Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do Portal InvestNE:
O pretenso debate entre candidatos a prefeito de Fortaleza exibido na noite de ontem (quinta-feira, 8.8) pela TV Bandeirantes serviu pelo menos para reafirmar ao eleitor que aquele modelo de programa faliu, esvaziou, perdeu sentido, sabor e finalidade. Numa leitura fria, pode ser considerado alerta para que o eleitor/telespectador mude de canal.
É só uma encenação da qual a audiência há de sair, invariavelmente, mais ignorante do que entrou no trato de temas e escolhas relevantes . É uma lástima.
Esse modelo trazido ao Brasil pela Rede Globo, no qual insistem a Bandeirantes e outras emissoras de menor projeção, não tem mais a menor capacidade de chamar os candidatos para o debate – usando aqui um bordão que Inácio Arruda escandia para provocar Juraci Magalhães nos anos 1990.
Um irracional, naquele tipo de programa, pode parecer ousado e corajoso – o que é uma desgraça política sem tamanho. Insistir naquilo é o mesmo que armar e iluminar picadeiro. Isso se provou repetidas vezes no “debate” (peço licença à leitora e ao leitor para aplicar essa expressão, mesmo sabendo que não é adequada).
No frigir do ovos, ficou claríssimo que só três candidatos se dispõem a debater assuntos que cabem a Fortaleza: Evandro Leitão (PT), para alcançar fatias do eleitorado que não alcança, José Sarto (PDT), para se justificar ou apresentar desculpas (mesmo que esfarrapadas) pelo que fez e o que deixou de fazer como prefeito, e Técio Nunes (PSol), para tentar ser minimamente conhecido.
O resto é só isso: o resto.
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