Por Roberto Maciel, editor do portal InvestNE:
Primeiro, peço humildemente desculpas à leitora e ao leitor pela tão escandalosa e abusiva sequência de erros no título que encima este texto. Teria sido mais adequando escrever “Cuide-se, Jair Renan: a parte mais dura acabará sobrando para você”, mas correria o risco, este autor modesto, de não ser entendido nem por tão singular personagem.
Jair Renan, na formação de quatro rapazes ofertada ao mundo pelo réu da Justiça e inelegível Jair Bolsonaro, é o mais novinho. Tornou-se vereador em Balneário Camboriú (SC) pela vontade do pai, entusiasmado e animado a dar-lhe um emprego, tirando das próprias costas e colocando sobre o contribuinte a tarefa de sustentá-lo. Tornou-se, na sequência dos fatos, uma espécie de piada ambulante pela volumosa sucessão de erros de Português que comete a cada manifestação que faz em plenário.
Pois, a permanecerem os problemas que cercam o clã, acabará restando apenas Jair Renan Bolsonaro para, em 2026, levar o nome da família aos espaços noticiosos da política.
Vejamos:
Michelle, a esposa, não quer saber de ter o passado vasculhado por adversários ferozes e inclementes. Prefere se fazer acompanhar pelo maquiador Agustin Fernandez e, vez ou outra, aparecer em igrejas evangélicas posando de boa moça – o que, de fato, pode ser, não sei. Farra e ostentação nenhuma, afinal, merece ser substituída por trabalho e compromisso social – pelo menos é assim que a média dessa turma acha.
Flávio, protagonista de um pavoroso caso de “rachadinha” com salários de servidores fantasmas da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando era deputado estadual, corre léguas de qualquer menção ao caso. Hoje senador, está numa espécie de céu da política, sem precisar morrer, e formula estratégias no grupo do pai, sem precisar enfrentar nenhum financiamento habitacional.
Eduardo, deputado federal, abandonou o mandato e fugiu para os Estados Unidos sem que ninguém o perseguisse – alegava ser alvo da Justiça, do ministro Alexandre de Moraes, mas era só conversa fiada. Nos EUA, lidera a missão de fazer de si e do pai fantoches de Donald Trump e de especuladores que estão ganhando bilhões de dólares com as oscilações provocadas pela guerra tarifária contra o Brasil. Os pendrives de Eduardo, se contivessem, algo poderia explicar muita coisa.
Carlos é fraco das ideias. Vereador no Rio de Janeiro, notabilizou-se por não apresentar projetos, por discutir e ameaçar publicamente a então vereadora Marielle Franco (PSol), assassinada pelo “gabinete do crime”, e por liderar o “gabinete do ódio” que funcionava em sala ao lado da que o pai ocupava no Palácio do Planalto. Carlos pode ser psicopata, mas burro não é.
A caçula, Laura, é uma adolescente de poucos sorrisos. Tem apenas 14 anos, o que não é idade nem para tirar carteira de motorista.
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Ou seja, se o grupo quiser lançar alguém com o sobrenome Bolsonaro para se destacar na política em 2026, vai sobrar para Jair Renan. Ele precisa saber que vai ser duro enfrentar a grossura de acusações, insinuações e sugestões sobre o que faz ou gosta de fazer, mas é capaz de deixar tudo para trás.