Do site noticioso The Intercept:
O Projeto 2025 é um manifesto de 900 páginas que detalha os planos de como o “próximo governo conservador” nos EUA pode restringir ainda mais o acesso ao aborto, “desmantelar o estado administrativo”, implodir medidas climáticas, turbinar a exploração de petróleo e dezenas de outras prescrições de políticas de extrema direita. As implicações são globais.
Donald Trump diz não ter “nenhuma ideia de quem está por trás” do manifesto e que “não tem nada a ver com ele”, mas, na verdade, o plano foi escrito em parte por integrantes atuais e antigos da campanha e do governo dele.
A maior parte da mídia política aqui e na gringa continua fixada na “corrida de cavalos” – a especulação de quem está em alta, quem está em baixa e o que dizem as últimas pesquisas.
No Intercept, nossa prioridade é reportar o que os candidatos realmente farão se forem eleitos e como isso vai impactar o Brasil e o resto do mundo.
Isso significa se aprofundar em propostas de políticas como o Projeto 2025 para que os eleitores saibam o que está em jogo – e quem lucra com isso.
E também significa expandir nossa gama de parcerias com jornais estrangeiros, para trazer para você apurações e perspectivas que simplesmente não encontrará em nenhum outro lugar.
Não é exagero dizer que os votos dos norte-americanos provavelmente determinarão se nós, como espécie humana, aproveitaremos ou desperdiçaremos nossa última chance de evitar os piores efeitos da mudança climática. Ou seja, essa eleição é importantíssima.
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Apesar de Trump afirmar que não tem “nada a ver” com o Projeto 2025, o pessoal de sua administração e campanha contribuiu para o projeto, inclusive Karoline Leavitt, a porta-voz de sua campanha atual.
Rick Dearborn, Russ Vought, Gene Hamilton e Ken Cuccinelli são alguns dos assessores de Trump que estão articulando esse plano radical para transformar o governo do país mais poderoso da história da humanidade. Estamos de olho neles.
O assessor Peter Navarro também escreveu um capítulo do Projeto antes de ser preso por não cooperar com a CPI do Capitólio, no 6 de janeiro de 2021 (aquele motim que Eduardo Bolsonaro acompanhou de perto e serviu como inspiração para nosso infame 8 de janeiro). Já entendeu como esses caras influenciam o Brasil?
Enquanto outras redações apenas relatam, sem fôlego, os resultados das últimas pesquisas, repetem o senso comum da grande mídia americana e enchem seus jornais com especulações intermináveis sobre quem pode ganhar ou perder. O Intercept se concentra no que o público pode esperar que cada candidato faça se for eleito – sem torcida ou vista grossa para nenhum partido político.
Só conseguimos manter essa perspectiva diferenciada porque somos uma redação independente que é financiada por doações dos nossos leitores.