Vinte e duas telas comporão exposição comemorativa itinerante, com a primeira mostra prevista para 26 de agosto, por ocasião de audiência pública da Assembleia Legislativa do Ceará – realização da Comissão de Cultura e Esporte. O objetivo é promover reflexões sobre a importância da Confederação do Equador, movimento libertário nordestino, bem como de seus espaços e personagens, no contexto das lutas do século XIX, que resultaram na implantação da República no Brasil.
O projeto é encampado pela Fundação Sintaf, com o apoio do Sindicato dos Fazendários do Ceará e da Eceiba (Estação de Cultura Ecopedagógica e Instituto Bárbara de Alencar).
Resgate da cidadania política e cultural
O diretor de Cidadania, Inclusão Social e Cultura da Fundação Sintaf, Luiz Carlos Diógenes, explica que a comemoração do bicentenário também prevê apresentações teatrais em municípios do Ceará, com o resgate do valor político e histórico dos heróis e heroínas cearenses. “Estas duas ações no campo das artes plásticas e cênicas são iniciativas que buscam contribuir com o fortalecimento da cidadania política e cultural do Nordeste brasileiro”, destaca o diretor.
Processo criativo diverso
A artista plástica Zezé de Sales, que coordena o Calçada.20 com o também artista plástico Vlamir Sousa, conta que o grupo debateu e aprofundou o tema, considerado por todos como “de suma importância”, cada um com o seu próprio processo criativo. “O projeto dos 200 anos da Confederação do Equador, focando na heroína Bárbara de Alencar, é muito rico para todos nós”, aponta.
Sobre a Confederação do Equador
O Ceará foi um dos palcos da Confederação, que teve início em Pernambuco e contou com a adesão do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. No Ceará Confederado, entre outros revolucionários, destacam-se Padre Mororó, Pereira Filgueiras, José Martiniano de Alencar e Tristão de Araripe, sendo estes dois últimos filhos de Bárbara Pereira de Alencar, primeira presa política do Brasil, encarcerada de 1817 a 1820.
Bárbara é também avó da maior expressão do Romantismo brasileiro, José de Alencar, e participou ativamente na luta pela libertação do jugo opressivo português. O destaque político e público maior de Bárbara foi por ocasião da Insurreição Pernambucana de 1817. Em 1824, na Confederação do Equador, seu protagonismo ficou mais nos bastidores.
Coletivo Calçada.20
Grupo de artistas que se organizou há seis anos para promover exposições e ações no
âmbito da produção e difusão das artes visuais. Possui um elenco permanente ao qual
vai se agregando novos componentes de acordo com os eventos. Dentre suas principais
realizações, destacam-se as exposições “08 de Março” e “Maio das Artes”, referentes ao dia do artista plástico no Brasil.