A carnificina israelense: ONU diz que Gaza tem 17 mil crianças sozinhas e 30 mil mortos

A carnificina israelense: ONU diz que Gaza tem 17 mil crianças sozinhas e 30 mil mortos

Do jornalista Jamil Chade, no UOL:

17 mil crianças em Gaza perderam os pais ou estão separadas de suas famílias. O alerta foi feito pela ONU, numa reunião especial dedicada a tratar da crise entre palestinos e israelenses, nesta quinta-feira, em Genebra. A constatação ocorre no dia em que o número de mortes em Gaza supera a marca de 30 mil pessoas.

Num discurso no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o alto comissário da entidade, Volker Turk, foi contundente sobre a dimensão da crise. Segundo ele, “parece não existir palavra” para capturar o horror” visto em Gaza.

A reunião testemunhou uma troca de farpas entre as diferentes delegações. O governo de Israel acusou a ONU de ter ignorado a construção de uma operação terrorista em Gaza e de não o devido valor às vítimas israelenses. Já a diplomacia palestina acusou Israel de “genocídio”.

De acordo com a ONU, desde o início de outubro, mais de 100 mil pessoas foram mortas ou feridas. “Cerca de uma em cada 20 crianças, mulheres e homens estão mortos ou feridos”, disse Turk.

“Pelo menos 17 mil crianças ficaram órfãs ou foram separadas de suas famílias, e muitas outras carregamentos como cicatrizes de traumas físicos e emocionais por toda a vida”, alertou.

“Dezenas de milhares de pessoas estão desaparecidas, muitas delas concluídas enterradas sob os escombros de suas casas”, disse.

“Isso é uma carnificina”, constatou.

A ONU qualificou os ataques do Hamas contra os israelenses de “chocantes”, “profundamente traumatizantes e totalmente injustificáveis”. “A matança de civis, os relatos de tortura e violência sexual infligidos pelo Hamas e por outros grupos armados palestinos e a manutenção de reféns desde aquela época são visíveis e totalmente errados”, disse.

Mas, segundo ele, “o mesmo acontece com a brutalidade da resposta israelense”. “O nível sem precedentes de mortes e mutilações de civis em Gaza, incluindo funcionários da ONU e jornalistas, a crise humanitária catastrófica causada pelas restrições à ajuda humanitária, a introdução de pelo menos três quartos da população, muitas vezes várias vezes, a destruição sólida de hospitais e outras infraestruturas civis e, em muitos casos, uma demolição sistemática de bairros inteiros, tornando Gaza praticamente inabitável”, constatou.