Cagece, Governo do Estado, FRV e Utilitas assinam pré-contrato para produção de hidrogênio verde no Ceará

O presidente da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Neuri Freitas, se reuniu no Palácio da Abolição com o governador Elmano de Freitas e executivos das empresas FRV do Brasil e Utilitas para assinar pré-contrato de fornecimento de água de reúso para FRV, que está investindo em produção de hidrogênio verde no Estado, a partir de fontes sustentáveis. A água de reúso será fornecida pela Utilitas, uma das quais a Cagece possui participação acionária nos novos negócios da companhia.

Chamado de H2 Cumbuco, o projeto consiste na produção de amônia verde para exportação com foco nos mercados europeu e asiático. A empresa deve investir cerca de R$ 27 bilhões, além da geração de cerca de 1.500 empregos na construção e mais de 200 na operação – números correspondem às fases 1 e 2 do empreendimento. A capacidade estimada de produção é de 2GW em sua totalidade.

Na ocasião, Neuri Freitas, presidente da Cagece, avaliou que pré-contrato assinado entre FRV e Utilitas demonstra o compromisso com a economia verde. “Essa água de reúso vai gerar uma economia circular e não vai competir com o abastecimento humano. Tivemos muitas tratativas anteriores a esse momento. É um passo muito importante para Utilitas, Cagece e economia do Ceará”, disse.

O governador do Ceará destacou o impacto do empreendimento para o desenvolvimento socioeconômico do estado. “O Porto do Pecém é uma área de riqueza. Nós queremos ter desenvolvimento, mas também ter os cearenses crescendo à medida que o Porto do Pecém cresce. Fico muito animado com esse projeto da FRV, que é inovador”, afirmou Elmano de Freitas.

H2 Cumbuco

A primeira fase do projeto contempla uma capacidade de 500 MW de eletrolisadores, produzindo 400 mil toneladas de amônia por ano com um investimento de R$ 7 bilhões. Na segunda fase será acrescentada uma capacidade de 1,5 GW de eletrolisadores, aumentando a produção em 1.200.000 toneladas de amônia para atingir um total de 1.600.000 toneladas por ano. Esta fase exigirá um investimento adicional de R$ 20 bilhões.

Manuel Pavon, diretor-geral da FRV América do Sul, detalhou o cronograma de construção e operação: “Seguramente a gente deve começar em 2027 a construção. Isso demoraria em torno de dois a três anos. A operação começaria mais ou menos em 2029 e 2030”, concluiu. Em relação a empregos na fase de operação, estima-se 70 na fase 1, totalizando aproximadamente 150 no final da fase 2.

A produção, segundo a empresa, será realizada sob os rigorosos requisitos da regulamentação europeia e a um custo muito competitivo, com foco na viabilidade e sustentabilidade do projeto. O projeto utilizará energia renovável água de reúso, ou seja, águas residuais urbanas tratadas, reforçando seu caráter circular e sustentável.

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