Por Roberto Maciel, jornalista, editor do portal InvestNE:
Certa vez, li – e achei que era brincadeira ácida – uma “análise” de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o radialista Paulo Figueiredo, neto do ditador João Batista Figueiredo que vive de brisa e de herança nos Estados Unidos, são “agentes da esquerda”. E que recebem uns tostões do “comunismo” para enterrar o fascismo tropical. Esse tipo de coisa aponta no sentido inverso ao que eles ambicionam – certamente nem é necessário observar isso como se fosse antídoto para a ironia perpetrada.
Eduardo e Paulo são identificados como “nepobabies” do autoritarismo – apenas descendentes de personagens com algum destaque que não têm talento para nada e só sobrevivem sob os holofotes porque os antecessores tiveram fama.
Tratam-se, sejamos sinceros, de dois desocupados e foragidos da Justiça que se travestem de “ideólogos” e assumiram a “missão” de revitalizar o golpe de estado que deram no Brasil e que foi frustrado pela lei. Não são dois bobalhões. São, sim, dois espertalhões, vigaristas à espreita de vítimas.
Talvez eu tenha achado errado.
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Só um contracheque com carimbo vermelho poderia fazer com que Eduardo e Paulo, loucos por dinheiro, agissem com tanta voracidade pela instauração de uma nova ditadura no Brasil. Que se movessem com tamanho empenho para piorar a imagem que o pai, Jair, e o avô João Batista, contumaz e confesso cheirador de cavalos, deixaram como rastro nas histórias destroçadas que construíram.
Só isso os inspiraria a produzir tantas besteiras, à guisa de teorias persecutórias, que os descredenciasse de forma tão absoluta. Que cobrissem de esterco o que já era muito sujo: a articulação por um regime de exceção que mata, exila, persegue e cala.
Nada mais do que o vil metal os levaria a assediar o poder dos Estados Unidos com tanto afinco para causar lesões de difícil cura na economia do Brasil e na vida dos brasileiros.
A grana, que ergue e destrói coisas belas, só ela, poderia conduzir os ambiciosos Eduardo e Paulo a trair os aliados. Será?
É possível que sejam versões pós-modernas do cabo Anselmo, quinta-coluna que se tornou célebre por proporcionar mortes e torturas cometidas por psicopatas como Brilhante Ustra e Fleury, heróis da bandidagem que clama por anistia?
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Não tenho certeza de que os comunistas pagariam a esses dois por serviço tão baixo. Reconheço que a hipótese é improvável. Mas que é divertida, é.