A Coluna do Roberto Maciel: “E agora? Luizianne sai do PT ou vai descumprir a ameaça?”

A Coluna do Roberto Maciel: “E agora? Luizianne sai do PT ou vai descumprir a ameaça?”

  • A deputada federal Luizianne Lins, ex-prefeita de Fortaleza, havia pregado aviso há cerca de duas semanas: se não fosse ela a candidata a prefeita da capital, o PT não teria garantia de que o grupo o qual comanda com mão de ferro apoiaria outro nome. Pois bem: a ameaça não funcionou. Domingo passado, o PT escolheu o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão, para representá-lo nas urnas de outubro. Evandro e aliados ultrapassaram 59% dos votos dos delegados da convenção petista, apoiados pelo senador e ministro Camilo Santana. Luizianne chegou a 29%. Foi larga a diferença, como se vê. Indicou-se não só a inferioridade numérica da “Lôra”, mas a dificuldade que ele enfrenta para conquistar aliados. Fica escancarada diante de Luizianne, portanto, uma oportunidade de deixar o partido no qual milita desde quando era estudante de Comunicação na UFC, pelo qual foi eleita vereadora, deputada estadual, duas vezes prefeita e duas vezes deputada federal. Resta agora o Encontro em que o partido vai homologar Evandro, no próximo dia 21. Há duas questões: Luizianne vai comparecer? E, se for, será o último ato dela no PT?

O agora
O professor Acrísio Sena, historiador, ex-vereador e ex-deputado estadual, analisou a situação: “Mesmo com todo o debate acirrado e com muita mobilização (…), temos agora de olhar para frente e pavimentar o arco de alianças com os partidos da base aliada do governador Elmano de Freitas. Mais ainda, devemos dialogar com as forças sociais da capital”.

O porvir
Continua ele: “A grande missão de imediato é apresentar um projeto inovador com inclusão e sustentabilidade na perspectiva da redução das desigualdades sociais, capaz de transformar nossa Fortaleza”.

Túnel do tempo

Acrísio fala de cátedra sobre a cisão que pode ter Luizianne como protagonista. Em 1994, saiu do PT, se filiou ao PSTU e disputou o cargo de vice-governador do Ceará na chapa da professora Rosa da Fonseca, que foi a candidata do partido a governadora. Depois, voltou e conquistou espaços e mandatos na antiga sigla. Até presidente da Câmara de Fortaleza foi.

Overdose
Ao dizer que a senadora Janaína Farias (PT) faz “serviço particular” e que é “assessora para assuntos de cama” do ministro da Educação, Camilo Santana, o ex-presidenciável Ciro Gomes consolida e acelera a caminhada rumo ao bolsonarismo. Não somente pelo (mau) caráter político, mas também pelo (mau) caráter da frase misógina e desrespeitosa.

A “arte” e o “artista”

Ciro é hors concours em tratar mulheres a patadas. Fez assim com a então esposa, Patrícia Pillar (“Minha companheira tem um dos papéis mais importantes, que é dormir comigo. (…) É um papel fundamental”) e com as ex-prefeitas Luizianne Lins (“Já fomos o principal destino turístico brasileiro e viramos um puteiro a céu aberto, em coisas que custam uma fortuna para reestruturar”) e Maria Luiza (“Não sabia governar e até hoje parece que não aprendeu direito”).

Inimigo da lei e da Democracia
O endinheirado Elon Musk, bilionário sul-africano que explora mineração, viagens espaciais, redes sociais na Internet, satélites e carros elétricos, arrumou mais um afazer: arruinar a Democracia e as instituições brasileiras. Em guerra contra o ministro do STF e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, Musk tem publicado notas na plataforma X (antigo Twitter), o qual comprou no ano passado, atacando o judiciário e ameaçando desprezar ordens do Xandão.

O que não contaram ainda

Musk, com Bolsonaro: de olho na Amazônia

Por trás da hostilidade de Elon Musk está a articulação da ruminante, hidrófoba e descerebrada direita internacional. Mas a má política não está sozinha. Há também a fome insaciável de dinheiro. Em 20 de maio de 2022, Bolsonaro se encontrou com Musk em Porto Feliz (SP) e se mostrou dócil a projetos do bilionário na América Latina – planos que envolvem até a estratégica Amazônia. Não é à-toa que o empresário o apoia.

Outra visão
Mas há quem avalie que Musk está desesperado mesmo é por apoio. “Tem perdido espaços e prestígio. A agressividade é um meio de demarcar territórios ou de reservar mercados e reunir forças com gente como Trump, Orban, Milei e Bolsonaro”, diz analista. Ontem, um pitbull brasileiro – o blogueiro Allan dos Santos, foragido da Justiça do País e escondido nos EUA -, fez uma live no X, mesmo banido da rede por ordem de Alexandre de Moraes.