Em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, celebrado sábado passado, 31 de maio, o Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), anuncia a abertura de 100 novas vagas para o Programa de Controle do Tabagismo. As inscrições serão amanhã, segunda-feira (2 de junho), no Bosque dos Eucaliptos, das 8h às 11h, mediante apresentação de documento de identificação. As vagas são limitadas e serão preenchidas por ordem de chegada.
“Será realizada uma triagem onde avaliaremos o grau de dependência desses pacientes e a presença de sintomas de doenças relacionadas ao cigarro, mas sobretudo, vamos verificar, se ele está motivado a parar de fumar no prazo de 30 dias”, explica a pneumologista Penha Uchoa, coordenadora do Programa.
O tratamento ofertado na unidade é gratuito e combina abordagem cognitivo-comportamental com terapia medicamentosa, incluindo remédios que aliviam os sintomas da abstinência. “Além do tratamento medicamentoso, nós estimulamos o paciente a entender como o cigarro funciona na vida dele e como ele enfrentará as dificuldades de parar de fumar”, detalha a pneumologista.
O programa tem duração de três a quatro meses, com encontros presenciais e, posteriormente, retornos pontuais para monitoramento e suporte, especialmente para prevenir recaídas. A alta do programa acontece após o paciente ficar um ano sem fumar.
Referência no tratamento de fumantes, o Hospital de Messejana já orientou e acompanhou mais de 4.500 pacientes ao longo de duas décadas. O Programa de Controle do Tabagismo oferece uma abordagem integrada, com triagem realizada por equipe multiprofissional, avaliação do grau de dependência à nicotina e investigação de possíveis doenças associadas ao tabagismo.
Desde 2024, os pacientes acompanhados pelo programa também são convidados a participar do Programa de Rastreamento do Câncer de Pulmão.
Inovações da indústria
Todos os anos, em 31 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros celebram o Dia Mundial sem Tabaco. Em 2025, o tema escolhido é atual e necessário: “Desmascarar o apelo: expor as táticas da indústria dos produtos do tabaco e da nicotina”.
A especialista explica que, ano após ano, a indústria do tabaco tem buscado maneiras de tornar seus produtos mais atrativos, adicionando agentes que modificam o cheiro, o sabor ou a aparência dos produtos. Esses aditivos têm o objetivo de mascarar o gosto ruim do tabaco e, assim, melhorar sua palatabilidade, principalmente visando atrair o público jovem.
Penha Uchoa explica que, além dos sabores e cheiros diferenciados, a indústria também adota outras estratégias, como design arrojado e cores chamativas. “Alguns produtos possuem um design tecnológico e arrojado, que imitam aparelhos eletrônicos, por exemplo. Ao apresentar esses produtos de forma mais atrativa, a indústria não só atrai um público cada vez mais jovem, como também dificulta o processo de cessação do tabagismo. O uso dos cigarros eletrônicos está cada vez mais prolongado, aumentando a exposição a substâncias nocivas e o risco de doenças agudas que podem ser fatais. Precisamos alertar que, embora sejam diferentes e pareçam menos nocivos, eles também trazem muitos danos a saúde e são ainda piores que os cigarros convencionais”, reforça a especialista.
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