Por Roberto Maciel, jornalista:
Desde ontem tenho ouvido, lido e dado atenção a análises sobre o que resta fazer a Jair Bolsonaro, condutor e beneficiário do golpe de estado de 8 de janeiro de 2023, sob medidas restritivas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes. Coitado de mim, coitados de nós.
A discussões têm como base as seguidas desobediências do mau militar e mau político – pequenas delinquências, podemos chamar assim – às regras definidas pela Justiça. Bolsonaro, que insiste em não respeitar a lei, já usou redes sociais de terceiros para se fazer de vítima, inspirou ameaças dos filhos Flávio e Eduardo às instituições democráticas, já falou à Imprensa como um superstar faria.
Tenho uma sugestão simples, tão simples que me assusto por luminar nenhum ter tido a ideia de apresentar algo assim.
Basta que se convoque a equipe da Operação Lava-Jato, com figuras de triste memória como Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Gabriela Hardt, Carlos Fernando e Marcelo Bretas, sombrias mas festejadas pela opinião pública de então, para dar consultoria. Se estiverem soltos ainda, é claro. Bolsonaro vai poder ir ao enterro de irmão? Não. E a velório de neto? Talvez. Vai poder casar de novo? Vai, mas só depois de sair da cana. Pode falar com a mídia? Nem lascando! Pode dormir em casa? Que nada – tem mesmo é de ficar preso na Polícia Federal!
Se Bolsonaro telefonar para Lula pedindo ajuda, Lula – que nunca se rebaixou a isso – poderia responder: “Você vai apodrecer na cadeia”.