Com o objetivo de abrir espaço para tecnologias de comunicação mais avançadas, como o 5G, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) realizou uma consulta pública focada em planejar o desligamento dos sinais de internet móvel 2G e 3G, que correspondem a mais de 20% das conexões no Brasil. O processo de coleta de contribuições, realizado entre os meses de outubro e novembro de 2023, foi coordenado pela Superintendência de Outorgas de Recursos da Anatel e o resultado deve ser divulgado em breve.
Apesar de parecerem antiquadas frente aos sinais de telefonia utilizados atualmente pelos smartphones, as tecnologias 2G e 3G são amplamente empregadas no mercado nacional, sendo base de funcionamento para dispositivos presentes no dia a dia dos empresários brasileiros, tais como maquininhas de cartão de crédito e débito, rastreadores e outros produtos de comunicação Máquina a Máquina (M2M).
Ao redor do mundo, 68 países já deram início ao desligamento das redes de segunda e terceira geração, sendo que em 14 deles o desligamento da rede 2G já foi concluído, priorizando tecnologias mais avançadas, a exemplo de 4G e 5G, de acordo com dados do relatório da Global Mobile Suppliers Association (GSA).
Diante dessa mudança iminente, a Allcom Telecom, dona do maior banco de conexões Máquina a Máquina (M2M) e Internet das Coisas (IoT) para empresas no Brasil e na América Latina, destaca a importância das organizações se prepararem desde já para essa transição, visando garantir a continuidade e aprimoramento de seus serviços.
“O 2G foi um marco no desenvolvimento das telecomunicações e revolucionou a comunicação móvel digital ao possibilitar o envio de mensagens de texto, incluindo fotos e recursos multimídia. Também foi o 2G que permitiu a adaptação e a escalada de produtos industriais e de missão crítica, tais como rastreadores veiculares, POS, medidores de água, luz e gás entre outros. No entanto, com o advento de novas tecnologias, especialmente do 4G e do 5G, tornou-se imperativo o desligamento do 2G para liberar espectro e recursos para tecnologias mais avançadas e eficientes”, destaca o CEO da Allcom Telecom, Marcio Fabozi.
Decisão do órgão visa reduzir lentidão e consumo excessivo de energia
Redes mais lentas, como 2G e 3G, consomem mais energia e, consequentemente, representam um maior custo operacional para as operadoras, porém continuam em uso em determinados segmentos por exigirem pequeno volume de dados, como no caso de máquinas de pagamento e rastreamento veicular. Do total de linhas ativas hoje no Brasil, apenas 10% dos usuários utilizam a tecnologia 2G, sendo que a predominante é o 4G, com 200 milhões de linhas, o que corresponde a 77% da telefonia móvel, conforme dados do Infográfico Setorial de Telecomunicações da Anatel.
Para assegurar que a transição não prejudique a qualidade e a disponibilidade dos serviços e visando dar transparência ao planejamento estratégico, a Anatel realizou uma consulta pública, a Tomada de Subsídio n. 23, para discutir os detalhes do desligamento do 2G – assim como o impacto de tal medida – com todos os agentes envolvidos, o que inclui prestadoras do SMP, fabricantes de equipamentos de telecomunicações, usuários e a própria Anatel. Até o momento não foram estabelecidos prazos.
“Antecipar-se é estratégico, pois permite margem para ajustes e imprevistos que possam surgir durante o processo de transição. O engajamento precoce nesse processo garantirá que as empresas estejam na vanguarda da inovação tecnológica, preparadas para enfrentar os desafios e colher os benefícios dessa transição”, aconselha Fabozi.
O profissional destaca que o desligamento do 2G não é apenas uma mudança tecnológica, mas uma oportunidade para as empresas modernizarem suas operações e oferecerem serviços mais eficientes e alinhados às demandas atuais dos consumidores. Nesse contexto, destaca que as empresas precisam agir proativamente para se adaptarem a essa nova realidade, evitando possíveis impactos negativos em seus serviços e operações.
“A substituição de equipamentos obsoletos é crucial. Não se trata apenas de redes celulares ou infraestrutura, como antenas e estações-base, mas também dos chipsets utilizados nos equipamentos. Atualmente todo o mercado 2G está nas mãos de um fabricante que ainda produz esta tecnologia no mundo. As empresas devem avaliar e modernizar sua infraestrutura de telecomunicações, migrando para tecnologias mais avançadas que atendam às demandas contemporâneas”, destaca Fabozi, citando que preparar os colaboradores para lidar com as novas tecnologias é fundamental, o que envolve treinamentos para operação e manutenção de sistemas mais modernos.
Para que esta transição ocorra da melhor maneira e de forma a não impactar custos e ser eficiente, a Allcom Telecom, referência tecnológica e de tendências, tem investido na consultoria aos clientes e parceiros. “As empresas que não entenderem esse movimento e não tiverem ajuda consultiva para adotar o melhor caminho podem sofrer impactos bem sérios. Por exemplo, caso um cliente nosso tenha que substituir centenas de milhares de equipamentos 2G, se isso não for muito bem planejado, o custo e o retorno do investimento pode não fechar a conta”, explica o CEO da Allcom Telecom.