Do site The Intercept Brasil:
O Intercept colocou o MBL contra a parede nos últimos dias.
Nas últimas semanas, nos debruçamos em milhares de mensagens, vídeos inéditos e até uma entrevista com um ex-membro do movimento. O MBL se apresenta como um “direita moderada”, mas podemos garantir: há uma onda crescente de racismo, misoginia e até tolerância com símbolos nazistas em seus grupos de WhatsApp.
Pior: uma das pessoas que investigamos não apenas permanece nesses canais – mas segue como moderadora do grupos do deputado Kim Kataguiri. E, segundo os relatos, usa seu poder para promover um ambiente de discursos fascistas e de desprezo aos direitos humanos para os milhares de participantes.
O ex-membro e um amigo judeu ortodoxo queriam que o MBL removesse um colega que mantinha relação com nazistas, mas seu pedido foi negado. Um deles, relatou a uma assessora de Kataguiri que chegou a temer pela própria vida e pela de sua família. O outro foi ameaçado e teve dados pessoais vazados. Eles decidiram deixar o grupo e alertar o público.
Se esses são os “moderados” da direita, imagine o que os extremistas estão planejando para nós, caso ganhem a presidência e o Congresso em 2026.
O Intercept está trabalhando duro para garantir que nunca descobriremos a resposta a essa pergunta. É urgente continuarmos esse trabalho em 2025. Para isso, nossos leitores precisam contribuir para custear investigações como essa.
O MBL está se articulando com figuras como Jair Bolsonaro e Eduardo Cunha desde 2014. Agora, o MBL quer dar um passo ainda mais perigoso: fundar seu próprio partido político, o Missão.
Caso consigam, terão ainda mais autonomia para radicalizar eleitores e avançar com sua agenda extremista Brasil afora.
E sabemos bem o que acontece quando movimentos políticos extremistas são tratados como moderados e ganham espaço na disputa eleitoral.
Foi o que a grande mídia fez com Bolsonaro, e o resultado foi devastador: quatro anos de um governo genocida e uma tentativa de golpe de Estado que quase destruiu nossa democracia.
No mês passado, publicamos uma reportagem que expôs práticas deceptivas e possíveis irregularidades na coleta de assinaturas necessárias por lei para a fundação do partido do MBL.
A cúpula do movimento atacou o Intercept durante várias transmissões ao vivo, xingando descontroladamente nosso jornalista, expondo suas informações pessoais e instigando seus militantes radicalizados a promoverem ataques homofóbicos em massa ao seu perfil.
Nós os atingimos em seu ponto mais sensível e eles sentiram isso.