Memorial faz aula aberta sobre história e patrimônio arquitetônico da Alece

O Memorial da Assembleia Legislativa do Ceará Deputado Pontes Neto (Malce) realizou aula aberta sobre a arquitetura do edifício-sede do Poder Legislativo, Palácio Adauto Bezerra. A aula, ministrada pelo arquiteto e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) Pedro Boaventura, foi seguida de visita mediada pelo prédio e faz parte das atividades alusivas às comemorações dos 190 anos da Assembleia.  Sobre os temas “História” e “Patrimônio Arquitetônico”, a iniciativa visou a compreender as características arquitetônicas do Palácio Adauto Bezerra e suas relações de ordens econômica, social e política.

O coordenador do Malce, Paulo Roberto de Carvalho, explicou que até meados da década de 1970 a sede do Legislativo se localizava onde hoje funciona o Museu do Ceará, “uma edificação do final do século XIX e início do século XX e carregada com as características desse período”.

“O Palácio Adauto Bezerra, erguido em meados da década de 1970, foi construído em um novo estilo arquitetônico que refletia as ideias daquela época. O resultado foi um olhar evoluído em relação ao edifício anterior, e daí a importância de trazermos, neste momento, uma reflexão sobre as características desse espaço arquitetônico e suas relações com o cotidiano”, disse.

Com seu design em estilo brutalista, o Palácio Adauto Bezerra foi inaugurado em 13 de maio de 1977. O arquiteto responsável pelo seu desenho, Roberto Martins Castelo, é natural de Fortaleza e foi diplomado pela Universidade de Brasília (UNB), onde conheceu a obra de Oscar Niemeyer, tendo sido aluno de Paulo Mendes da Rocha, ambos grandes referências em seu trabalho.

Segundo o professor Pedro Boaventura (foto abaixo), a concepção do Palácio Adauto Bezerra é muito especial. “Tanto por sua conceituação teórica quanto por sua execução técnica, sua tecnologia sofisticada e seus valores simbólicos, o edifício-sede da Alece tem um grande papel no reconhecimento e valorização da instituição”, argumentou.

Na aula, Boaventura comentou sobre a importância da conservação de edifícios históricos como esse e pontuou ações que podem acarretar perda de potencial e de valor. “Reformas sucessivas e desordenadas, intervenções localizadas sem articulação com o todo e ignorar a orientação de um arquiteto durante os processos de reforma são algumas atitudes que podem ter como consequência a desvalorização do lugar, algo que pode refletir no público e funcionários da instituição”, afirmou.

O percurso da visita mediada abrangeu todo o edifício principal da Alece, até o Plenário 13 de Maio. A estudante de terceiro semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifor, Maria Clara Pacheco, elogiou a atividade promovida pelo Malce, especialmente a explanação sobre o tema “Brutalismo” – estilo arquitetônico que se caracteriza pelo uso de concreto aparente, formas geométricas e uma estética funcional e crua.

“Eu fiquei muito animada com a aula, pois não sabia que Fortaleza tinha edifícios em estética brutalista, e é interessante ver como cada detalhe aqui foi pensado conforme suas funcionalidades”, apontou.

Outros edifícios em arquitetura brutalista mencionados por Pedro Boaventura durante a aula foram a Biblioteca Pública do Estado do Ceará, o Palácio da Abolição, a Perícia Forense do Ceará, o edifício Raul Barbosa (onde funcionava a sede do Banco do Nordeste), o Terminal Rodoviário Engenheiro João Thomé, entre outros.

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