Do site Brasil 247, com texto de Paulo Emílio:
Em reunião com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), realizada na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) revelou que incumbiu o chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), de acelerar todos os acordos que atualmente estejam em análise ou com alguma pendência com a China. As informações são da coluna Radar, da revista Veja.
Segundo um assessor próximo do presidente ouvido pela reportagem, a orientação foi no sentido de que Brasil e China serão “irmãos no que der”. A aproximação entre os dois países, que já vêm intensificando laços nos últimos anos, ganha agora contornos estratégicos, sobretudo diante da política econômica adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs tarifas comerciais contra o Brasil.
Ainda conforme a reportagem, a ofensiva do governo brasileiro para diversificar parceiros e reduzir a dependência dos Estados Unidos também envolve a busca por mercados alternativos, inclusive entre concorrentes diretos de produtos norte-americanos. A estratégia pretende amenizar as perdas impostas a setores que não foram contemplados com isenções no tarifaço aplicado por Washington.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforçou esse alerta em comunicado entregue ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. O documento, assinado por Ricardo Alban, presidente da entidade, foi enviado em 21 de julho, mas só veio à tona nesta semana.
“Ora, se estas tarifas proibitivas persistirem, as indústrias brasileiras e americanas, impulsionadas pela necessidade econômica, serão forçadas a buscar mercados e cadeias de suprimentos alternativas. Isso não é uma ameaça. É uma realidade econômica”, afirma Alban no ofício de quatro páginas, de acordo com a reportagem.
Ele adverte ainda que “essa mudança significaria que o Brasil, uma nação agora com grande potencial econômico, seria levado a priorizar relacionamentos com outros parceiros globais”. Segundo Alban, isso resultaria em prejuízo bilateral. “A consequência? Desperdiçaríamos uma relação longeva e profícua entre as nossas nações, com um verdadeiro ‘perde-perde’ de mercados mútuos e oportunidades para futuros investimentos e parcerias com um aliado democrático chave no Hemisfério Ocidental”.