A Coluna do Roberto Maciel (sábado, 3.5): Vergonha e derrota na CPI do Golpe não impediram oposição de pedir outra para o roubo (iniciado na era Bolsonaro e desmontada no governo de Lula) no INSS

  • Não saía da boca dos opositores do Planalto no Congresso Nacional a ameaça de instauração de uma CPI para investigar o roubalhão de mais de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas do INSS. Diante do que é atribuído à gangue de Antônio Carlos Camilo Antunes (ou “Careca do INSS”), a golpista e ex-advogada Georgina de Freitas, que nos anos 1990 teria surrupiado R$ 2 bilhões dos beneficiários do órgão, seria uma pobre-coitada. Não passaria de uma velhinha de Bíblia e batom na mão direita. Georgina morreu em 2022, justo quando o grupo do “Careca” fazia farra com dinheiro alheio, mas nunca deve ser esquecida. Pois a bancada bolsonarista chegou lá nesta semana: juntou 185 adesões e protocolizou pedido de CPI. E agora? Agora, sobra gente lembrando a frustração, a vergonha e o amargor que a CPI do Golpe, requerida pelo inexperiente André Fernandes – que até levou um “rela” do então ministro da Justiça, Flávio Dino – deixou na direita-extrema. Não foi tiquinho.

 

Pois é
A estratégia da oposição não é tida como inteligente. É claro que uma CPI assim pode arranhar a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT, 2023-), mas não vai deixar por menos para a de Jair Bolsonaro (PL, 2019-2022). É que a roubalheira teria sido inaugurada em 2019, justo o ano em que o hoje inelegível começou a gestão dele.

Em casa de enforcado…
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), aplaudido pela insuperável boquirrotice por 11 em cada 10 bolsomínios, perdeu de vez o medo de contrariar a família Bolsonaro. É dele a atrevida declaração, ao saber que foi condenado na Justiça a pagar R$ 200 mil por crime de transfobia: “Se tivesse feito rachadinha, estava absolvido”.

…Não se fala em corda
O assunto é detestado na casas dos Bolsonaros. Flávio, senador pelo PL-RJ, foi alvo de constrangedora investigação exatamente por crime de “rachadinha”, tendo o assessor miliciano Fabrício Queiroz como coadjuvante. Acabou absolvido pela Justiça fluminense.

Outros
O engodo não acaba em Flávio – ou não começa, conforme o ângulo de quem vê. “(Jair) Bolsonaro roubava dinheiro da gasolina, tenho documentos (para provar)”, disse Ciro Gomes em março de 2022. E mais: “Valdemar Costa Neto foi condenado no mensalão, pagou uma cadeia”. Valdemar, sabe-se, é o cacique do partido de Nikolas.

Em pauta
A Assembleia Legislativa debate segunda-feira, na Comissão do Trabalho, Administração e Serviço Público, a jornada de seis dias de trabalho por um de descanso. Esse esquema, já secular, afasta o Brasil das economias mais fortes do mundo e impõe danos graves à saúde do empregado. Quem requereu a audiência foi o deputado De Assis Diniz (PT, foto abaixo)). Começa às 14h.

Indispensável
Atualmente, tramita no Congresso Nacional proposta que extingue a jornada 6×1. A autora é a deputada paulista Erika Hilton (PSol).

“Capitã Wagner”
Leva o jamegão da deputada federal cearense Dayany Bittencourt (UB), também conhecida como “Dayany do Capitão”, projeto que infla a pena para crime de charlatanismo. Hoje, a punição é de três meses a um ano de xilindró e multa. Com a nova proposta, vai para detenção de um a quatro anos e multa. E só se não houver no caso crime mais grave.

Longo caminho
Esse delito é muito conhecido em meios religiosos e têm, digamos assim, bem mais gravidade do que a folclórico enganação protagonizada pelo “homem da cobra”. A proposta de Dayany passou na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara e seguirá para a de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, para o plenário da Casa e, se aprovado, para o do Senado.

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