O rito jurídico é rigoroso e deve ser respeitado. Quem não o observa ou é autoritário ou é burro mesmo, sendo magistrado, advogado ou promotor e procurador. Seguir a lei como a lei manda é o mínimo que se pode exigir e esperar dos operadores da Justiça.
Quem age contra essa regra fundamental, como fizeram os mafiosos da Operação Lava-Jato, deslumbrados com os holofotes e o ar de “heróis” que ganharam da mídia amestrada e cúmplice e da ignorância e do revanchismo, termina ridicularizado, desautorizado, desmascarado e submetido aos esgotos político e histórico. Sérgio Moro e Deltan Dallagnol que o digam.
Essas rápidas anotações têm a ver com o mais recente passo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nos procedimentos referentes ao golpe de Estado infligido por bolsonaristas em 8 de janeiro.
“Por que demora tanto?”, perguntam alguns. Porque o Justiça séria e rigorosa precisa cumprir a lei, respondem outros. Se não for assim, vira lavajatismo, se torna viralatismo.
Abaixo, informações da Agência Brasil:
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviou (…) para a Procuradoria-Geral da União (PGR) as manifestações de defesa apresentadas por denunciados no inquérito sobre a trama golpista.
O prazo de 15 dias para a entrega da defesa por escrito começou a contar no dia 19 de fevereiro, quando a maioria dos acusados foi notificada sobre a denúncia, e venceu às 23h59 desta sexta-feira (7).
A PGR, por sua vez, terá cinco dias, a contar a partir da próxima segunda-feira (10), para se manifestar sobre os argumentos apresentados pelos advogados dos denunciados.
Denunciados
Um dos documentos enviados por Moraes à PGR traz a defesa de denunciados do núcleo que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-integrantes de sua gestão. São eles:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência;
- Mauro Cid; ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Moraes também encaminhou à PGR as defesas de integrantes de outro núcleo, que inclui os seguintes denunciados:
- Bernardo Romão Correa Netto;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar der Oliveira;
- Fabrício Moreira de Bastos;
- Hélio Ferreira Lima;
- Márcio Nunes de Resende Júnior;
- Nilton Diniz Rodrigues;
- Rafael Martins de Oliveira;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros; e
- Wladimir Matos Soares
Julgamento
Após a entrega das defesas, o julgamento será marcado pelo STF. O processo será julgado pela Primeira Turma do Supremo. O colegiado é composto por Moraes, relator da denúncia, e pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Pelo regimento interno da Corte, cabe às duas turmas do tribunal julgar ações penais. Como o relator faz parte da Primeira Turma, a acusação será julgada pelo colegiado. Se maioria dos ministros aceitar a denúncia, Bolsonaro e os outros denunciados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF.
Considerando os trâmites legais, o caso pode ser julgado ainda neste primeiro semestre de 2025.