Instituições da segurança pública receberam do Governo do Ceará 59 novos veículos para reforçar a atuação. Participaram da solenidade de entrega o governador Elmano de Freitas; o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá; o comandante-geral da Polícia Militar do Ceará, coronel Klenio Savyo; o delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutierrez; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, coronel Cláudio Barreiro; o perito-geral da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), Júlio Torres e outras autoridades. Os veículos beneficiarão o Corpo de Bombeiros, Assessoria Biopsicossocial da SSPDS, Polícia Militar, Polícia Civil e Pefoce. O governador Elmano de Freitas reconheceu a importância de estruturar e fortalecer todas as áreas da segurança pública para obter resultados positivos. “Essa é mais uma ação de reforço das nossas forças de segurança para dar melhores condições de trabalho aos nossos profissionais. Também estamos formando novos policiais para a PMCE, convocando novos polícias civis, peritos forenses, e estamos absolutamente convencidos da necessidade de fortalecer cada vez mais as forças de segurança e garantir equipamentos e condições de trabalho para combater a criminalidade”, pontuou o governador. Apenas na atual gestão, somando as viaturas desta sexta-feira (16), já foram entregues 349 veículos às forças de segurança cearense. O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sa, vê os investimentos na área com muita positividade. “A expressão [para esses investimentos] é revolução e impacto. Nós temos tido muito investimento e em um tempo razoavelmente curto e só quem sai ganhando com isso é a sociedade. Porque trabalhar com a segurança pública é complexo e requer investimento para devolver tudo isso em paz e tranquilidade para a população”, ressaltou o secretário. Apenas nessa entrega de 59 viaturas, tem mais de R$ 2,6 milhões de investimentos do Fundo Nacional de Segurança Pública, mais de R$ 1,8 milhões de investimento da Força Nacional, e mais de R$ 1,5 milhões do Tesouro Estadual. Impacto no trabalho diário Um dos seguimentos que estão recebendo um robusto número de viaturas é a Polícia Forense, com seis veículos e um investimento de R$ 765 mil. Responsavel pela Pefoce, o perito-geral Júlio Torres compartilhou a importância desse momento para os serviços oferecidos a população. “Essa viaturas irão aumentar a nossa capacidade de atendimento e dar celeridade nas ocorrências. Isso é importante, porque a Perícia Forense está presente em 100% das ocorrências, seja homicídio, suicídio, acidente de trânsito, entre outras”, compartilhou. “Nós iremos reforçar o atendimento na capital, mas também de outros municípios como Juazeiro do Norte, Itapipoca, Sobral e Iguatu”, completou. Além das seis viaturas para a Pefoce, também foram entregues 12 viaturas – de modelo Toyoya Yaris – para o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, duas viaturas – de modelos Fiat Pulse e Mitsubishi L200 – para a Assessoria Biopsicossocial da SSPDS (Abips), três viaturas – modelo Mitsubishi L200 – para a Polícia Civil do Ceará, e 36 viaturas para a Polícia Militar do Ceará (PMCE), sendo três Mitsubishi L200 e o restante de modelo Renault Duster. Recebendo 12 viaturas, o comandante-geral adjunto do CBMCE, coronel Wagner Maia, explicou o impacto diário das viaturas no trabalho dos Bombeiros. “Essas viaturas serão utilizadas em diversos serviços, dentre eles o importante trabalho de fiscalização. Esse nosso trabalho de fiscalização de edificações que tem o grande objetivo de trazer mais segurança para a população, pois quanto mais fiscalizarmos, menor a possibilidade de incêndio, menos danos e mais preservação de vidas”, concluiu.
BNB anuncia que planeja investir R$ 25 milhões para editais sociais neste ano
O Banco do Nordeste (BNB) anunciou que projeta destinar mais de R$ 25 milhões, por meio de editais sociais, a projetos de estímulo ao esporte, defesa dos direitos de crianças e adolescentes e de atenção a idosos, pessoas com deficiência (PCD) e pacientes de oncologia. O anúncio foi feito em Aracaju (SE), pelo presidente do Banco, Paulo Câmara, durante o lançamento dos Editais Sociais 2024. Os valores são oriundos de Imposto de Renda devido pelo BNB, referente ao exercício contábil 2024, e podem ser pleiteados por organizações que realizam projetos na área de atuação do Banco, que compreende os estados nordestinos e parte de Minas Gerais e Espírito Santo. Em 2022, o BNB repassou para projetos sociais R$ 7,1 milhões. No ano passado, foram R$ 16,8 milhões. “Esse é o maior valor já projetado para editais sociais que o Banco do Nordeste anuncia. Vamos auxiliar as políticas públicas junto com os estados e municípios nessas temáticas. Essa ação do Banco é muito importante para o Nordeste. Ainda temos muitos desafios e muitas desigualdades a serem enfrentadas e nada mais justo que conceder recursos a entidades que já dão sua contribuição na área social”, afirma Câmara. O aumento dos recursos previstos é de cerca de 50% em relação ao aplicado em 2023. Mais recursos por projetoDurante a apresentação dos editais, o presidente Paulo Câmara também anunciou o aumento no limite de aporte por projeto, que agora pode chegar a R$ 1,5 milhão. O valor está cinco vezes maior do que o estabelecido no exercício anterior. “Nós fizemos uma revisão nos editais para permitir que projetos complexos que precisam de mais recursos consigam ter segurança financeira para ajudar as pessoas”, esclarece. Com a mudança, os projetos certificados nos programas nacionais de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) e Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa Física com Deficiência (Pronas/PCD) podem receber até R$ 1,5 milhão. Já as propostas enquadradas na Lei de Incentivo ao Esporte e que sejam aprovadas em edital do BNB podem receber, cada uma, o limite de R$ 500 mil. Em 2023, o limite foi de R$ 300 mil. No caso de projetos ligados a infância, adolescência e idosos, o limite por projeto passa de R$ 300 mil para R$ 350 mil. O apoio nesses casos vem pelo Fundo dos Direitos da Crianças e do Adolescente (FIA) e pelo Fundo dos Direitos da Pessoa Idosa. Para receber os valores não reembolsáveis, as entidades precisam apresentar projetos chancelados ou com autorização de captação de recursos vinculados aos Fundos e Ministérios correspondentes. Os recursos não reembolsáveis destinados nos Editais lançados pelo BNB são oriundos do percentual de até 2% do Imposto de Renda devido no exercício de 2024 para Esporte e de até 1% para cada um dos demais programas (FIA, Idoso, Pronon e Pronas-PCD). Editais já disponíveisOs editais sociais do BNB poderão ser acessados na íntegra no portal. A inserção das propostas de apoio financeiro ocorrerá por meio do sistema denominado ConvêniosWeb disponível no site (clique aqui). Após avaliação das propostas, os projetos aprovados receberão os recursos ao longo do mês de dezembro deste ano. Poderão ser inscritos projetos sociais, esportivos e da área da saúde que tenham como objetivo apoiar a saúde, reduzir desigualdades sociais, fomentar a educação e a cidadania e proteger crianças, adolescentes e idosos em situação de risco e vulnerabilidade social. CronogramaAs entidades interessadas em participar da concorrência por edital social devem realizar seu cadastro pelo sistema Convênios Web entre os dias 16 de agosto e 06 de setembro deste ano. As propostas podem ser enviadas até 20 de setembro. A previsão de divulgação do resultado da seleção dos projetos é para o dia 09 de dezembro. HistóricoEntre 2007 e 2023, o Banco do Nordeste destinou cerca de R$ 70,3 milhões a 476 projetos sociais por meio dessas doações incentivadas, beneficiando 120,5 mil pessoas, entre crianças, adolescentes, idosos e pacientes oncológicos ou pessoas com deficiência.
Enel sorteará 200 geladeiras neste mês; Serão cinco ações com a troca de 40 unidades em cada
O programa Enel Compartilha Eficiência, da companhia de distribuição de energia Enel, vai sortear 200 geladeiras durante o mês de agosto. Os municípios de General Sampaio, Itapajé, Tianguá, Varjota e Quixadá serão beneficiados com a ação, que visa promover iniciativas capazes de levar energia limpa e acessível e proporcionar a eficiência do uso de recursos energéticos. Em cada cidade, serão sorteadas 40 geladeiras. As inscrições, os sorteios e as trocas de geladeiras serão feitas de forma presencial, em localizações centrais e públicas de cada município. Podem participar do sorteio clientes que estão cadastrados na Tarifa Social de Energia Elétrica, cidadãos classificados como monofásico rural ou clientes residenciais que têm consumo médio mensal de até 200 KW/h. Estima-se que uma geladeira nova pode consumir até 70% menos que uma antiga. Em watts, esse valor representa, para um aparelho antigo, o consumo médio de 90kWh/ mês, enquanto um novo consome somente cerca de 24kWh/hora/ mês. Os equipamentos ofertados no programa têm selo Procel, o que significa maior eficiência no consumo de energia elétrica. “Essa é uma excelente oportunidade para adquirir um aparelho novo e mais eficiente, o que irá impactar positivamente na conta de energia dessas famílias. Ações como essa reforçam o compromisso da Enel Ceará com o consumo consciente de energia elétrica”, afirma Ana Cilana Braga, responsável de Sustentabilidade da Enel Ceará. *Sobre o Enel Compartilha Eficiência* Ao assumir um compromisso público com as Nações Unidas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a Enel através do seu Programa de Eficiência Energética, coloca em prática iniciativas capazes de levar energia limpa e acessível, colaborar com a educação das comunidades atendidas, promover a eficiência do uso de recursos energéticos e contribuir para as mudanças climáticas do planeta. Com tudo isso, o Programa impulsiona, no mínimo, os ODS’s de número 4, 7, 12 e 13. *SERVIÇO* *General Sampaio* *Local*: Praça José Firme de Aguiar – Avenida José Félix, 530 – Centro – Cep: 62738-000 – General Sampaio/Ce *Cadastro*: 15 de agosto, quinta-feira, das 8h30 às 17h, e 16 de agosto, sexta-feira, das 8:30 às 15h *Sorteio*: 16 de agosto, sexta-feira, às 17h *Entrega*: 17 de agosto, sábado, das 8h30 às 10 h *Itapajé* *Local*: Praça do Povão – Rua Bacharel José Airton Rocha, S/N – Centro – Cep: 62600-000 – Itapajé/Ce *Cadastro*: 19 de agosto, segunda-feira, das 8h30 às 17h, e 20 de agosto, terça-feira, das 8h30 às 15h *Sorteio*: Dia 20 de agosto, terça-feira, às 17h *Entrega*: Dia 21 de agosto, quarta-feira, das 8h30 às 10h *Tianguá* *Local*: Praça dos Eucaliptos – rua Odilon Aguiar, Sn (em frente ao número 473) – Centro – Cep: 62320-000 – Tianguá/Ce *Cadastro*: Dias 22 de agosto, quinta-feira, das 8h30 às 17h, e 23 de agosto, sexta-feira, das 8h30 às 15h *Sorteio*: Dia 23 de agosto, sexta-feira, às 17h *Entrega*: Dia 24 de agosto, sábado, das 8h30 às 10h *Varjota* *Local*: Praça da Igreja Matriz – rua Artur Ramos, 40 – Centro – Cep: 62265-000 – Varjota/Ce *Cadastro*: 26 de agosto, segunda-feira, das 8h30 às 17h, e 27 de agosto, terça-feira, das 8h30 às 15h *Sorteio*: Dia 27 de agosto, terça-feira, às 17 horas *Entrega*: Dia 28 de agosto, quarta-feira, das 8h30 às 10 horas *Quixadá* *Local*: Praça do Leão José de Barros – Avenida Plácido Castelo, 1959-2031 – Centro, Cep: 63900-000 – Quixadá/Ce *Cadastro*: 29 de agosto, quinta-feira, das 8h30 às 17h, e 30 de agosto, sexta-feira, das 8h30 às 15h *Sorteio*: Dia 30 de agosto, sexta-feira, às 17 horas *Entrega*: Dia 31 de agosto, sábado, das 8h30 às 10h
Osvaldo Euclides Araújo: “Precisamos falar do ‘BCdoB’ (parte 6)”
Artigo do economista e jornalista Osvaldo Euclides Araújo, originalmente publicado no site Segunda Opinião: Um movimento chamado Auditoria Cidadã, dirigido por uma ex-servidora pública, a economista Maria Lúcia Fatorelli, põe em questão, sem fazer acusações específicas, o valor atual da dívida interna brasileira. Em números redondos o Brasil tem uma dívida de 8 trilhões de reais e pagou nos últimos doze meses algo como 840 bilhões de reais em juros. Em palestras e em entrevistas a meios de comunicação na internet, a economista diz acreditar que há possibilidade de encontrar alguma diferença, a favor ou contra credores e devedores, por razões diversas, e que deveria ser de interesse do Banco Central e do próprio governo a realização da auditoria. Por suas próprias razões, o mercado não quer nem ouvir falar disso. O mercado, entretanto, sabe que auditoria é prática usual do mundo dos negócios e das finanças, uma ferramenta capitalista útil na gestão privada e pública, às vezes necessária, às vezes incontornável. E todos sabem que as contas públicas brasileiras sempre foram cheias de peculiaridades capazes de confundir até agentes experientes, sérios e competentes. E os últimos 30 anos, quando a dívida interna acelerou-se, foram marcados por muitos ajustes, planos de estabilização, trocas de moeda, negociação e consolidação de débitos, uso e resgate de moedas podres (títulos da dívida agrária, obrigações da Eletrobrás, Siderbrás…), precatórios, conta-movimento, um supermercado de particularidades milionárias em circunstâncias muito específicas, campo fértil para erros, descuidos, enganos e omissões também milionários. Sem falar da inflação que confundia tudo e todos, com taxas enormes. E nos Planos Cruzado, Verão, Bresser, Collor e Real, como era difícil fazer a conta certa com índices tão altos! Vamos comentar um só entre eles. Há algumas semanas toda a imprensa tradicional dedicou horas e horas para comemorar os 30 anos do Plano Real. É fato que o Plano afastou a inflação alta crônica. O que não se diz e não se comenta é o custo a que tudo isso foi feito. Os dois governos a que se credita o mérito do Plano Real foram de Fernando Henrique Cardoso (embora o plano tenha sido aprovado e implantado no governo Itamar Franco). Naqueles tempos o Brasil tinha diagnosticados na economia dois problemas dramáticos – a inflação e a dívida externa. Ninguém falava da divida interna, como se ela não fosse uma questão relevante, e não era. Os economistas costumam trabalhar suas análises, textos e entrevistas considerando que o governo FHC começou em 1995 com a dívida interna representando um número próximo de 35 por cento do PIB. E teria terminado o oitavo ano de governo 2002 com a dívida interna em torno de 60 por cento. Lembrem, o governo FHC executou um gigantesco programa de privatizações. Em outras palavras, vendeu quase cem empresas estatais, lista que inclui todo o sistema de distribuição de eletricidade e todo o sistema de telecomunicações, além de CSN, Vale, Banespa e outras, muitas outras. Pense, o governo vendeu esse patrimônio todo e a dívida não caiu. Qual é a explicação? Tem mais. Os governos FHC são muito elogiados pela imprensa e pelo mercado. E ambos costumam ter como regra sagrada nunca, jamais aumentar a carga tributária, ou seja, a proporção da arrecadação em relação ao PIB. Pois bem, os governos FHC, de 1995 a 2002 aumentaram a carga tributária de algo como 24 por cento do PIB para 33 por cento. Uau! O salto não é grande, é gigantesco. Mas parece que ninguém viu, ninguém sentiu, ninguém notou. Estranho. Agora, veja as três questões em perspectiva. A carga tributária aumentou enormemente e o governo vendeu estatais como nunca. E a divida interna praticamente dobrou como proporção do PIB, pulando de 35 por cento para 60 por cento, ou um pouco mais. Ou seja, arrecadou mais cobrando mais imposto e arrecadou mais vendendo grandes empresas estatais. E ainda assim a dívida interna explodiu. Estranho, né? Sim, porque estamos comemorando tudo que se refere a este período. A festa de 30 anos do Plano Real é animadíssima, e quase unânime. Claro, é possível que este texto contenha imprecisões, até erros, é possível que o raciocínio não esteja levando em conta algum fator ou elemento discreto, é possível que haja uma explicação rápida e simples pra tudo. Mas, considerando que estamos falando de muita grana, uma montanha de oito trilhões de reais, qualquer diferença contábil ou real de apenas 1 por cento, significa uma montanha de 80 bilhões de reais. Para mais ou para menos, contra ou a favor do país, contra ou a favor de um honesto poupador-credor… talvez se possa dizer com toda a convicção que a proposta de Auditoria Cidadã é boa, útil, necessária, indispensável, inadiável. Como agora o Banco Central tem autonomia e não tem chefe político, ele pode fazer essa Auditoria, agindo com toda boa vontade e toda boa fé. PS: quer saber quanto vale em dinheiro hoje 25 por cento do PIB? Uns 3 trilhões de reais. A preço de hoje seria quanto teria subido a dívida pública interna nos 8 anos do Plano Real. Cabe uma auditoria.
The Intercept: “O movimento para anistiar golpistas”
Texto do jornalista João Filho (foto), no site The Intercept: Uma operação subterrânea para livrar Bolsonaro da cadeia tem atuado em várias frentes. Na minha coluna da semana passada, vimos o esquemão armado no TCU para tentar livrar o ex-presidente golpista no inquérito das jóias. Instigado por um deputado bolsonarista, ministros bolsonaristas do tribunal compararam os presentes recebidos legalmente por Lula com a farra das joias sauditas de Bolsonaro. Não faltou a patota de sempre na imprensa para reproduzir essa comparação insana, que foi fabricada sob medida para descredibilizar a justiça e mobilizar a militância bolsonarista. Nesta semana, assistimos a mais uma comparação bizarra, que não respeita a lógica dos fatos e o bom senso. Anunciada como grande bomba, uma reportagem da Folha revelou conversas vazadas entre assessores do TSE que trabalhavam sob as ordens do presidente do tribunal, Alexandre de Moraes. Um juiz auxiliar do ministro e um perito da corte eleitoral conversavam de maneira informal sobre pedidos de produção de relatórios. Ao contrário do que se quer fazer acreditar, não se viu no conteúdo dos diálogos nada que desabone o ministro. Juristas e analistas de respeito foram quase unânimes em afirmar que não houve qualquer ilegalidade. Até Ives Gandra, um jurista com tantos serviços prestados ao golpismo bolsonarista, não apontou problemas. A própria reportagem da Folha não acusou nenhuma ilegalidade cometida pelo ministro, limitando-se a apontar “procedimentos fora do rito” — embora não tenha oferecido uma explicação objetiva do que isso significa. O fato é que a reportagem não revelou violação de qualquer regra, lei ou regimento. Imediatamente, o bolsonarismo e boa parte da imprensa corporativa passaram a comparar as conversas publicadas pelo jornal com a série de reportagens da Vaza Jato publicada pelo Intercept Brasil. Comparando alhos e bugalhos: não é uma nova ‘Vaza Jato’ A comparação é absurda sob qualquer ponto de vista. Enquanto a Vaza Jato revelou um conluio entre procuradores e um juiz com o objetivo de prender um ex-presidente da República sem provas, a reportagem da Folha revelou um conluio entre Alexandre de Moraes, presidente do TSE e…Alexandre de Moraes, ministro do STF, com o objetivo de prender golpistas que comprovadamente tentaram empreender um golpe de estado no país. Parece uma comparação ridícula, e é. As conversas vazadas mostram dois subordinados atendendo a pedidos do chefe feitos dentro de suas atribuições legais. Goste-se ou não, o presidente do TSE tem poder de polícia e pode solicitar dados e informações de investigados, decretar o sequestro de bens, pedir a produção antecipada de provas, executar buscas e apreensões e outras medidas. São atribuições previstas em lei e nada do que foi revelado até agora sugere uma ação feita por debaixo dos panos. Não considero bom esse acúmulo de poder pelo presidente do TSE, mas, se está previsto em lei, espero que ele seja usado e abusado contra os criminosos que tentaram destruir a democracia. Os assessores de Moraes tiveram que compilar dados de investigados que estavam disponíveis na internet. Diferente da Vaza Jato, a reportagem da Folha não revela grampos e quebra de sigilos ilegais, deturpação de fatos ou preocupação com o timing das investigações. Qualquer comparação nesse sentido é esdrúxula, desonesta e serve apenas para legitimar a falsa narrativa bolsonarista. A publicação da matéria da Folha é legítima, de interesse público, mas o fato é que ela não revelou qualquer tipo de ilegalidade. Bolsonaristas e alguns jornalistas se ocuparam nos dias seguintes promovendo a escandalização do nada e tentando vender a ideia de que estamos diante de uma “Vaza Jato do Xandão”. Mas, não passa de uma cópia barata. No mundo real, o vazamento dessas conversas não altera em nada os inquéritos contra Bolsonaro. No mundo paralelo do surrealismo bolsonarista, estamos diante da comprovação cabal de que vivemos sob a ditadura do Xandão. A reação de sempre do bolsonarismo: raiva e mentiras Como sabemos, a realidade dos fatos não importa para bolsonaristas. Eles deturpam os acontecimentos e os embalam em uma narrativa que soa como música aos ouvidos da sua numerosa seita de seguidores. Cercado por vários inquéritos recheados de provas no STF e prevendo uma possível prisão, Bolsonaro e sua turma estão apostando suas últimas fichas na fabricação de factóides que inviabilizem o trabalho de Moraes. A ideia é criar um ambiente para tentar anular as investigações ou, pelo menos, afastar o ministro do comando delas. São golpistas planejando golpes no modo desespero. Isso não chega a ser uma novidade. Lembremos que no ano passado o Marcos do Val confessou participar de um plano para grampear o ministro. Logo em seguida à publicação da Folha, como era de se esperar, uma gritaria pelo impeachment de Moraes voltou com força para as redes sociais — o que faz parte do roteiro da extrema direita. O bilionário Elon Musk, sempre disposto a abalar democracias pelo mundo afora, foi convocado e, claro, deu sua contribuição ao se mostrar indignado com mais essa arbitrariedade da ditadura do Xandão. O deputado Eduardo Bolsonaro — aquele que disse que para fechar o STF bastaria mandar um cabo e um soldado — subiu ao plenário da Câmara para atacar Moraes aos gritos e palavrões: “Que porra de país é esse em que a gente está vivendo, caralho? Onde é que a gente vai parar? Quando é que esta casa vai acordar?”. O deputado aproveitou também para insultar o delegado da Polícia Federal, Fábio Alvarez Shor, que comanda as investigações sobre o 8 de janeiro, chamando-o de “putinha do Alexandre de Moraes”. O chihuahua do bolsonarismo Nikolas Ferreira exigiu o impeachment do ministro e o xingou de “covarde”, “mau caráter” e “mentiroso”. No senado, Flávio Bolsonaro chamou o caso de “atentado contra a democracia”. A reportagem da Folha ajudou o bolsonarismo a subir mais um degrau de agressividade nos ataques golpistas contra o STF. E a imprensa? Passa pano Toda essa indignação dos bolsonaristas foi de certa forma legitimada pelos nossos colunistões de sempre, que usaram seus espaços na imprensa para colocar uma nuvem de dúvidas sobre a cabeça de Alexandre de Moraes. É irônico perceber que são os mesmos viúvos da Lava Jato que tanto
A crônica da Tuty: “Não sejam palavras tristes”
Texto da jornalista Tuty Osório: Almoço com as filhas. Não temos dia marcado, é quando dá. Pra elas e para mim. Às vezes é jantar. A única taurina sou eu, porém, a seu modo, gostam de comer. Moram em sua própria casa, embora a minha sempre tenha sido delas. São presentes, amigas, atentas a mim. É uma boa fase, essa da autonomia sem perda de ternura. Desejo que seja eterna, enquanto eu durar. Tenho a pretensão de durar bastante, descendência afora. A conversa é diversa. Gostamos de política, existência, polêmica. A mais nova puxa um filme inglês sobre a violência contra as meninas somalis. Vira um trelê lê, puxa de lá e de cá – eu defendo a condenação indiscutível. Elas preocupam-se com a manipulação que o Ocidente rico faz com esses temas. O Ocidente comportando-se com superioridade civilizatória, agente salvador dos oprimidos. Todas temos razão, todas defendemos os nossos pontos de abordagem com paixão. Fico grata por debatermos esse tema. Mesmo em volta de uma refeição farta, canecas de chope gelado, no intervalo da labuta, trabalhadoras que somos. A discussão é sincera e busca soluções, formas de solidariedade. Com aquelas meninas, distantes um oceano, e, com outras, tão próximas de nós, fisicamente. Eu sou inflamada, dramática nas minhas alocuções indignadas. As filhas são mais maduras, mais serenas, não menos combativas. Tão conscientes, ou mais. Sorriem do meu tom militante à moda década de 60, período em que nasci. Essa é a mamãe, leio nos seus olhares cúmplices, uma para a outra. Aberto o próximo assunto tento ser mais tranquila e é escusado. Dez minutos e já estou gesticulando, revoltada com as desigualdades, as dominações, os abusos. Eu própria não me aturo e recuo, enjoada. Cansativo isso. Tudo contra a alienação, mas me parece que essa zanga já não faz efeito algum. Em especial para as minhas filhas, totalmente convencidas de que esse mundo anda mal. Sem graça, tento um terreno novo. Nas amenidades sou fraca. Nas piadas quando partem de histórias minhas, até que vai…Consigo tornar o clima mais leve. Vou embora ainda com um aperto. Quero ser presença querida, o OBA e não o QUE SACO. Os dias têm sido difíceis, contudo, … Eu até que me esforço. Na troca de mensagens pelo whatsapp, recebo a generosa compreensão. Sabem de mim, da minha vontade de alegria. Confiam que saberei retê-la sem perder a noção do essencial. Em outras palavras, convencem-me que não, não consigo ser ridícula. Tomara! *** *** Tuty Osório é jornalista, especialista em pesquisa qualitativa e escritora. Tuty Osório é jornalista, especialista em pesquisa qualitativa e escritora. São de sua lavra QUANDO FEVEREIRO CHEGOU (contos de 2022); SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA (quadrinhos com desenhos de Manu Coelho de 2023) e MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA, dez crônicas, um conto e um ponto (crônicas e contos, também de 2023). CLIQUE AQUI PARA ACESSAR (exclusivo para os leitores do portal InvestNE)SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSAQUANDO FEVEREIRO CHEGOUMEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA
Crônica de Alberto Perdigão: “A casa-museu e o museu do descaso” (Ou “O legado de Christiano Câmara precisa ser reencontrado pelo público”)
Texto do jornalista Alberto Perdigão, escritor e voluntário na campanha pela reabertura da Casa de Christiano Câmara: Batia palmas no portão de ferro trabalhado como quem aplaude o espetáculo de uma casa inteira e das relíquias da memória que se guardavam nela. Travessa Baturité, antiga rua da Escadinha, número 162, margem direita do riacho Pajeú, alto da duna de onde ainda se veem os resquícios da cidade de 100 ou mais anos atrás. “Já vai”, gritavam lá dentro, e logo me aparecia o Christiano Câmara abotoando a camisa, meio caxingando, dizendo qualquer coisa, o molho de chaves tilintando na mão e aquele som inconfundível da chinela de couro arrastando no ladrilho. O coxear parecia mais um cesto de quem carregava um peso nas costas. E a camisa, não raro, ficava com um botão desencontrado. “Quem é vivo aparece, alma existe”, dizia ele com um largo sorriso, aquele jeito irônico, provocante, reclamando das minhas visitas bissextas. “Olha aí, Douvina, quem está aqui”, anunciava-me à sua amada, incondicional companheira e companhia de jornada, introduzindo-me àquela casa-museu. “Mas rapaz, não é mesmo?”, admirava-se com a minha presença. “Ainda bem que eu acabei de fazer um café”, completava a recepção. De fato, o cheiro do pano quente vindo da cozinha ainda estava no ar. Parece que a fumaça preferia defumar a casa a perfumar o quintal. O tema do café sempre dominava o começo e o final da visita. Depois de algumas xícaras franqueadas e de muita conversa, Douvina, na despedida, com humor discreto e fino, dizia: “Venha sempre, mas, da próxima vez, traga o café”. O Christino já esperava a hora da espetada, e só ria. Passei a levar a sério a piada e, a cada nova visita, um pacote de café era entregue na bilheteria. *** *** Estes dias, voltei à casa com o pacotinho na mão. Fui recebido por uma das filhas do casal, a Zuleica. É ela quem cuida do imóvel fechado e do acervo inacessível. Nunca imaginei que isso pudesse ocorrer com uma casa que esteve sempre aberta, durante mais de 50 anos. Para todo e qualquer pesquisador, jornalista ou interessado em conhecer o que ainda não estava nos livros de música, de cinema e de fotografia, a entrada era gratuita, a circulação franqueada a todos os cômodos. Discos empilhados até debaixo da cama do casal, equipamentos antigos por toda parte. Para cada visitante, Christiano dava uma aula da maior qualidade, daquelas que o sujeito não teria em lugar nenhum. Uma vez, fui falar que gosto da música-tema do filme Aeroporto (1970), composta por Alfred Newman, e ele falou durante mais de uma hora sobre as melhores curiosidades dos maiores temas do cinema. Dias depois, ligou dizendo que me havia gravado uma fita com todas aquelas músicas de que falamos. Ele não fazia isso só para mim… Outra vez aprendi que a música popular do Brasil acabou, dizia ele, quando começou a Música Popular Brasileira, “a tal MPB”. E foram muitos os exemplos de compositores e cantores de camadas populares que, mais com talento que com marketing, ajudaram a fincar as bases da nossa brasilidade musical. O Christiano era assim… *** *** A Zuleica recebeu o pacote de café, imediatamente me levou para a cozinha, tirou do armário o conjunto de xícaras Duralex. Brindamos o meu reencontro com a casa e conversamos muito. Contou Zuleica que ela e a irmã estão numa luta para encontrar uma solução sustentável para o restauro e para a preservação do acervo. E eu fiquei pensando que o Christiano e a Douvina tentaram a vida toda fazer uma parceria neste sentido, mas só encontraram ouvidos de mercador. Explicou que entes do Estado, mercado, sociedade do Ceará, incluídas as instituições de educação e de cultura, estão sendo chamados a construir um projeto de gestão compartilhada com a família. E eu fiquei lembrando do prédio do hotel Iracema Plaza levado à ruína para justificar sua covarde demolição. Argumentou que a casa-museu precisa ser reaberta ao público, para dar utilidade a uma das maiores e mais valiosas coleções de discos, filmes, fotos e equipamentos antigos do país. E eu fiquei me perguntando por que odiamos tanto a nossa memória e pagamos tão caro para visitar o museu de outros, em outros lugares. O filme está sendo feito pelo primo da Zuleica, o cineasta Márcio Câmara, sobre Douvina e Christiano, sobre memória e esquecimento, sobre a casa-museu e o museu do descaso. Sim. O principal objeto que a casa expõe hoje é o abandono, expressão do que temos de pior. Mas podemos melhorar, eu acredito.
Novo Marco do Saneamento é tema do 6º Fórum de Novos Negócios com Concessões e PPPs
No dia 29 de Agosto de 2024, em São Paulo, será realizado o principal Fórum de Novos Negócios com Concessões e PPPs em Saneamento. Com alta liderança do Governo e mais de 100 players da Iniciativa Privada, o evento discutirá desafios e oportunidades de novos projetos e investimentos. O presidente da Cagece e Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe), Neuri Freitas, participará do evento. Saiba mais sobre como os novos decretos reanimaram o setor e descubra oportunidades de negócios, assim como atração de investimentos e eficiência com a nova regulamentação. Não perca a oportunidade de participar com o desconto do BOLETIM DO SANEAMENTO, através do contato: (11) 99766-3153.
A Coluna do Roberto Maciel (sábado, 17.8): O Enem dos Concursos deve ser saudado como instrumento democrático e isonômico
Cuida!Estão determinados 3.665 locais de aplicação do exame em todo o País, com 75.730 salas. Os candidatos vão realizar as provas em dois turnos. Pela manhã, os portões serão abertos às 7h30min. À tarde, às 13 horas. O cronograma seguirá o horário de Brasília. CotasAinda em maio, foi aprovado no Congresso projeto de lei que prorrogou a reserva de vagas em concursos públicos para pretos, pardos, quilombolas e indígenas pelos próximos 10 anos. O texto substituiu a Lei 12.990, de 2014, que previa cotas no serviço público, mas que estava para perder a validade em 9 de junho. CantosNo Ceará, as provas serão realizadas em 141 locais em diferentes cidades – entre as quais Fortaleza, Maracanaú, Sobral, Quixadá, Iguatu, Juazeiro do Norte e Caucaia. Os candidatos foram distribuídos de acordo com os CEPs informados na inscrição. GraveDeve-se atentar para o fato de que o Enem dos Concursos será realizado menos de dois meses antes das eleições municipais – lembrando que inicialmente o hiato entre os eventos era de cinco meses. E é importante que se previnam tentativas de balburdiar o processo, fazer campanhas irregulares e assediar candidatos. Nativo O ex-secretário da Cultura do Ceará, Fabiano Piúba (foto), hoje secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura, recebeu nesta semana o honroso título de Cidadão Cearense – ele nasceu em Seridó, no Rio Grande do Norte. A homenagem havia sido proposta pela deputada Larissa Gaspar (PT). Do outro ladoEnquanto isso, jaz numa gaveta na Assembleia homenagem igual ao presidente da Câmara de Fortaleza, Gardel Rolim (PDT). Diferentemente de Fabiano Piúba, Gardel nasceu no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. O título foi proposto por Queiroz Filho (PDT), já foi aprovado pelos demais deputados, mas vai ficar para depois das eleições. Quem cedo madrugaA campanha de Evandro Leitão (PT) a prefeito de Fortaleza começou ontem bem cedinho. A primeira atividade não foi, diferentemente do que se possa supor, uma caminhada no bairro do Pirambu, mas a distribuição de jingles nas redes sociais. PedreiraDeve enfrentar barra pesada na Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Câmara federal projeto da deputada Sâmia Bonfim (PSol-SP) que anistia quem for flagrado portando até 40 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas de Cannabis Sativa. É naquela comissão que se entrinheiraram os mais furiosos, atrasados e reacionários bolsonaristas. Só há uma representante cearense no colegiado: Dayanne Bittencourt (UB), antes “Dayanne do Capitão”.
Evandro: “Sarto abandonou Fortaleza covardemente nos últimos três anos”; campanha começa em alta temperatura
O início da campanha eleitoral em Fortaleza já dá indicação da alta temperatura que pode alcançar. A sinalização está em post publicado hoje nas redes sociais do candidato Evandro Leitão (PT), confrontando o prefeito José Sarto (PDT): Prefeito Sarto, no primeiro dia de campanha, promove um espetáculo deprimente na Alece, inclusive usando para isso secretários e dezenas de servidores públicos municipais, que ganharam do prefeito ponto facultativo nesta sexta-feira. Sarto tenta desviar o foco do debate sobre os reais problemas de Fortaleza e sobre sua gestão desastrosa. Sarto é apontado nas pesquisas como um dos piores prefeitos do Brasil. Sarto desvirtua fatos de 2018, quando tentavam criar uma CPI de forma oportunista para servir de palanque na eleição. Além disso, de forma covarde, omite que era deputado à época e que retirou sua assinatura dessa proposta de CPI. Por quê esconder isso, Sarto? Continue fazendo suas piadas e contando mentiras na internet. Não entrarei nessas baixarias. Enquanto isso, eu conversava com a população do Pirambu, no nosso primeiro lindo ato de campanha. Em cada esquina, escutei as pessoas lamentarem terem sido abandonadas pelo Prefeito. Sarto abandonou Fortaleza covardemente nos últimos três anos, aparecendo só agora, na véspera da eleição, para tentar enganar novamente as pessoas. Fortaleza vai mudar porque o povo quer mudança. Fortaleza precisa e pode muito mais.