O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Ricardo Cavalcante, também vice-presidente-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), presidente da Associação Nordeste Forte e diretor institucional do IEL Nacional, participa do World Hydrogen 2024 Summit & Exhibition, maior evento mundial sobre hidrogênio verde, de hoje (13) a 15 de maio de 2024, em Roterdã, na Holanda. Ricardo Cavalcante será acompanhado por uma comitiva da FIEC, composta por Paulo André Holanda; superintendente Regional do SESI Ceará e diretor Regional do Senai Ceará; Dana Nunes, Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL Ceará); Jurandir Picanço, Consultor de energia da FIEC; Mônica Saraiva Panik, Consultora Internacional da Federação; Isabela Maciel, Assessora do SENAI para Transição Energética; Constantino Frate, Coordenador do Núcleo de Energia da instituição; Guilherme Muchale, Economista-Chefe e Gerente do Observatório da Indústria; e Fellipe Faria, Especialista em Inteligência Competitiva do Centro Internacional de Negócios (CIN). A delegação viaja com o objetivo de divulgar e atrair participantes para o FIEC Summit 2024, além de realizar networking com outros participantes, fechar possíveis negócios e apresentar os serviços realizados pela FIEC. “A missão da FIEC, liderada pelo Presidente Ricardo Cavalcante para a Cúpula do Hidrogênio Verde em Roterdã, é uma iniciativa relevante para o processo de transformação que o Estado do Ceará vive, no contexto da transição energética. A FIEC reforça o seu protagonismo, impulsionando a agenda empresarial de desenvolvimento econômico e de internacionalização da sua economia”, afirma Karina Frota, Gerente do Centro Internacional de Negócios da FIEC. “Este evento é realmente grandioso, o maior do mundo dedicado ao hidrogênio e uma referência no calendário da indústria mundial. Estaremos ao lado dos principais players globais e teremos a oportunidade de convidá-los para o FIEC Summit 2024 – Hidrogênio Verde. Além disso, vamos apresentar a FIEC como o parceiro ideal para seus negócios no Estado do Ceará”, ressalta Constantino Frate. Já Fellipe Faria destaca a participação da FIEC no evento como fundamental para evidenciar o compromisso da instituição com a inovação e a sustentabilidade no setor energético. “Esta é uma oportunidade ímpar para compartilhar conhecimento, explorar parcerias e impulsionar iniciativas que promovam o uso responsável do hidrogênio como fonte de energia limpa. Estamos ansiosos para contribuir com insights significativos e colaborar com líderes do setor para moldar um futuro mais verde e próspero”, finaliza.
Empresa de equipamentos de impressão gerenciada tem novo CEO: Heverton Barbosa Cruz
Com mais de 12 anos de atuação no mercado de outsourcing, Heverton Barbosa Cruz assume como novo CEO da Cogra Distribuidora, líder no segmento de equipamentos de impressão gerenciada em território nacional. O executivo assume com a missão de dobrar o tamanho da empresa até 2026 e os principais desafios nesta trajetória estão a gestão de pessoas, crescimento sustentável e fortalecimento das parcerias com canais e fabricantes. “Acredito que a vivência e o conhecimento adquiridos ao longo dos anos trabalhados no segmento de equipamentos de impressão gerenciada contribuirão no fortalecimento de nossas conexões e relacionamentos com nossos clientes e parceiros”, ressalta o executivo. Formado em comunicação pela Unesp, com MBA em Marketing pela ESPM, International Leadership and Business Management pela FIA, o executivo já atuou em empresas como Tecnoset e Selbetti. Heverton Barbosa avalia que o Nordeste é uma região de extrema importância para o crescimento da empresa e contam com um gerente de Contas em Fortaleza com foco no atendimento de todo o Nordeste. “Nosso gerente tem a responsabilidade de orientar nossos canais revendedores a adquirirem a melhor solução em projetos de MPS”, destaca.
Debate entre Evandro e Sarto isola bolsonaristas da cena pré-eleitoral e põe no lixo o ramerrame da direita
Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do portal InvestNE: Abriu-se a interessante, oportuna e sempre necessária temporada de debates políticos em Fortaleza. A aproximação das convenções partidárias e mesmo a da votação assim determina. Neste domingo, Dia das Mães, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará bateu forte na fala do prefeito José Sarto (PDT). Evandro Leitão (PT), virtual candidato ao Paço Municipal, havia anunciado que, se eleito, pretende acabar com a taxa do lixo, instituída por Sarto. O prefeito não gostou e, em defesa do tributo que está cobrando dos cidadãos, atacou e chamou o adversário de “hipócrita”.. Evandro reagiu assim: “Sarto volta a me atacar simplesmente porque critiquei a Taxa do Lixo, que ele criou, mentindo para a população dizendo ter sido obrigado a fazer isso. Ele se irrita porque sabe que isso não é verdade. E também não aceita eu ter me comprometido a acabar com essa taxa, que não melhorou em nada a limpeza da cidade”. O petista foi mais longe – agora se dirigindo pessoalmente ao prefeito: “Repito, Sarto: nenhuma lei te obrigou a criar a Taxa do Lixo. Você criou porque quis, penalizando a população. E também repito: irei acabar com ela. E não entrarei na sua baixaria te chamando hipócrita, como você fez. Deixa a própria população, penalizada com sua taxa, fazer isso”. Essa querela, além de antecipar o clima intenso (e tenso, possivelmente) da campanha, isola do debate os candidatos direitistas Wagner Sousa, André Fernandes e Eduardo Girão. O primeiro só fala de segurança, o segundo só fala de Bolsonaro e o terceiro só fala de aborto. Aí fica mais fácil, muito mais fácil, conduzir um confronto plural e diversificado e qualificar as interações.
A vida trabalhista das mães: conheça direitos e saiba como conciliar maternidade e carreira
Com a chegada do Dia das Mães, celebrado neste segundo domingo de maio, é importante lembrar da importância dos direitos trabalhistas das mulheres que conciliam a maternidade com a carreira profissional. Questões como licença-maternidade, amamentação no ambiente de trabalho, equiparação salarial e conciliação entre maternidade e carreira são temas essenciais a serem discutidos e garantidos. A licença-maternidade, assegurada pela Constituição Federal, garante às mulheres até 120 dias de afastamento do trabalho para cuidar do recém-nascido. Além disso, é garantido o direito de amamentação no ambiente de trabalho, com pausas para que as mães possam alimentar seus filhos adequadamente. A equiparação salarial entre homens e mulheres também é um direito garantido pela legislação brasileira, visando a igualdade de gênero no mercado de trabalho. Dessa forma, é fundamental que as empresas respeitem essa lei e remunerem de forma igualitária mulheres e homens que desempenham as mesmas funções. Para conciliar maternidade e carreira, as mulheres podem contar com a Lei nº 13.467/2017, que trouxe novas possibilidades de flexibilização da jornada de trabalho, como o teletrabalho e o trabalho em tempo parcial. Essas medidas visam facilitar a vida das mães que precisam conciliar os cuidados com os filhos e a carreira profissional. Segundo a advogada trabalhista Aline Montenegro, do escritório Nelson Wilians Advogados, “mães que se sentirem prejudicadas e lesadas nesse sentido dentro do seu ambiente de trabalho, devem procurar ajuda de um profissional especializado para garantir que seus direitos sejam respeitados e protegidos”. Neste Dia das Mães, é fundamental reforçar a importância da garantia dos direitos trabalhistas das mulheres que são mães, permitindo que possam exercer plenamente sua maternidade e sua carreira de forma igualitária e respeitosa.
Paulo Pimenta: “Minha indignação”
Artigo do jornalista gaúcho Paulo Pimenta, deputado federal (PT) e ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República – esse texto foi publicado originalmente no portal de notícias UOL: Após 10 dias vendo os gaúchos e gaúchas enfrentando a ira da natureza, confesso que perdi a paciência com mentirosos. Paulo Pimenta Na madrugada em que se completaram dez dias do maior desastre meteorológico da história do meu estado natal, fiquei acordado respondendo diversas mensagens de preocupação. Dezenas de pessoas me enviaram em seus celulares um vídeo onde eu era linchado à noite em uma visita a um abrigo. Amigos, companheiros, familiares me perguntaram se eu estava bem, se precisassem de ajuda. O vídeo é mais um episódio de uma estratégia organizada de desinformação que acontece no Rio Grande do Sul. As imagens são de uma assembleia sindical no Ceará, onde alguém que não sou eu, é alvo de violência, porém as mensagens não apenas davam a entender que o vídeo era atual e me envolviam, como diziam que eu estava tendo a “recepção que merecia “. Mentir não é novidade, a mentira não nasceu com o WhatsApp, mas é nas redes sociais que surgem o aparente de produção de mentiras em escala industrial, com ações coordenadas e métodos para desinformar. O pesquisador brasileiro David Nemer, que dá aula na Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, afirma que desde as eleições de 2018 ele não percebeu tamanha campanha de desinformação. Aquilo que o pesquisador detecta, eu tenho sentido todo dia, são horas do dia no qual preciso me dedicar a desvelar alguma nova história que inventam para deslegitimar as ações que os cerca de 20 mil servidores públicos, entre civis e militares, que já resgataram mais de 60 mil pessoas e 6 mil animais. É difícil entender que em um momento de tamanha fragilidade, as pessoas se escondam em suas telas produzindo conteúdos que sabem ser mentirosos para que tenham algum tipo de ganho político ou econômico. Por isso me indigno. Por isso, durante reunião da Sala de Situação, disse que deviam prender quem tem propositalmente produzido essas mentiras de forma estratégica para desinformar as pessoas, por isso oficiei a Advocacia Geral da União e a Polícia Federal para que investiguem essas pessoas como criminosos. Não houve e não houve censura por parte da Secom, ou do governo do presidente Lula. A liberdade de expressão é um pilar da democracia que tanto dialogamos para manter e assim seguirá sendo. É inaceitável que mentiras industriais, que prejudicaram o trabalho de resgate, restabelecimento e perseguição do Rio Grande do Sul, como essas, sigam sem responsabilização. O que buscamos é justiça.
Comissão de Ciência e Tecnologia da Alece debate EAD na área da saúde
A Comissão de Ciência, Tecnologia e Educação Superior da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) discute amanhã, segunda-feira (13.5), a partir das 14 horas, o ensino a distância na área da saúde no Estado. O debate, no Complexo de Comissões Técnicas da Casa, atende a requerimento do deputado Marcos Sobreira (PDT). Segundo o parlamentar, há uma crescente discussão sobre o ensino a distância nas assembleias legislativas pelo Brasil, considerando bases curriculares dos cursos na área da saúde são incompatíveis com a modalidade. “São aulas práticas com pacientes, atividades presenciais em laboratórios, serviços de saúde, entre outras atividades”, analisa. Marcos Sobreira alega ainda que a temática deve ter a participação popular junto à classe política para compreender de forma técnica a melhor saída para os cursos na área da saúde.
Opinião: “Somos, todos, Estado!”
Artigo de Dão Real Pereira dos Santos (foto), presidente do Instituto Justiça Fiscal, auditor fiscal e coordenador da campanha Tributar os Super-Ricos: Estamos vivendo a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul e, quanto a isso não há divergências. A situação é realmente muito dramática. Grande parte do território do Estado está embaixo d’água. Estradas interrompidas, pontes destruídas, cidades inteiras alagadas, milhões de pessoas desabrigadas, centenas de mortes… As perdas são incalculáveis. O Estado foi engolido pelas águas. Há, certamente, muitas razões para termos chegado nesta situação de calamidade, desde o descaso em relação aos incontáveis alertas que os cientistas vêm fazendo há muito tempo sobre o aquecimento global e sobre degradação ambiental, até a falta de manutenção dos equipamentos públicos mais simples de prevenção de enchentes. No entanto, não é hora de procurar culpados, pois eles já são conhecidos. O que eu quero aqui é ressaltar a importância da ação do Estado e da sociedade diante dessa situação trágica. Em todas as grandes tragédias que vivemos, aparece sempre, em primeiro lugar, o Estado e seus servidores públicos, defesa civil, bombeiros, forças armadas, entre outros; depois vem a sociedade com aquilo que melhor lhe caracteriza, a solidariedade humana. Mas infelizmente, também aparecem, nestes momentos, os oportunistas, que veem nas tragédias oportunidades para lucrar, para saquear ou para impor suas ideologias. Na hora de prestar socorro aos atingidos pelas calamidades, é do Estado que se espera as primeiras ações. Somente o Estado, com sua estrutura e com os recursos públicos tem a capacidade e a responsabilidade de organizar os esforços de resgate, de ajuda e de reconstrução da vida de milhares de famílias. E é isso que de fato acontece, com maior ou menor amplitude, de acordo com as concepções de Estado de cada governo. Tivemos muitos exemplos recentes. Na pandemia da covid-19 foi assim. Nas tragédias de Mariana e Brumadinho, também. No incêndio da boate Kiss, da mesma forma. E agora, nas enchentes no RS, não é diferente. O que estamos presenciando é que o Estado não mede esforços, nem faz cálculos de custo-benefício, diante do desafio de salvar vidas. Nenhuma regra ou limite fiscal pode se sobrepor à urgência de atuação que a situação exige. Obviamente que, dependendo da concepção de cada governo, essa atuação será mais ou menos eficiente. No episódio que estamos vivendo, toda o a estrutura pública foi colocada a serviço da população atingida e ninguém está perguntando se a pessoa atendida é rica ou pobre, se tem recursos, ou se pagou em dia seus tributos. Essa é a natureza de um Estado social: “de cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades”. A sociedade, por seu lado, ao ser chamada, ou mesmo de forma espontânea, faz também a sua parte, e, quando o faz, atua como extensão do próprio Estado. As doações de alimentos, de roupas e de tempo de trabalho voluntário, nada mais são do que formas diferentes de pagar tributos, de acordo com a capacidade de cada um, para atender diretamente aos demais, segundo as suas necessidades. É o exercício direto da atribuição do Estado pelas mãos dos cidadãos. Em momentos como esse, todos são Estado, e cada cidadão abdica da sua condição de indivíduo e passa agir como cidadão, ou seja, como alguém que coloca o interesse comum acima do seu próprio interesse individual. A participação da sociedade não reduz a importância do Estado, como alguns têm tentado pregar, mas a amplia. A lógica do Estado é que prevalece sobre a lógica do mercado e do individualismo. Os direitos à vida, à proteção social, à saúde, à alimentação se sobrepõem aos ganhos individuais e ao lucro. Os oportunistas, ao contrário, querem maximizar seus ganhos privados, e colocam em marcha uma lógica contrária à ação cooperativa e coletiva, que caracteriza o Estado, ou seja, a lógica do lucro. O mercado quer cobrar para prestar socorro, quer aumentar preços em razão da escassez dos produtos, vender água a preços exorbitantes, aumentar preços dos combustíveis, quer esconder produtos para vendê-los a preços superiores quando estiverem em falta. O mercado impõe a lógica da vantagem. Saqueadores de residências e de estabelecimentos abandonados, assaltantes e golpistas agem também pela lógica da vantagem individual, que é estimulada pelo mercado, e não pela lógica da cooperação, que caracteriza a ação do Estado. Os propagadores de fake News, da mesma forma, ao distorcerem a realidade dos fatos tentam anular a importância do Estado para que prevaleça a ideologia do mercado. São meros oportunistas que se aproveitam da desgraça alheia para fazerem apologia do Estado mínimo, justamente quando a população mais precisa do Estado de proteção social. Aliás, a distorção da realidade tem sido um instrumento recorrente dos negacionistas. O Estado mínimo é aquele em que o presidente da República tira férias, em Santa Catarina, quando o estado da Bahia era vítima de calamidade climática, ou aquele, em que o presidente negava a importância das ações de prevenção contra a pandemia da covid-19. No Estado social, ao contrário, todas as estruturas do governo federal se mobilizam e colocam todos os seus recursos para atuar diretamente no local dos acontecimentos com o objetivo de proteger as pessoas. Mas, antes que me entendam mal, preciso dizer que mercado não é sinônimo de empresas. Muitas empresas e empresários, deixando de lado seus interesses privados, também estão empenhados em ajudar o Estado neste momento, tanto fazendo doações e cedendo espaços físicos, quanto prestando serviços relevantes à sociedade. Não se iludam. Não é o mercado que salva. É o Estado. E somos, todos, Estado. Quando saio de casa para ajudar em algum abrigo; quando levo alimentos, roupas, calçados; quando faço contribuições para as cozinhas solidárias; quando ajudo a retirar famílias de áreas alagadas, sou Estado. Me junto aos milhares de servidores públicos, civis e militares, socorristas, e aos milhares de voluntários, numa grande ação de Estado para salvar vidas e superar rapidamente a tragédia.
A crônica da Tuty: “Retrovisor”
Crônica da jornalista Tuty Osório: Acreditava, eu, não ser dada a nostalgias. Saudade, essa palavra tão portuguesa, tenho de pessoas, não detempos, momentos, passados. Relendo as crônicas vejo que andei iludida. Querendo, ou não, tenho umasmelancolias pretéritas. Poucas, mas tenho. Embora, seja mais discípula de Gil, O melhor lugar do mundo é aqui, e agora. Que das Jovens tardes de domingo do Roberto. Sou fã dos dois, que eu não sou boba. Turma boa de canções. Tenho sorte de fazer parte dessa tal geração. Meu pai era um memorialista por hobby. Juntava recortes de jornal, percorria sebos em busca de livros queregistravam as linhagens das famílias. Juntava a genealogia com a história e teria sido um bom guia para os descendentes dos sefarditas, atrás de uma origem que lhes facultasse um passaporte europeu. Sou mais afinada com o gosto de minha mãe pelo presente. Cada dia um dia, com toda a preparação que esse dia recebeu para ser o dia. Minha mãe é epicurista com umas pautas em Aristóteles. O hoje é de luz porque ela é prevenida e mantém a vela de São José acesa. Com paciência e sabedoria, quem manda mesmo é Nossa Senhora. Meu pai e minha mãe, juntos, ensinaram-me a gostar de histórias. Com eles aprendi a ouvir, a ler, a contar. E é nessa contação que o que é bom ser lembrado, se manifesta. São essas aventuras do longe, que garantem a travessia de agora. A sala da minha mãe é clara, colorida, repleta de plantas naturais e algumas flores de pano. Uma paisagem segura, numa contemporaneidade incerta, vencida pela consistência de quem sabe quem é, porque conhece de onde veio. Olho para minha mãe e vejo que é possível permanecer por amor ao futuro. Pois é o futuro, que ela, com 84 anos, generosamente nos entrega. Onde a máquina me leva não há nadaHorizontes e fronteiras são iguaisSe agora tudo o que eu mais quero já ficou pra trás.Qualquer um que leva a vida nessa estrada Só precisa de uma sombra pra chegarA saudade vai batendo e o coração dispara… (primeiros versos de “Retrovisor “, de Fausto Nilo) *** *** *** Tuty Osório é jornalista, especialista em pesquisa qualitativa e escritora. São de sua lavra QUANDO FEVEREIRO CHEGOU (contos de 2022); SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA (quadrinhos com desenhos de Manu Coelho de 2023) e MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA, dez crônicas, um conto e um ponto (crônicas e contos, também de 2023). CLIQUE AQUI PARA ACESSAR (exclusivo para os leitores do portal InvestNE)SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSAQUANDO FEVEREIRO CHEGOUMEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA
Comissão do Senado analisa projetos que endurecem penas para crimes em calamidades
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado pode votar na próxima quarta-feira (15.5) dois projetos de lei que endurecem penas para crimes cometidos em momentos de epidemia ou de calamidade, como as enchentes que afetam o Rio Grande do Sul. O colegiado tem reunião deliberativa às 9h, com 14 itens na pauta (veja a lista completa aqui). O PL 1.122/2021 agrava a pena para infrações de medida sanitária preventiva ocorridas durante estado de calamidade pública ou situação de emergência. O projeto, de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, recebeu relatório favorável do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). De acordo com o projeto, a pena para quem praticar infração sanitária durante a vigência de calamidade pública ou situação de emergência em decorrência de doença contagiosa é de seis meses a três anos. O crime se refere à violação das normas e orientações estabelecidas pelas autoridades competentes para conter, por exemplo, a propagação de doenças. Outro item na pauta é o PL 2.846/2020, que eleva as penas para os crimes de peculato e fraude em licitação ou contrato administrativo que envolva o combate a epidemias. A punição prevista é de 10 a 25 anos de reclusão e multa. O texto, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), tem relatório favorável do senador Sérgio Petecão (PSD-AC). A CAS pode votar ainda o PL 1.108/2021, que determina a realização de campanhas permanentes sobre os riscos da automedicação. O texto, da Câmara dos Deputados, recebeu voto favorável da relatora, senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Os senadores também analisam o PL 3.466/2023, que cria o Dia Nacional do Hematologista e do Hemoterapeuta a ser celebrado anualmente no dia 29 de outubro. A data é uma referência à fusão da Sociedade Brasileira de Hematologia e do Colégio Brasileiro de Hematologia, ocorrida em 2008. A união das duas entidades deu origem à Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. O texto recebeu relatório favorável da senadora Zenaide Maia (PSD-RN).
Opinião: “Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor”
Artigo do jornalista Osvaldo Euclides Araújo, originalmente publicado no site Segunda Opinião: O artigo “Uma estratégia bipartite como solução para o desemprego”, de autoria de Mucio Tosta Gonçalves, Luiz Gustavo Couto Gomes e Maria Gabriela Carvalho Giordani, postado há dois dias aqui no Segunda Opinião, é uma luz solar que se acende no escuro da pobreza do debate sobre o enfrentamento do desemprego, sobre a solução do problema (dramático na juventude). O texto explica a inércia dos economistas e faz uma proposta simples de entender: usar o Terceiro Setor (aquele setor da sociedade que não é governo e é privado mas não busca lucro) para criar oportunidades de trabalho. Lembrei os tempos de professor universitário. Nas aulas sobre este tema, os alunos e alunas prestavam especial atenção, esqueciam o celular e abriam bem os olhos. Quando explicava que havia vantagens em criar uma ONG, comparado com criar uma empresa, passar num concurso ou conseguir um grande emprego, eles pediam pra explicar o porquê. Não sei se meus argumentos convenceram. Eu perguntava desafiador (e sutilmente argumentando): vocês sabem quais são os três problemas principais do seu bairro? vocês têm alguma proposta de como resolver ou enfrentar? quem poderia ser parceiro nesta jornada— o padre, o vereador, os empresários do bairro, o governo do estado, a prefeitura …? E encerrava: percebem como uma ONG pode nascer e crescer com base na vontade de enfrentar questões sociais, urbanas e culturais do território de vocês? E que este tipo de “empreendimento” é necessário, indispensável? E que hoje já há editais públicos com oferta de financiamento acessível nas três esferas do poder, para ONGs e seus projetos nas diversas áreas carentes? Eu dizia para eles criarem um grupo de jovens do bairro e começar a debater e a planejar…que tal criar um coral, formar uma banda, treinar um grupo de dança? Quem sabe fazer uma feira de artesanato, um teatro ao ar livre, um festival das vovós ou dos netos e netas?…oferecer uma mini-escola de reforço…são tantas as necessidades e desejos, são tantos talentos… Não tive certeza do acerto dessa abordagem da aula até que um professor me pediu pra dar para a turma dele (imensa! um auditório cheio) uma palestra sobre o tal “terceiro setor”. Disse o colega: eles pediram. E numa das turmas, um grupo de dez alunos e alunas criou formalmente (passando em cartório de registro civil) uma OSCIP (organização da sociedade civil de interesse publico) elegendo conselho, diretoria e aprovando um estatuto. Volto à sugestão dos três mestres. Encantadora. Também rigorosa, consistente. E inteligentemente simples. São tantas as carências da nossa gente! E elas jamais serão devidamente enfrentadas pelo primeiro e pelo segundo setor (governo e empresas). No terceiro setor não se costuma falar em emprego, o corrente é citar oportunidade de trabalho e renda. E o custo dessa oportunidade de trabalho e renda nesse tipo de atividade é sempre mais baixo, muito mais baixo, por causa de suas particularidades. E também é muito mais fácil. A demanda é infinita. E as tecnologias sociais já estão dadas. Essas carências são silenciosas. A demanda é latente. Só está esperando a oferta. O Terceiro Setor pode, deve e precisa ser muito forte numa terra injusta como a nossa, para uma gente empobrecida como a nossa. Até porque só ele pode ter a agilidade e a vocação para atacar os erros específicos dos governos e só ele pode dedicar-se a grandes objetivos sem a ânsia exagerada do lucro e da acumulação sem medida. As causas sociais são o campo natural da ação de ONGs. É importante que fique claro: tanto governante quanto empresário se interessam por bons projetos do Terceiro Setor, há complementaridade entre os três setores. O poder público e o empresariado privado são parceiros naturais e financiadores regulares do Terceiro Setor. Finalmente, imaginem o bem que essa atuação no Terceiro Setor fará aos jovens no começo da vida adulta e profissional. Como disse o poeta: chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. Que lhes seja dada esta oportunidade!