Da Rede Lado, articulação de operadores do Direito na área trabalhista:
No primeiro mês do “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, que aplicou uma sobretaxa de 50% sobre as exportações de produtos brasileiros, a balança comercial do Brasil registrou um superávit de 6,133 bilhões de dólares em agosto, um aumento de 35,8% em relação ao mesmo período de 2024. Este foi o melhor resultado para um mês de agosto desde 2023, quando o superávit atingiu 9,63 bilhões de dólares.
“Diante dos ataques de Donald Trump contra a nossa soberania nacional, apoiado por parlamentares da extrema direita que buscam livrar Jair Bolsonaro e aliados de responderem por crimes pelos quais são réus no STF, entre eles tentativa de golpe de estado, o governo brasileiro busca novos mercados e adota medidas efetivas para proteger o setor produtivo, os empregos e a renda dos brasileiros. Prova disso são os números da nossa balança comercial após um mês de tarifaço, além do fato de a taxa de desemprego ter caído para 5,8% no segundo trimestre, o menor nível da série histórica”, analisa a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro.
Em agosto, as exportações totais do Brasil somaram 29,86 bilhões dólares, enquanto as importações alcançaram 23,72 bilhões de dólares. Em relação aos Estados Unidos, as exportações brasileiras registraram queda acentuada de 18,5% frente ao mesmo período do ano anterior. No acumulado dos oito primeiros meses de 2025, o Brasil registrou um déficit comercial de 3,48 bilhões de dólares com os Estados Unidos, representando um aumento de 370% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar da diminuição nas vendas para os Estados Unidos, o Brasil observou um crescimento significativo nas exportações para outros grandes parceiros comerciais em agosto, comparado a agosto de 2024. As vendas para a China subiram 29,9%, para o México avançaram 43,82%, e para a Argentina cresceram 40,37%. Outros mercados que registraram crescimento incluem Índia (+58%) e Reino Unido (+11%).
Plano Brasil Soberano
Em resposta ao anúncio do presidente Donald Trump a respeito da aplicação das altas taxas aos produtos brasileiros, o governo federal anunciou o Plano Brasil Soberano em 13 de agosto, uma iniciativa para proteger o setor produtivo e os trabalhadores brasileiros dos impactos do tarifaço. O plano é estruturado em três eixos principais: apoio ao setor produtivo, proteção aos trabalhadores e abertura de novos mercados. Entre as medidas estão a liberação de 30 bilhões de reais em crédito, ampliação de linhas de financiamento para exportações e a diversificação de mercados compradores.