- O deputado federal cearense José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, ocupou largos e fundos espaços na cena nacional da comunicação alternativa para fazer um alerta grave: “Fazer justiça tributária no Brasil é mexer num vespeiro. Desde a proclamação da República, em 1889, os ricos, os donos da produção de quem trabalha, resistem bravamente a pagar impostos. Os anos se passaram e a mentalidade colonial de muitos permaneceu”. O aviso não se refere a fato novo – o próprio parlamentar deixa isso claro, quando menciona episódio do século XIX. No entanto, indica o quanto é decisiva a queda de braço entre forças que se opõem na política. “O problema são os privilégios fiscais dos mais ricos e o impacto da tributação na população de menor renda e em extrema pobreza. É isso que tem que ser resolvido e o Congresso Nacional não pode se negar a ajudar o Brasil a superar essa pendência”, argumenta Guimarães, pondo o dedo na ferida: “O fato é que os ricos não querem pagar impostos, se beneficiam de renúncias fiscais e isenções, sem falar na sonegação tributária, praticada por grande parte deles”.
Golpe
A derrubada do IOF pela Câmara federal e o aumento da conta de energia, desrespeitando acordos políticos firmados com o Planalto, mostra o quanto é ameaçador o “vespeiro” citado por Guimarães.
Os negócios
A propósito, o tema tem sido debatido em Fortaleza, sim. E com análises qualificadas. Nesta semana, por exemplo, a articulação empresarial “Amigos em Ação” se reuniu com o advogado tributarista e mestre em Direito Hugo de Brito Machado Segundo. A pauta incluiu a reforma tributária.
A política
Outro nome de peso nas discussões sobre a reforma é o deputado federal Mauro Benevides Filho (PDT), também cearense. Reconhecido como um dos mais credenciados economistas do Congresso Nacional, Mauro é rigoroso e dá nome aos bois: “O mercado financeiro não reconhece os esforços do Governo para manter o equilíbrio fiscal. Os números são claros, mas falta, para muitos setores, o compromisso com o bem-estar do povo. Não existe social sem o financeiro”, afirma.
X da questão
O Brasil é o segundo país mais desigual do G-20, diz José Guimarães. Estar entre as 20 economias mais fortes do planeta não resolve abismos como o cavado por 10% dos mais ricos, que concentram quase 60% da renda nacional. “Desigualdade alimentada por privilégios de classe, por um sistema tributário injusto, com o peso dos impostos recaindo sobre a classe média e a população de menor renda”, diz.
Prestação de contas
O ponto final de Guimarães é quase uma declaração de guerra aos abismos sociais: “Precisamos superar nossa herança colonial, nossas pendências históricas, fazer justiça fiscal, reduzir a desigualdade, construir um país democrático, justo e livre, sem pobreza, ambientalmente equilibrado, com pessoas dignas, que possam se orgulhar do país que vivem”.
Agora é cearense
Engenheira civil nascida em Belmonte (BA), Wandy Barbosa Gadelha é agora uma orgulhosa cidadã cearense. Residente em Fortaleza desde 1956, Wandy atuou no DAER (atualmente SOP) e na Escola Industrial de Fortaleza. Foi a primeira mulher a exercer a profissão de Engenharia no Ceará. Tem, assim, serviços inestimáveis prestados ao Estado.
Empoderamento feminino
Wandy Gadelha recebeu segunda-feira a comenda da Assembleia Legislativa. Na sessão, foram homenageadas outras profissionais do Sistema Confea/Crea-CE. A engenheira eletricista e de Segurança do Trabalho Thereza Neumann Santos de Freitas, ex-presidenta do Sindicato dos Engenheiros do Estado, também ganhou destaque.
É lógico, Eulógio
A articulação política e social pela infância e adolescência ganha força extra segunda-feira, com o Pacto Câmara Legal – acordo entre vereadores e conselheiros tutelares por um protocolo de colaboração institucional. Quem está à frente do Pacto são a União dos Vereadores do Ceará e a Associação dos Conselheiros, Ex-conselheiros Tutelares e Suplentes, presidida pelo ex-vereador Eulógio Neto.
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