- Chega a espantar a docilidade do empresariado nacional debaixo de toda a agressividade contra o Brasil do presidente dos EUA, Donald Trump, taxando com 50% do valor nominal as exportações de produtos locais para os Estados Unidos. O presidente da CNI, a poderosa Confederação Nacional da Indústria, mostra o quanto é possível à entidade ser mansinha. Disse Ricardo Alban (foto acima): “Antes (de retaliar), é preciso esgotar toda e qualquer possibilidade de negociação”. A prudência nunca foi nem será virtude passível de crítica. Ao contrário: deve ser estimulada e defendida. No entanto, associada a grupos como os das federações das Indústrias de São Paulo e do Ceará, a CNI postou-se em 2016 favorável ao impeachment da então presidenta Dilma Rousseff. Mesmo tendo a movimentação elementos de ser um golpe articulado por políticos como Aécio Neves, Jair Bolsonaro, Eduardo Cunha e Roberto Jefferson, não apareceu ninguém nos fóruns da Confederação alertando por “prudência” ou quaisquer gestos de contenção, racionalidade e equilíbrio. Mesmo tendo aquilo jogado o Brasil numa instabilidade política e social sem parelha, que persiste hoje, nove anos depois, a CNI foi junto.
E o outro lado?
Na reunião em que Ricardo Alban defendeu a “prudência”, nenhum participante – entre os quais o ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin – lembrou que do outro lado da mesa não se falou de negociação, não se abriu diálogo. Longe disso, Trump – apoiado pelos bolsonaros e por Tarcísio de Freitas – deu um forte golpe na economia brasileira.
Quem é o pato?
Uma das marcas da indústria no golpe do impeachment coube à Fiesp. A entidade pagou por gigantescos infláveis para dizer que os empresários “não eram patos” para serem “vítimas” de Dilma. Também bancou a instalação de banheiros químicos, na época controlados pela então ativista Carla Zambelli, na Avenida Paulista, para que os manifestantes se aliviassem. Zabelli é, agora, uma fugitiva da polícia.
Cadê a oração?
Em Fortaleza, um corretor de imóveis chamado Paulo Angelim teve entrada franqueada pela Fiec para fazer palestras a favor do impedimento de Dilma. Angelim também se destacou por, mesmo sendo evangélico, puxar orações de Pai-Nosso na Avenida Beira-Mar e na Praça Portugal contra a presidenta. O mundo, afinal, não dá voltas; capota.
Cartas na mesa
A propósito, Lula se manifestou quinta-feira sobre a chantagem de Trump e o ministro Alexandre de Moraes determinou, na sexta, buscas em endereços de Jair Bolsonaro e a aplicação de uma vistosa tornozeleira eletrônica na canela do ex-presidente. As apostas estão sendo dobradas.
Nas ruas
A Prefeitura de Fortaleza está em busca de contratar a locação de ambulâncias. O “aumento no número de acidentes, da violência urbana e a insuficiente estruturação da rede assistencial” são os motivos da medida. A encomenda se refere a 28 veículos, todos com equipamentos específicos e motorista.
Coleguinhas
Vão até 10 de agosto as inscrições para curso gratuito sobre instituições brasileiras destinado a jornalistas. A atividade, denominada “Reporta+: mecanismos de controle, transparência e jornalismo investigativo”, resulta de parceria entre Associação dos Membros dos Tribunais de Contas e Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Inscrições aqui: https://investne.short.gy/cQDBen.
Em queda
Elmano de Freitas (PT, foto acima) colocou no embornal de feitos mais um elemento para 2026. A redução de 16,6% nos registros de Crimes Violentos Letais e Intencionais no Ceará, mais conhecidos como “assassinatos”, comparando o primeiro semestre deste ano com o de 2024, é um trunfo e tanto. A oposição que lute.
Inclusão
Quando agosto chegar, haverá 65 vagas novas em cursos profissionalizantes gratuitos da Cagece. A Companhia fará capacitações em Eletricidade Básica, Excel Intermediário e Gestão Financeira. Os interessados devem solicitar carta de encaminhamento ao Sine/IDT, até 1º de agosto. As matrículas serão feitas na sede da Cagece (Av. Lauro Vieira Chaves, 1030, Vila União, em Fortaleza) em 2 de agosto.