A Coluna do Roberto Maciel (sábado, 7.9): O Dia da Pátria não pode ser o dia da chantagem e da ameaça

A Coluna do Roberto Maciel (sábado, 7.9): O Dia da Pátria não pode ser o dia da chantagem e da ameaça

  • Está virando bodega – com respeito aos empreendedores e aos estabelecimentos do gênero: o dia que se destina a lembrar a Independência do Brasil foi transformado, desavergonhadamente, numa data para que o fascismo despeje ameaças e chantagens contra as instituições democráticas. De cara exposta, políticos de péssima fama e pseudo-religiosos de igual conduta formam ajuntamentos para tentar colocar uma corda no pescoço do País. Em 2021, quando ainda era presidente da República, o hoje inelegível Jair Bolsonaro expeliu imprecações contra a Justiça brasileira e contra magistrados. Foi em plena Avenida Paulista. “Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”, disse, mentindo. O fato é que Alexandre não recuou nem “pediu o boné” e Bolsonaro cumpriu, caladinho, o que lhe foi mandado pelo STF e pelo TSE. Para este sábado, em vez de celebrar a proclamação determinada por D. Pedro I, separando o Brasil de Portugal, grupos da extrema-direita – completamente refratários à liberdade e aos direitos civis – planejam nova investida. A Nação não pode se ajoelhar a eles nem temê-los.

“Deixa de ser canalha!”
Três anos atrás, Bolsonaro rugiu assim, agredindo Alexandre de Moraes: “Ou esse ministro se enquadra ou pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas, turve a nossa liberdade. Dizer a esse ministro que ele tem tempo para se redimir, de arquivar seus inquéritos. Sai, Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha!”

Vai ter coragem de repetir?
A questão é saber se Jair Bolsonaro, já devidamente afastado de processos eleitorais mas interessado em vencer disputas municipais daqui a menos de um mês, terá coragem de repetir os ataques. Ainda fala grosso ou se já ajustou o tom de voz e as palavras ao novo momento?

Leia a Lia

Leva a assinatura da deputada Lia Gomes (PDT, foto) a lei que institui Campanha de Prevenção e Combate ao Assédio e à Importunação Sexual nos órgãos públicos estaduais do Ceará. O governador Elmano de Freitas já sancionou a lei, que havia sido aprovada na Assembleia em agosto. O assédio é um delito tão grave que, lembra Lia, chega a afastar mulheres do mercado de trabalho.

Sem segurança
No programa eleitoral gratuito, o candidato bolsonarista André Fernandes (PL) diz que é jovem e tem coragem, que rejeita os políticos “que estão há 30 anos no poder” e que não fará promessas. Logo em seguida, promete que não vai deixar a Guarda Municipal fazer a segurança de agentes da AMC em blitze em Fortaleza. André é só um dos três que Jair Bolsonaro poderia chamar de “minha joia”.

Agente da AMC agredida por motorista quando atuava na área do estádio Castelão: ameaçada de perder proteção da Guarda

Vão ficar ao Deus-dará?
Quando promete tirar a Guarda Municipal das operações da AMC, André faz o mesmo que que avisar que, se eleito, negará segurança vital para agentes de trânsito. Blitze não raramente registram agressões e ameaças de motoristas irregulares, alguns bêbados, contra os servidores. Há casos em que até veículos roubados são apreendidos e os criminosos detidos. Sem a segurança da Guarda, como o pessoal da AMC vai se virar?

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O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará conquistou a pontuação máxima no Ranking da Transparência do Poder Judiciário. Foi a primeira vez que o TRE-CE obteve o topo da avaliação, feita pelo Conselho Nacional de Justiça. Chegaram ao mesmo patamar, com 194 pontos, os tribunais do Amapá e do Mato Grosso do Sul.

Obrigação
Gestão, serviços de informação ao cidadão, ouvidoria, tecnologia da informação e comunicação estão entre os itens obrigatórios que os TREs devem contemplar. Também constam da lista auditoria e prestação de contas, sustentabilidade e acessibilidade.