- Não se deve afirmar, contrariamente ao que acusam militantes de diferentes graduações da extrema-direita, que o Supremo Tribunal Federal tem errado em decisões relativas a Jair Bolsonaro. Que tem usado uma mão muito pesada. Também não se pode atribuir ao STF condescendência com o ex-presidente. Que, ao decretar apenas prisão domiciliar desse personagem, tenha usado mão muito suave. O mais justo é concluir que o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos procedimentos adotados em relação ao golpista-chefe de 8 de janeiro, não tirou nem pôs nada que não fosse da lei. Xandão, como admiradores e críticos o chamam, vem aplicando nada mais do que os remédios legais cabíveis para cada momento. A Constituição está sendo respeitada, assim como os códigos Penal e do Processo Penal vêm sendo rigorosamente cumpridos. O que não se cumpriu nem tem sido cumprida é a rigorosa submissão que cada cidadão precisa ter diante do Estado Democrático de Direito. E isso é problema de quem optou por confrontar a paz social e a boa política. Xandão vai mostrando assim, a quem ignora a realidade, que o crime não pode prosperar onde há Justiça.
O que vem por aí
Não é somente o futuro muito próximo que tem de ser avaliado por quem observa a política e a justiça. Será que os bolsonaristas vão de novo se amontoar diante dos quarteis? Será que vão invadir outra vez as sedes dos três poderes, quebrar tudo, pichar e fazer cocô nas salas? Vão riscar estátuas e debochar da lei? Ou vão bloquear rodovias?
Não tem volta
É improvável que se repitam crimes como os de 8 de janeiro, claro. Muitos dos bandidos que destruíram patrimônio público e espalharam terror foram engaiolados. O que se deve projetar é como as milícias golpistas se comportarão em 2026. O ano é eleitoral e, mesmo não gostando de Democracia, a extrema-direita terá de se render às regras. Simples assim.
E foi?
Há quem avalie que Bolsonaro forçou o STF a decretar a prisão domiciliar ele, criando assim uma narrativa política por não ter soluções jurídicas. Leia isso com muita, muitíssima cautela. Afinal, movimentos assim exigem inteligência e frieza.
Farsa ou tragédia
É de Karl Marx (foto acima) a observação de que a história só se repete como farsa ou tragédia – num paralelo com as formas teatrais. Que fique para olavistas e quetais a lição do velho, autêntico e respeitado pensador.
Troca de família
A propósito de farsa e tragédia, o deputado Carmelo Neto (PL) quer aproveitar o restinho de influência que acha que a direita radical ainda tem. E está requerendo à Assembleia do Ceará se identificar com o nome parlamentar de “Carmelo Bolsonaro”. Vovô Carmelo que se dane.
Queda de braço
Enquanto a direita extrema tenta mudar de nome, a deputada Larissa Gaspar (PT) está solicitando da Alece moção de apoio ao ministro Alexandre de Moraes. Ela avalia que fortalecendo o magistrado estará se reforçando a Democracia e as instituições. E está certa.
Que lembrança!
O extremismo de Fortaleza marcou para 7 de setembro ato pró-Bolsonaro. Foi nessa data que, em 2022, na praia de Copacabana (RJ), o então presidente chamou Alexandre de Moraes de “canalha”, na frente de 400 mil seguidores, e disse que não mais cumpriria decisões do ministro. Agora, está preso. Justo por ordem do “Xandão”.
Subo neste palco
O vereador Benigno Jr. (PSD, foto acima) está propondo que a Prefeitura de Fortaleza institua programa cultural denominado “Arte no Meu Bairro”. A proposta aponta para a valorização de talentos das comunidades e que, não raro, ficam à margem das políticas e iniciativas do setor.