Do site The Intercept:
Um tarifaço de 50%, um ex-presidente colocando o próprio país na lama para se salvar da prisão e uma janela rara que pode se fechar rápido.
Não estou falando da possibilidade de reeleição de Lula em 2026. Estamos falando de algo maior — e mais urgente.
É que, pela primeira vez em décadas, temos a chance de recolocar a soberania nacional no centro do debate público. E não como mero discurso — mas pelos seus impactos concretos na vida de todos nós: empregos, segurança alimentar, investimento em ciência e tecnologia, abertura de novos mercados, crescimento da indústria nacional…
A bravata de Trump para proteger os interesses de suas financiadoras — as big techs — e atacar o Brasil revelou o que o bolsonarismo sempre foi: subserviente, antinacionalista e golpista. Só isso já seria uma vitória para levarmos às próximas eleições.
Mas o tarifaço também escancarou uma ferida antiga: a dependência externa de uma elite que não se importa em manter todo o país como curral dos EUA, desde que continue lucrando com a exportação de commodities.
O agro brasileiro — que patrocinou a tentativa de golpe e financiou as candidaturas da extrema direita — agora implora socorro ao presidente Lula.
A ironia aqui é brutal. E a nossa nova reportagem mostra isso com clareza: o tarifaço de 50% anunciado por Trump vai devastar o agronegócio de estados comandados pelos aliados de Bolsonaro — Tarcísio, Zema e Caiado.
Mais do que constranger seus apoiadores, essa tentativa irracional do bolsonarismo de se salvar da cadeia vai afetar o Brasil inteiro. E quem paga a conta, como sempre, somos nós: com inflação, desemprego e comida mais cara na mesa.
Essa é a hora de virar o jogo. De parar de apenas resistir aos retrocessos que a extrema direita tem empurrado sobre todos nós e começar a construir um projeto de país soberano e desenvolvido.