Artigo de Alexandre Aragão de Albuquerque, mestre em Políticas Públicas e Sociedade (UECE). Especialista em Democracia Participativa e Movimentos Sociais (UFMG). Arte-educador (UFPE). Alfabetizador pelo Método Paulo Freire (CNBB). Pesquisador do Grupo Democracia e Globalização (UECE/CNPQ). Autor dos livros: Religião em tempos de bolsofascismo (Independente); Juventude, Educação e Participação Política (Paco Editorial); Para entender o tempo presente (Paco Editorial); Uma escola de comunhão na liberdade (Paco Editorial); Fraternidade e Comunhão: motores da construção de um novo paradigma humano (Editora Casa Leiria). Este texto foi originalmente publicado no site Segunda Opinião. Fortaleza com seus 298 anos de fundação apresenta problemas multifacetados e complexos enfrentados por sua população, refletindo desigualdades sociais crônicas e profundas. Algumas das principais iniquidades concentra-se na disparidade da expectativa de vida entre os cidadãos moradores de bairros pobres e dos bairros ricos. Nas regiões empobrecidas da cidade a expectativa de vida das pessoas é de até 20 anos menor do que dos indivíduos das regiões abastadas. Por outro lado, conforme os dados do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, elaborado a partir da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), em 2022 mais de 1,5 milhões de pessoas viviam, em Fortaleza, com renda de até R$ 465,00 por mês, sendo considerado um valor abaixo da linha de pobreza. Além disso, outro grande contingente populacional padece submetido à extrema pobreza, sobrevivendo com R$ 165,00 mensais. Não obstante essa escandalosa disparidade social, nos últimos doze anos a cidade apresentou um forte volume de crescimento de construção de condomínios de luxo, verdadeiras ilhas de isolamento da classe dominante da realidade concreta da maioria da população, a qual habita vastas áreas de pobreza do município. Fortaleza tem a quinta maior população de rua do Brasil, com 8.404 pessoas vivendo fora do lar, o que implica a necessidade imediata de uma política pública robusta para combater a fome, promover alimentação saudável, garantir abrigo acolhedor para essas pessoas que não têm onde morar, em grande parte idosas. Pesquisa realizada pelo Instituto Fome Zero vem comprovando que com a chegada do governo Lula, o número de pessoas que passam fome no país caiu vertiginosamente em 2023 comparado com o ano de 2022, último ano do governo de extrema-direita. Mas de acordo com este estudo 20 milhões de brasileiros ainda vivem em situação de insegurança alimentar grave, ficando um dia ou mais sem comer. Esses problemas são exacerbados quando se observam o acesso limitado e precário a serviços básicos de saúde, educação e segurança pública que afetam desproporcionalmente os mais pobres. Em termos de infraestrutura, a mobilidade urbana é considerada como um dos maiores problemas de Fortaleza. O número de veículos particulares aumentou 74,23% na última década, contribuindo significativamente para o problema. Mas, enquanto a vizinha Caucaia já operacionalizou, há alguns anos, uma política de transporte público gratuito para a população trabalhadora, o prefeito Sarto (PDT) continua insensível a esta questão crucial para a classe trabalhadora fortalezense. Por fim, o saneamento básico também continua sendo uma das grandes causas de tensão da vida dos cidadãos. O índice de atendimento aos domicílios por uma rede geral de esgoto é de apenas 35,21%. Acrescentando-se os fatos de problemas de drenagem, ocupação do solo e ausência de planejamento, aliados às mudanças climáticas, são fatores que contribuem para agravar os alagamentos durante os períodos de chuvas intensas. No próximo dia 21, duzentos delegados e delegadas, escolhidos entre sete chapas legalmente inscritas no processo de eleição do Partido dos Trabalhadores (PT) ocorrido no último dia 7 de abril, irão debater as teses que alicerçarão as propostas de governo do candidato à Prefeitura de Fortaleza, além de consolidar o nome de EVANDRO LEITÃO como candidato oficial do partido, que obteve 59,26% dos votos dos filiados petistas. O desafio do PT será o de construir uma unidade capaz de conduzir políticas públicas com profunda incidência na vida da população empobrecida da cidade, visando à diminuição do cenário escandaloso de desigualdade histórica e profunda de Fortaleza. A conferir.
A crônica da Tuty Osório: “O país que vi”
Texto da jornalista Tuty Osório: Era o ano de 1979. O interior do Ceará ainda era mistério. Chegada de Portugal em 1975, passando pelo Rio de Janeiro, logo em seguida Fortaleza, naquele ano parecia que a vida toda eu havia vivido ali. Queacolhimento, que inclusão! Não é à toa que me sinto brasileira, embora não tenha me afastado completamente das minhas raízes portuguesas. Voltando àquele ano, tive oportunidade de passar férias numa fazenda, na região de Quixadá. Menina urbana demais, nenhuma vivência com o universo rural. Talvez uns passeios em plantações de chá, em Moçambique. Ou numa pequena propriedade de amigos no interior de Portugal. Macieiras, banho de rio, queijos da serra derretidos sobre pão. Nada chegava perto daquela imensidão, o calor intenso, a caatinga onde dava espinho em árvore frondosa.Fascinada fiquei. Diferente da savana africana, dos pinhais uropeus, a caatinga tem uma candura… Franzina, medrosa, porém, curiosa, logo aprendi a passear no cavalo do vaqueiro. O próprio galope meprotegia dos cortes. Eu, desastrada e inexperiente, sempre dava um jeito de me lanhar nos braços, embolar os cachos dos cabelos nos galhos espalhados. De tudo eu achava graça. O café ralo oferecido com alegria pelos moradores da estradinha. O leite mugido em caneca de lata, na madrugada antes da luz. A dança nos primeiros pingos de chuva, de braços abertos para o céu, em gratidão e glória. Foi nesse tempo que conheci as Comunidades Eclesiais de Base. Misturadas ao povo da fazenda, falavam de igualdade, do direito à terra, da reforma agrária. Eu tinha 14 anos, era convidada do dono das terras, na prática, um intruso, ali. Ele não era, propriamente um latifundiário, mas a terra havia sido comprada em desigualdade com a gente do lugar. Fiquei angustiada ao perceber que havia conflito, havia injustiça. E eu, quem era naquele episódio de vida? Mais tarde, na escola particular católica onde eu estudava, tomei contato com o texto da Conferência de Puebla, a consolidação publicada das ideias revolucionárias da Teologia da Libertação. Sob a complacência da diretoria do colégio, o professor de religião promovia a nossa conscientização. Eu recebia tudo com convicção. Tão diferente do mundo fora dali! Havia algo, havia um mundo a sercontrastado com outro mundo. Assim segui até à faculdade. E venho seguindo sempre na escuta da versão dos oprimidos. Muitas vezes estou entre eles. Sufocada pelos tentáculos do Poder. Outras muitas sou cúmplice, por omissão. O filósofo mostra que, em lugar de forjar a procura sob o lampião onde nãohavia acontecido a perda, há que acender um corredor de tochas para revelar a o novo tempo. Tempo de quebra, de medo, de morte para renascer. *** *** *** Tuty Osório é jornalista, especialista em pesquisa qualitativa e escritora. São de Tuty Osório os livros QUANDO FEVEREIRO CHEGOU (contos de 2022); SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA (quadrinhos com desenhos de Manu Coelho de 2023) e MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA, dez crônicas, um conto e um ponto (crônicas e contos, também de 2023). CLIQUE AQUI PARA ACESSAR (exclusivo para os leitores do portal InvestNE)SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSAQUANDO FEVEREIRO CHEGOUMEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA
Governo do Ceará terá ações para restauração ecológica e gestão participativa no Parque do Cocó
As ações, a princípio, compreendem as áreas atingidas por incêndios em janeiro deste ano e em 2021 Vital para a cidade de Fortaleza, o Parque Estadual do Cocó agora conta com um plano para recuperação das áreas atingidas pelo incêndio de janeiro deste ano, bem como estudos e estratégias para prevenir futuros episódios. As ações foram detalhadas pelo Governo do Ceará neste sábado (13.4), no encerramento da Festa Anual das Árvores 2024. Estavam presentes o governador Elmano de Freitas; a secretária do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (Sema), Vilma Freire; além de outras autoridades. Para o governador Elmano de Freitas, o Parque do Cocó é um patrimônio ambiental de Fortaleza e do Ceará e, portanto, deve ser cuidado por todos. “Quando cheguei em Fortaleza, na década de 1980, começou a criação do Parque do Cocó. Contudo, só depois [em 2017] foi garantida a legalidade da área do Cocó. Este patrimônio representa a garantia de termos qualidade do ar para quem aqui vive e visita. A cidade sentiu a fumaça se espalhando em seu território. Herois e heroínas colocaram sua vida em risco para a proteção do Parque e da cidade. Isso nos alertou para a discussão científica para restaurar adequadamente o Parque do Cocó”, ressaltou. Com área de 1581,29 hectares, o Parque do Cocó é o maior parque natural em área urbana do Norte/Nordeste e o quarto da América Latina. O Parque destaca-se no cenário da capital cearense como o maior fragmento verde, atravessando 15 bairros, com extenso manguezal e dunas milenares no entorno. São mais de 2 km de trilhas interligadas, ideal para quem quer praticar esportes e contemplar a biodiversidade presente. A titular da Sema falou sobre os impactos do incêndio ocorrido em janeiro, que atingiu uma área do Parque superior a dez hectares, e o enfrentamento que durou cerca de 13 dias de trabalho coletivo. Ela também pontuou as ações de mitigação, destacando a importância do plano. “Não por acaso, nós tratamos neste ano na Festa Anual das Árvores a prevenção e o combate a incêndios florestais. Nós sofremos nos últimos anos com incêndios no Parque do Cocó, principalmente. O objetivo é conscientizar e sensibilizar toda a população sobre a preservação que nós devemos ter nos nossos espaços verdes, nas nossas Unidades de Conservação em todo o estado do Ceará, que já são mais de 33 unidades”, pontuou Vilma Freire. Na oportunidade, foi realizado o plantio de mudas de plantas nativas, incluindo Ipê Amarelo, árvore símbolo de Fortaleza. A Capital completa 298 anos neste dia 13 de abril, data do encerramento da Festa Anual das Árvores 2024. “Nós queremos ter o Parque do Cocó como foi um dia antes de ter salinas. Isso implica na recuperação de desvios de rios, desvio de corredor de água que existia dentro do Parque. A consciência ambiental que nós devemos ter é de que aqui não teremos retorno de salina, nem teremos empreendimento imobiliário. Nós teremos uma mata restaurada no Parque do Cocó como um presente para a nossa necessidade”, defendeu Elmano de Freitas. Restaura Cocó A elaboração do plano foi conduzida pela Sema com participação de técnicos da pasta e da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), de pesquisadores do Programa Cientista Chefe e agentes do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará. A princípio, ações compreendem áreas atingidas por incêndios em janeiro deste ano e em 2021. O prazo será de 12 meses. O documento propõe, portanto, compreender como a dinâmica do Parque atualmente é afetada pelas barreiras físicas (diques, canais, entre outros) geradas no Cocó por salinas que existiam na área e foram desativadas até o início da década de 1980. A partir disso, serão implementadas soluções de restauro ecológico, bem como estratégias de gestão participativa, para incluir e conscientizar a sociedade civil. O biólogo, professor e coordenador do Cientista-Chefe para o Meio Ambiente na Sema, Luís Ernesto Arruda, falou sobre o desafio do trabalho. “Essas estruturas físicas, durante essas décadas, impediram que a regeneração natural ocorresse a contento. Então, por exemplo, a área que sofreu o incêndio é um brejo que se forma durante o período de chuva. Lá, agora, a água está na cintura, toda a área que foi incendiada virou um grande lago”. Isso cria um capim. No segundo semestre, o capim seca e vira combustível para incêndios”, explicou.“Essas estruturas físicas, durante décadas, impediram que a regeneração natural ocorresse a contento. Então, por exemplo, a área que sofreu o incêndio é um brejo que se forma durante o período de chuva. Lá, agora, a água está na cintura, toda a área que foi incendiada virou um grande lago. Isso cria capim. No segundo semestre, o capim seca e vira combustível para incêndios”, explicou. Para isso, acrescentou o pesquisador, o projeto conta com uma equipe multidisciplinar, com biólogos, oceanógrafos, geógrafos, cientistas ambientais, entre outros. “Tenho certeza que os dados que vão ser gerados nesse ambiente tão desafiador e complexo, como é o Parque do Cocó, vão servir para que outros lugares do mundo reproduzam a experiência que vamos fazer”, completou Luís Ernesto Arruda. Dentre as medidas propostas, estão: – Batimetria e modelagem da hidrodinâmica (batimetria é o estudo e análise das superfícies subaquáticas, sejam elas fundos de rios, lagos ou outros corpos d’água);– Topografia e aerofotogrametria;– Recuperação hidrológica com abertura de canais;– Plantio de mangue;– Acompanhamento da regeneração natural;– Manejo ecológico da área de brejo– Implementação de ações de gestão democrática e participativa Gestor do Parque e agrônomo, Narciso Mota reforça que a educação ambiental é fundamental para que os cearenses possam viver e proteger o Parque. “O ecossistema do Cocó faz um serviço ambiental para a população. Além da produção de oxigênio, de área verde para contemplação, para passeio, ele produz uma diminuição no clima. O calor de Fortaleza da cidade é aplacado em 1, 2 até 3 graus por a gente ter esse Parque que pega o vento que vem do nascente e espalha para toda a cidade. Essa diminuição da temperatura, esse microclima, é o nosso Parque propicia para a cidade”, disse.
Polícia prende em Aracati cinco pessoas envolvidas com furto de 1,1 mil metros de cabos de energia
Cinco pessoas foram presas nesta madrugada pela Polícia Militar do Ceará por receptação de 1,1 mil metros de cabos de energia furtados da distribuidora Enel no distrito de Majorlândia, em Aracati. O material seria vendido a um ferro velho na Região Metropolitana de Fortaleza. A prisão em Aracati e a apreensão dos cabos ocorreram um dia após o furto de cerca de 1,5 mil metros de cabos de média tensão em Fortim. A ação criminosa afetou o fornecimento de energia para o município. Em Fortin, além do material subtraído, outros três postes da Enel Distribuição Ceará foram severamente danificados, aumentando a complexidade e a força de trabalho necessária para realizar o reparo da rede. Furto de cabos Segundo levantamento da Enel, em 2024 foram furtados mais de 50 mil metros de cabos de energia em todo o estado do Ceará. Até agora, foram registradas 25 prisões por este tipo de crime. No ano passado, mais de 237 mil metros (237 km) de cabos de energia foram furtados da rede elétrica da Enel no Estado, o equivalente à distância entre Fortaleza e Mossoró, no Rio Grande do Norte. Além dos riscos para quem comete esse tipo de crime, o furto de cabos da rede elétrica prejudica toda a população, porque afeta diretamente o fornecimento de energia, exige a substituição da rede subtraída e pode até provocar a queima de equipamentos eletrodomésticos, entre outros fatores. Como resposta a essas ações criminosas, a Enel, em colaboração com os órgãos de segurança do Ceará, intensificou os trabalhos de investigação e inspeção em campo, aumentando as prisões em 150% entre 2022 e 2023. Além das ações investigativas, a distribuidora adotou a substituição de cabos de cobre por cabos de alumínio ou aço cobreado em áreas propensas ao furto. Essa prática também está sendo implementada em novos projetos, como obras de extensão de rede, visando reduzir as ações de furto. Crimes e denúncias Para incentivar o apoio da população, a Enel Ceará criou uma Central de Segurança para receber denúncias que podem ser feitas gratuitamente, 24 horas por dia, pelos telefones 3453-4060 ou via WhatsApp – (85) 99993-9526. O engajamento da comunidade é fundamental nesse combate. É importante destacar que o furto e a receptação de materiais furtados são crimes passíveis de pena de um a oito anos de reclusão.
Hoje é o Dia do Beijo, data para comemorar com afeto e saúde
Beijo é demonstração de afeto. Pode ser sinal de carinho e amizade, quando dado na bochecha, mas também de amor e paixão, quando são duas bocas se tocando. Neste Dia do Beijo (13/4), especialistas da Hapvida NotreDame Intermédica falam sobre os benefícios e os cuidados para a hora de “comemorar” a data. De acordo com a psicóloga Mayrla Pinheiro, a troca de beijos vai além de um simples gesto romântico e possibilita uma intensa troca de informações neurológicas que afetam tanto o consciente quanto o subconsciente. Isso estimula o chamado “circuito do prazer” e traz inúmeros benefícios para a saúde. Os lábios, a língua e a densa rede de terminações nervosas existentes na boca são cruciais para desencadear a liberação de hormônios que afetam o bem-estar e a saúde. Entre esses hormônios, destacam-se a adrenalina, que acelera o coração; a dopamina, que induz ao prazer e à excitação; e a ocitocina, conhecida como “hormônio do amor” por sua influência nos laços afetivos. “Essa troca hormonal promove bem-estar e relaxamento, sendo um excelente ‘remédio’ para reduzir o estresse, queimar calorias e contribuir para o aumento da atividade muscular facial”, afirma a psicóloga. Ela ainda acrescenta que o beijo é uma forma de trocar informações inconscientes sobre o sistema imunológico do parceiro, o que pode influenciar na atração entre as pessoas. A especialista alerta que, durante o ato de beijar, também ocorre o aumento da produção de saliva, a qual ajuda na limpeza bucal, porém é fundamental manter a atenção aos hábitos de higiene tanto próprios quanto do parceiro. “Além disso, o beijo aumenta o ritmo cardíaco temporariamente, o que pode ajudar a reduzir a pressão arterial”, destaca. Apesar dos inúmeros benefícios, é importante se manter alerta sobre algumas doenças que podem ser transmitidas pela saliva, como doenças periodontais, sífilis e herpes labial. Segundo a infectologista da Hapvida NotreDame Intermédica, Christianne Takeda, “a mononucleose, ou ‘doença do beijo’, é uma das mais comuns, e pode causar sintomas como febre prolongada, aumento de gânglios no pescoço, fraqueza e dor no corpo”. A médica ressalta que “é essencial estar atento aos sinais e buscar assistência médica quando necessário”. A chave é manter-se atento à própria saúde para que, desta forma, o beijo siga como uma demonstração segura de afeto.
Evandro Leitão: Ministério Público em Brasília recomenda não provimento de recurso do PDT
Do site etc., do jornalista Paulo César Norões: O Ministério Público Eleitoral, em Brasília, deu sequência, nesta sexta-feira (12.4), ao caso envolvendo o deputado estadual Evandro Leitão e sua desfiliação do PDT. O parecer do vice-Procurador-Geral Eleitoral Alexandre Espinosa Bravo Barbosa, recomenda o não provimento do recurso ordinário do Diretório Nacional do PDT. O cerne da questão reside na concessão de uma Carta de Anuência ao deputado, permitindo-lhe deixar o PDT sem perder o mandato. O MPE considera que a anuência partidária, conforme estabelecido na Constituição Federal, é suficiente para uma desfiliação por justa causa, e que ela pode ser concedida pelo Diretório Estadual, sem a necessidade de homologação do Diretório Nacional. O caso agora aguarda a decisão do Ministro-Relator Floriano de Azevedo Marques, que deverá marcar a data do julgamento do recurso. Importante mencionar que Evandro Leitão atualmente é filiado ao PT e é um dos pré-candidatos do partido a prefeito de Fortaleza.
Artigo de Alder Teixeira: “Senador Girão, por que não te calas?”
Texto do professor Alder Teixeira, titular aposentado da UECE e do IFCE nas disciplinas de História da Arte, Estética do Cinema, Comunicação e Linguagem nas Artes Visuais, Teoria da Literatura e Análise do Texto Dramático. Especialista em Literatura Brasileira, Mestre em Letras e Doutor em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais: Hilário, não fosse ridículo, o discurso do senador cearense Eduardo Girão na tribuna da mais elevada instância legislativa do país. Num inglês de quinta, com que, pasmem, traduziu até mesmo seu sobrenome para o inglês norte-americano, expondo à galhofa seu esnobismo chulo, Girão (ou Giron, como ele prefere), entra para o “seleto” grupo dos oradores mais canalhas que já passaram pelo Senado. Se mal construída e trôpega na articulação sonora, rasteira na escolha lexical, sintaticamente desastrosa, no plano da expressão, portanto, no plano do conteúdo a fala do senador repercute sobremodo pelo que trouxe de desnecessário, vazio de sentido e humilhante do ponto de vista moral. Uma vergonha para os brasileiros, os cearenses em especial, que expõe o pensamento, servil e trouxa, de uma parcela numericamente significativa das bancadas que compõem aquela Casa. Uma tragédia, conclua-se, digna de figurar nos programas humorísticos mais escrachados. O pronunciamento de Eduardo Girão, tal como se pôde ver e ouvir, falando em inglês para colegas brasileiros, veio na esteira do que, na Câmara dos Deputados, constitui a mais deslavada e cínica, porque hipócrita, mobilização dos parlamentares de extrema direita contra a regulamentação das plataformas digitais. Hipócrita quando fala em defesa da liberdade de expressão referindo-se ao que é propagação de mentiras, ataques virulentos aos fundamentos da democracia e do Estado de Direito. Deslavada e cínica, porque ancorada em ideias como as de Eduardo Girão, um indisfarçado entusiasta do jogo de interesses forjados no complexo de vira-lata de que nos falou Nelson Rodrigues. Com tantos argumentos de que poderia o senador Girão lançar mão para defender suas ideias, numa correlação de forças própria de todo e qualquer regime verdadeiramente democrático, ocupa ele a tribuna do Senado Federal para exaltar servilmente a figura de um magnata estrangeiro que faz pouco caso do Brasil, achincalha as leis do país e arvora-se no direito de dizer o que é melhor para o nosso povo. Tivesse o senador cearense um mínimo de dignidade pessoal, em respeito ao cargo que ocupa, quando menos, e não faria um discurso tão vil e tão desavergonhado como o fez, dirigindo-se, noutra língua, em pleno Senado brasileiro, a uma personagem desprovida de qualquer escrúpulo como Elon Musk, que, além da riqueza gigantesca, tão-somente assume-se como o mais importante prócer do reacionarismo contemporâneo. Para Elon Musk, para a extrema direita internacional, para os amantes do golpismo no país (leia-se bolsonarismo), para os endinheirados da Faria Lima e demais oportunistas da economia ultraliberal, é evidente: jamais interessará que se proceda a qualquer regulamentação das plataformas digitais. São elas o canal com que alimentam seus negócios, muitas vezes espúrios, e promovem o ideário neofascista que toma de assalto o Brasil. Não se trata de coibir a liberdade, mas de preservá-la. A liberdade consiste em poder fazer o que não prejudica a outrem, diz a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Que assim seja. *** *** Alder Teixeira é autor, entre outros, dos livros Do Amor e Outros Poemas, Do Amor e Outras Crônicas, Componentes Dramáticos da Poética de Carlos Drummond de Andrade, A Hora do Lobo: Estratégias Narrativas na Filmografia de Ingmar Bergman e Guia da Prosa de Ficção Brasileira. Escreve crônicas e artigos de crítica cinematográfica.
Qual o impacto nas empresas que avaliações negativas na Internet podem ter em 2024?
O site Reclame AQUI é o mais conhecido dos brasileiros quanto o assunto é procurar empresas antes de fazer compras. A página tem mais de duas décadas de atuação, com 20 milhões de acessos mensais, volume suficiente para que esse espaço seja encarado como um “validador extra oficial”. Também pudera: 66% dos acessos do Reclame AQUI são de pessoas querendo informações de outros consumidores a respeito de produtos, serviços, reputação e qualidade de atendimento. Ao lado de outros validadores, como o Google Meu Negócio e as redes sociais, esta página é um choque de realidade diário para as empresas – que já perceberam o valor de zelar não apenas do que está oferecendo, mas também da sua reputação online, a chamada prova social. “Estamos lidando com o comportamento do consumidor, ou seja, é um termômetro diário e permanente que quando descuidado, pode prejudicar reputações. Um comentário ruim em qualquer lugar da internet tem poder suficiente para anular 20, 30 comentários positivos.” comenta Ediney Giordani, Estrategista de Marketing Digital da KAKOI Comunicação. Qual o comportamento? A Pesquisa de Avaliação do Consumidor Local 2024, da Bright Local, analisou esses padrões de comportamentos interativos entre consumidores e negócios locais, trazendo luz para a importância de cuidar das avaliações online na construção e manutenção da reputação. – O Google ainda é o site mais utilizado para procurar críticas online, embora o percentual tenha caído de 87% em 2023 para 81% em 2024. – 91% dos consumidores levam em consideração avaliações das filiais locais de grandes empresas para o impacto da percepção geral. Ou seja, se o fast food do bairro atender mal, quem recebe críticas é o grupo todo. – 88% dos consumidores usariam uma empresa que responde a todas as suas avaliações e apenas 47%, menos da metade, consumiriam algo de quem não responde a nenhuma avaliação. “Responder às avaliações é básico, ainda mais quando os comentários são negativos. Uma empresa que lava as mãos nesse momento está pedindo para que as pessoas não venham até o local e há lógica nesse comportamento: se a empresa não respondeu alguma coisa, deve ser verdadeira a reclamação e a pessoa, enquanto consumidor, não deseja passar pela mesma situação.” Onde estão esses comentários? O Google Meu Negócio segue relevante assim como as redes sociais, que servem como início da jornada das pessoas em busca de avaliações. A pesquisa mostra que 34% dos consumidores começam dando uma olhada no Instagram e 23% partem do TikTok para ver os comentários. Ediney chama a atenção ao fato de que os consumidores que procuram um negócio local pesquisam a reputação em mais de um lugar, para se certificar que os comentários são reais: “Esse comportamento está presente em 71% dos consumidores pesquisados. O consumidor sabe que as empresas recebem comentários em várias frentes, como o Facebook. Cuidar apenas do Google e ignorar outras fontes de avaliações é abrir um portal para que o consumidor encontre uma única avaliação péssima que, se estiver abandonada, sem resposta, tem poder negativo para mudar a decisão desta pessoa” completa Ediney.
Período de chuvas favorece aparecimento de mofo e aumento de casos de rinite alérgica
Durante o período de chuvas no Ceará, os casos de rinite alérgica tendem a se agravar. Isso se deve ao fato de as precipitações frequentes aumentarem a umidade do ar, favorecendo a proliferação de ácaros e fungos, como o mofo, considerados os grandes vilões das alergias respiratórias. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cerca de 30% da população no Brasil tem rinite alérgica, uma doença inflamatória das mucosas do nariz, que ocorre após exposição a substâncias consideradas estranhas pelo organismo. “Pode ser poeira, fumaça, fortes odores, fuligem, ácaros ou fungos”, explica o otorrinolaringologista Eduardo Younes, da Hapvida NotreDame Intermédica. Segundo o médico, os principais sintomas da doença são espirros contínuos, coceira no nariz e nos olhos, coriza e obstrução nasal. Para tratar esse quadro, Younes orienta que as pessoas evitem a automedicação. “A doença deve ser acompanhada por um médico otorrinolaringologista, tanto em caráter ambulatorial e preventivo quanto em crises mais agudas. Existem medicamentos tópicos nasais, orais e até intramusculares, porém devem ser usados sempre sob orientação médica”. Embora não seja uma enfermidade grave, a rinite pode evoluir para um problema mais sério, caso não tenha um tratamento adequado. “Pode se tornar uma rinossinusite, o que faz o tratamento mudar, acrescentando a necessidade de uso de antibiótico após uma avaliação médica”, observa o especialista. Para diminuir as crises da doença, o otorrinolaringologista recomenda lavar o nariz diariamente com soro fisiológico e adotar medidas de controle de ambiente, como limpar adequadamente a casa e arejar os ambientes. “Buscar manter sempre aparelhos de ar-condicionado com uma manutenção bem feita periodicamente também é uma dica importante seja em casa, no carro, no trabalho ou na escola”, completa.
Ministério Público do Ceará promove exposição fotográfica “Fortaleza Antiga” a partir de 12.4
Olhar para os espaços da cidade de Fortaleza e se perguntar “quando, como e por quem esses espaços foram construídos?” é até comum, mas as respostas são complexas. A partir dessa reflexão, surge a exposição fotográfica “Fortaleza Antiga”, promovida pelo Ministério Público do Estado do Ceará. Com registros inéditos, a mostra será iniciada no dia 12 de abril e prosseguirá aberta ao público até 13 de maio na sede das Promotorias de Justiça de Fortaleza, no bairro Luciano Cavalcante. A mostra revela um passado pouco conhecido de Fortaleza e faz o expectador viajar no tempo por acontecimentos e pela memória da cidade que, no dia 13 de abril, completa 298 anos. Na exposição, é possível conhecer sobre o desenvolvimento urbano da capital, com fotografias que datam dos séculos XIX e XX, como imagens do Passeio Público de Fortaleza, do Cine Teatro São Luiz na noite da inauguração e foregionatografias que documentam o funcionamento do transporte público urbano e do sistema de abastecimento de água do município. “Fortaleza Antiga”, portanto, é um passeio entre a descoberta e a história de uma cidade em constante construção e reinvenção. A mostra é organizada pelo Departamento de Memória Institucional e Cultura do MP do Ceará, e a curadoria é do Museu da Fotografia de Fortaleza. A visitação pode ser realizada de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h.