Alece inicia novo ciclo de formações do Renda Gera Renda no litoral Oeste do CE

Alece inicia novo ciclo de formações do Renda Gera Renda no litoral Oeste do CE

Começou nesta semana o segundo ciclo de qualificações do programa Renda Gera Renda, em mais cinco cidades do litoral Oeste cearense. O projeto foi idealizado pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), por meio do Comitê de Responsabilidade Social, do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos e da Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), e é executado  em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade Estadual do Ceará (Uece). 

Artesãs à mão dos municípios de Acaraú, Jijoca de Jericoacoara, Barroquinha, Camocim e Cruz começaram as capacitações/formações em crochê, que vão impactar diretamente nos seus negócios, garantindo a valorização de seus produtos e autonomia financeira através do artesanato.

A secretária-executiva do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos da Alece, Luiza Martins, salientou que o projeto é destinado preferencialmente a mulheres em situação de vulnerabilidade social. “Lógico que há espaço para outras mulheres, mas nosso objetivo é ‘gerar renda’, então estamos captando justamente aquelas mulheres que carecem de um ofício ou de uma autonomia financeira e proporcionar isso a ela”, disse. 

O município de Acaraú recebeu as aulas inaugurais do curso. Ao todo, 45 artesãs crocheteiras  tiveram a oportunidade de conhecer ou aprofundar seus conhecimentos sobre a história do crochê, com a designer Morena Garcia, além de acompanhar uma palestra motivacional, ministrada pela terapeuta sistêmica do Comitê de Responsabilidade Social da Alece, Rachel Rodrigues. 

Os municípios de Cruz, Camocim, Jijoca de Jericoacoara e Barroquinha também iniciaram suas atividades.

Rachel Rodrigues, que ministrou uma conversa motivacional com as participantes de Acaraú, considerou que existem muitos desafios para que estas mulheres alcancem uma independência e uma autonomia financeira. “O empreender requer muito destas mulheres, especialmente de seu emocional, psicológico, então nossa ideia é levantar a autoestima destas mulheres, pois assim tudo vai se refletir na sua arte”, disse. 

Além de uma certificação concedida pela Uece, o curso culmina na montagem de uma coleção elaborada e confeccionada pelas participantes. Conforme a designer Morena Garcia, o produto final do curso será disponibilizado nos ciclos de negócios específicos da área em Fortaleza, algo que amplia a visibilidade e garante a inclusão das artesãs enquanto trabalhadoras.

“Para isso que isso aconteça, iremos trabalhar com elas desde conceitos básicos, como a história do crochê, no caso a técnica que estamos trabalhando, assim como prática, desenvolvimento de coleções, até noções de marketing, precificação, empreendedorismo, fotografia e uso das redes sociais, para que elas possam apresentar o fruto do seu trabalho em outros lugares e não apenas no espaço físico que elas dispõem”, acrescentou.

O curso de crochê tem tanto a função de qualificar o trabalho das artesãs, de forma a valorizar o resultado final, quanto formar novas artesãs, apresentando-lhes um novo ofício que poderá auxiliar ou mesmo ser sua principal fonte de renda, garantindo autonomia financeira que muitas mulheres, especialmente dos municípios do interior do estado, ainda dependem. 

A crocheteira Adriana Vasconcelos diz que desde os 15 anos trabalha com crochê. Foto: Dário Gabriel

Crocheteira há 30 anos, Adriana Vasconcelos explicou que o interesse pelo ofício surgiu na família. “Minhas tias e irmãs também fazem esse tipo de artesanato, e desde meus 15 anos conheço e me dedico a esse trabalho, especialmente o crochê, arte que me especializei e que hoje ajuda a compor a renda da minha família”, disse. 

De acordo com ela, o crochê,  principal técnica ministrada durante o curso, está em alta, e é importante que as artesãs saibam formas de aproveitar o momento, inclusive financeiramente. “Esse curso veio em um ótimo momento, pois estamos aqui para nos qualificar e ampliar nossas possibilidades neste tipo de negócio”, considerou.

Maria Socorro Brandão também é crocheteira há décadas e viu nos cursos a chance de transformar o que antes era um hobby em fonte de renda. “Já domino o crochê, mas nada de vendas. Quero nesse curso aprender sobre isso para começar a empreender e montar meu negócio, que será o que farei daqui pra frente”, explicou.

Maria Socorro Brandão pretende empreender a partir do domínio da arte do crochê. Foto: Dário Gabriel.

SOBRE O PROJETO

O Renda Gera Renda reúne designers e mestres artesãos para oferecer uma imersão no universo do design artesanal, visando ao fortalecimento e desenvolvimento do artesanato local.  As aulas serão realizadas presencialmente de segunda a sexta, com carga horária de 4h por dia, durante oito semanas.

Ao longo do curso, que contará com carga horária total de 160 horas/aula e tem seu encerramento previsto para novembro, serão qualificadas rendeiras que já atuam nessa área, além de formar novas profissionais, a partir de disciplinas como marketing digital, prática de crochê, design, empreendedorismo e precificação.

O primeiro ciclo de qualificações e formações contemplou doze municípios cearenses: Amontada, Aquiraz, Aracati, Beberibe, Cascavel, Fortim, Icapuí, Itapipoca, Itarema, Paracuru, Paraipaba e Trairi.