O Ceará apresentou em janeiro alta de 2,4% na atividade econômica, considerando dezembro de 2024, o mês anterior, segundo o Banco Central. O crescimento foi apontado pelo Índice de Atividade Econômica Regional – Nordeste, que acompanha os setores indústria, comércio/serviços e agropecuária.
Segundo a análise feita pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste, o desempenho do Ceará pode ser explicado pela performance positiva da indústria de transformação, que elevou a produção industrial em 7,9% em relação ao mês anterior. O comércio varejista, por sua vez, subiu 1,7%, ajudado pelas vendas em alta de 8,1% de veículos, motocicletas, partes e peças, além do crescimento do volume de vendas de 15% de materiais de construção.
Um dos estímulos para a economia tem sido a expansão da oferta de crédito, que colabora para a manutenção do nível de demanda, contribuindo para um maior nível de investimento e produção, mesmo diante dos níveis elevados das taxas de juros, afirma o economista-chefe do BNB, Rogério Sobreira. “Neste sentido, o Banco do Nordeste vem desempenhando um papel central ao elevar as contratações e desembolsos e ofertar crédito a taxas médias mais baixas do que os bancos privados”, afirma. No caso da indústria cearense, por exemplo, houve um aumento de mais de 1.330% no volume contratado junto ao BNB em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2024. Foram R$ 190 milhões em financiamento.
Outra contribuição do BNB se deu através do programa de microcrédito urbano orientado, Crediamigo. Em janeiro deste ano, houve uma alta de 34,2% no volume contratado no estado quando comparado a janeiro de 2024, atingindo mais de R$ 251 milhões. “Esta atuação do banco é um dos fatores que explica a expansão observada no comércio varejista”, completa.
O economista-chefe afirma que a atuação anticíclica do banco vem colaborando para evitar uma desaceleração na atividade econômica na região, o que ajuda a explicar porque a região tem apresentado taxas de crescimento mais elevadas do que o Brasil nos últimos dois anos. De fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, a região Nordeste tem crescimento acumulado de 3,9%, superior ao observado em nível nacional, que é de 3,8%.