Com uma média anual de 2.500 horas de sol e muito vento, o Ceará se posiciona como um estado promissor para a produção de hidrogênio verde. Um estudo realizado pela entidade Engie mapeou o potencial eólico e solar do estado, indicando que o Ceará poderia gerar energia suficiente para abastecer mais de 23 milhões de residências.
Essa combinação de recursos naturais coloca o estado em uma posição estratégica para liderar a produção de hidrogênio verde no Brasil. Aproveitando essa vantagem, o FIEC Summit 2024, organizado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), reunirá líderes do setor produtivo, acadêmicos, autoridades públicas e a sociedade nos dias 12 e 13 de agosto no Centro de Eventos do Ceará para discutir as oportunidades e desafios do hidrogênio verde. As inscrições para o evento ainda estão abertas e são gratuitas, podendo ser feitas para participação presencial ou remota.
Um dos destaques da programação é o painel sobre a cadeira produtiva do hidrogênio verde, no qual a CEO da ABIHV (Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde), Fernanda Delgado, o Fundado da Hytron, Daniel Gabriel Lopes, o Vice-presidente da Clean Energy, David Burns e o Diretor da Unidade de Negócios da Siemens, Fabio Koga participarão debatendo a produção do hidrogênio verde a partir de energias limpas.
O Ceará possui abundância de recursos naturais renováveis que permitem essa produção sustentável. A alta insolação do estado, com média anual de 2.500 horas de sol, fornece um recurso natural abundante para a geração de energia fotovoltaica, essencial na produção de hidrogênio verde por meio da eletrólise. Além disso, o estado também possui um enorme potencial eólico, com 94 GW de capacidade de geração eólica onshore, segundo estudo da ENGIE.
Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que o estado possui 100 parques eólicos que geram 2.577 megawatts (MW), com outros 72 empreendimentos em construção que somarão 2.876 MW. Além disso, 26 empreendimentos de eólica offshore aguardam licenciamento, com potencial de gerar 64,9 GW. Na energia solar, o Ceará conta com uma capacidade instalada de 1.559 MW em 35 empreendimentos, enquanto 419 parques solares em construção adicionarão 16.738,3 MW de potência.
Além dos recursos naturais, a infraestrutura do Ceará também é um fator fundamental para a produção de hidrogênio verde. A Desenvolvedora de Negócios Sênior de amônia limpa no Porto de Rotterdam, Duna Uribe, palestrará sobre infraestrutura portuária e suas interligações para distribuição na União Européia. Duna, já foi Diretora Executiva do Complexo do Pecém e conhece a estrutura e a vantagem logística do Ceará para o escoamento da produção de hidrogênio verde.
O estado possui uma rede de transmissão de energia em expansão, o que viabiliza o transporte do hidrogênio verde para centros de consumo. De acordo com um mapeamento de oportunidades apresentado pela FIEC em parceria com o Governo do Estado, o Ceará tem potencial de atrair mais de US$ 30 bilhões (aproximadamente R$ 163,6 bilhões) em investimentos na área de hidrogênio verde até 2031. A capacidade de geração de energia é estimada em até 11 gigawatts (GW), com o Porto do Pecém projetando uma capacidade instalada de 6 GW até 2034. Este desenvolvimento deverá duplicar a quantidade de empregos diretos e indiretos na região.
O FIEC Summit é uma plataforma para explorar as oportunidades transformadoras do hidrogênio verde, reunindo especialistas nacionais e internacionais para discutir desafios e inovações. A programação inclui conferências, exposições e oportunidades de networking. Entre os principais palestrantes estão Jurandir Picanço, Consultor de Energia da FIEC; Luis Viga, Country Manager Brasil da Fortescue; Fernanda Delgado, CEO da ABIHV; Armando Abreu, Presidente da Qair Brasil; David Burns, Vice-presidente de Clean Energy; Duna Uribe, Desenvolvedora de Negócios Sênior no Porto de Rotterdam; Fabio Koga, Diretor da Siemens; e Hugo Diogo, Gerente da Fortescue, entre outros.