dessas populações. Em contrapartida, o Brasil é o país líder de assassinatos de pessoas LGBTs, sobretudo trans e travestis, há 15 anos consecutivos. E o Ceará é o terceiro estado do país com maior estatística, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).