Tão bolsonaristas quanto qualquer hidrófobo que faz continência para pneu e sinaliza para OVNIs, os tucanos estão tentando mais uma vez pousar com asas e garras agourentas na política nacional – alguns ainda não estão convencidos de que foram expulsos do cenário nacional por razões várias e justas, entre as quais a incapacidade de responder com propostas e ética aos eleitores que confiam votos a eles.
O PSDB esteve na gênese do reacionarismo antidemocrático, que começou com o questionamento do fracassado Aécio Neves aos resultados das urnas em 2010, se manteve com atos violentos nas ruas do País em 2013, seguiu com o conluio com Eduardo Cunha e outros pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, ampliou-se na armação da “Operação Lava-Jato”, alcançou o ápice com a prisão de Lula, derivou para a eleição de Jair Bolsonaro e chegou ao golpe de 8 de janeiro de 2023.
Agora, o mesmo partido – o qual não passa de uma sombra pálida do que já foi nos parlamentos federais e nos governos estaduais e municipais – reaparece chamando de “eleitoreiro” pronunciamento do presidente Lula no fim de semana. O PSDB trata a fala do mais importante ocupante de cargos públicos do País, eleito com o inquestionável voto do povo, como se ilegítima fosse.
O que os tucanos fazem é exercitar, como bolsonaristas que são, a mais completa aversão à democracia e ao respeito à lei.
Abaixo, trechos de matéria do UOL publicada nesta segunda-feira (29.7):
O PSDB diz que vai à Justiça contra o pronunciamento do presidente Lula (PT) na rede nacional de rádio e TV na noite deste domingo (28).
O que aconteceu
Partido diz que Lula usou espaço para “fazer propaganda”. “O presidente usou esse expediente para fazer propaganda da divisão do país de qual ele é um dos protagonistas e transmitiu dados eleitoreiros para subsidiar o discurso de seus candidatos a prefeito e vereador neste ano”, disse o PSDB.
Para o PSDB, o discurso não trouxe “informação relevante” que justificasse fala à nação. “Por não ser justificável, o PSDB irá à Justiça contra o governo federal por uso indevido da convocação da rede nacional de rádio e TV”, acrescentou o partido, em nota assinada pelo presidente do partido, Marconi Perillo.
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É óbvio, mas o PSDB não moveu uma palha sequer para, por exemplo, questionar a manifestação na qual Jair Bolsonaro reuniu embaixadores para falar contra a lisura do processo eleitoral no Brasil. Nem, nos quatro anos da gestão do hoje inelegível, denunciar ilegalidades cometidas aos borbotões pelo estão ocupante do Palácio do Planalto. Não se conhece dos tucanos nenhuma menção ao desvio de joias atribuídos por investigações policiais a Bolsonaro e asseclas.
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Mais do UOL:
Lula fez fala com ataques a Bolsonaro
Sem citar o ex-presidente, Lula disse que o Brasil “se reencontrou com a civilização”. No discurso, o atual mandatário afirmou que o país passou por uma “enorme destruição”, com corte de recursos para educação, saúde e meio ambiente.
“Espalharam armas ao invés de empregos. Trouxeram a fome de volta. Deixaram a maior taxa de juros do planeta. A inflação disparou e atingiu 8,25%. Diziam defender a família. Mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas”.
Trecho da fala de Lula
Apesar das críticas, Lula frisou que é hora de falar em “reconstrução e futuro”. O petista destacou números do governo, como o crescimento da economia, a geração de empregos e a retomada de programas sociais. Ele também prometeu a aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional. A medida, segundo Lula, vai “descomplicar a economia” e baratear o preço de alimentos e produtos essenciais, como a carne.
Lula disse também que o “Brasil voltou ao mundo” ao citar o reposicionamento do país no cenário internacional . Ele lembrou que o Brasil vai sediar a reunião do G20 em novembro, além da COP-25 no ano que vem, em Belém. “Vamos colocar no centro do debate internacional a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Não podemos nos calar diante de um drama que afeta a vida de 733 milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo. Para tornar o mundo mais justo, estamos liderando para o G20 a proposta de tributação dos super-ricos, que já conta com a adesão de vários países.”