Ciro queria o lugar de Lula; vai ficar com o do Olavo

Artigo do jornalista Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:

O ex-deputado federal Ciro Gomes, cujo desempenho parlamentar não contempla proposta que valha ser citada pelo impacto social, assumiu enfim o que era no início da carreira política e que tentou esconder ao longo da vida pública que teve: um elemento com firmes vínculos com a ditadura empresarial-militar que empalmou na base da força bruta as necessidades, aspirações e sonhos de Democracia pelas quais o brasileiro lutou entre 1964 e 1985 e até morreu, como o jornalista Vladimir Herzog.

A morte de Vladimir Herzog – Blog do Barreto
Herzog: vítima da ditadura

Nesse sentido, Ciro tentou dar braçadas em mares com os quais não tinha familiaridade, os da esquerda. Quis usar a retórica e os métodos progressistas para se aproximar de fatias libertárias da sociedade. Afundou feio.

Ciro Gomes buscou em 2018, vendo o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso pela armação criminosa da “Operação Lava-Jato”, conduzida com fins deletérios por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, ser alçado à condição de sucessor do líder dos trabalhadores – apontado por historiadores e estudiosos da política como o maior que o País já teve. Foi, assim, repudiado pelas urnas em duas eleições presidenciais seguidas.

Tornou-se, movido por instintos persecutórios e vingativos, um agudo inimigo da esquerda. Figadal adversário e azedo desafeto, pode-se dizer.

Se antes se desmanchava em elogios baratos a Lula (“é um grande estadista”, proclamava), chegou depois a atacar até a primeira-dama, Janja, com o objetivo de arranhar por tabela a imagem do presidente da República e agora cita “esquemas” colossais de corrupção e os atribui ao PT. Esse é o jogo de Ciro Gomes – sem escrúpulo de apelar para a misoginia, para xingamentos e para fake news.

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Ciro Gomes, pelo que fez e pelo que se tornou, não deve ter o reconhecimento popular para ocupar o lugar de Lula.

Ao contrário, virou piada.

Vai, no máximo, se habilitar para ocupar o lugar do finado Olavo de Carvalho, mistificador que se dizia “filósofo” e que se especializou a disseminar vigarices, teorias conspiratórias, mentiras e ataques à Democracia. Na opção que fez, Olavo se mostrou negacionista violento e abasteceu o bolsonarismo com munições para combater as vacinas contra a covid-19, o que causou mais de 700 mil mortes pela doença no Brasil – a dele mesmo, inclusive.

Antes de virar piada, o que de fato se sucedeu, Olavo de Carvalho se tornou a personificação do ódio e do rancor.

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