A Coluna do Roberto Maciel (terça, 7.10): “Nós e o metanol: remédio deve ser sanitário, policial e fiscal”

Há no País uma epidemia de medo, isso é inquestionável. A falsificação e venda de bebidas contaminadas por metanol, com riscos de sequelas gravíssimas para quem as consome, inclusive a morte, tem gerado real pânico na sociedade. Desde a pandemia da covid-19 não se testemunhava temor tão intenso – poder-se-ia chamar de “medo sólido”, embora se trate de líquidos. Ontem, o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou que o Estado do Ceará vai receber (se já não estiver recebendo) doses de antídoto comprado pelo governo Lula para ser administrado a quem eventualmente tiver sido afetado. Esse é, de fato, o caminho certo no momento atual. Contudo, é necessário que, além das medidas na saúde, se tomem providências nos meios fiscal e policial. Fortalecer ambos os setores é, mais do que ação comezinha, débito que quaisquer estados e municípios precisam quitar urgentemente – aliás, tivessem adotado antes estratégias assim certamente não estaria sendo imposto às gestões o corre-corre medonho como o que se vê agora.

Diferença
As redes sociais já se tocaram: com 16 casos confirmados de envenenamento por metanol, o governo Lula já comprou antídoto. Com 200 mil mortes por covid, o governo de Bolsonaro fazia negócios com uma fábrica de vacinas fake na Índia.

A micareta do Raimundo

Anunciado pelo vereador Aguiar Toba (PRD) como finado, o comerciante Raimundo Oliveira Araújo – ou “Raimundo do Queijo”, personalidade queridíssima e respeitadíssima na cidade, além de vivíssima – fazia tempo que não via faturamento tão bacana no mercadinho/bar/queijaria que mantém no Centro de Fortaleza. A “procissão” feita por amigos e admiradores domingo passado só se comparou com os festejos de Carnaval que são feitos por lá. Em frequência e alegria.

Milagres do Toba
No fim das contas, quando o Toba soltou a fake news da “morte” ninguém imaginava que outros milagres estavam para ser obrados: aumentou a rentabilidade do negócio, deu ampla visibilidade ao comerciante e juntou no mesmo local gente que não se encontrava havia anos, assim como adversários esportivos e políticos. Todos juntos para dar “Viva!” a Raimundo.

Geração prateada
O IBGE calcula que em 2046, pessoas com 60 anos de idade ou mais poderão ser o maior grupo populacional do País. Esse contingente deverá chegar, então, a 28% dos brasileiros. Hoje, já soma 32,1 milhões de pessoas – ou 15,6% da população. Mais: em 2070, a proporção pode chegar a 37,8%. Isso significa que mais de um terço dos brasileiros será idoso. Que Aguiar Toba seja informado disso, por fineza.

Nos boxes
Já está sendo abastecida, tendo os pneus calibrados e os motores aprumados a 39ª edição do Rally Cerapió, que começa no Ceará e termina no Piauí. A competição, que será realizada de 25 a 30 de janeiro próximo, prevê percurso de mil quilômetros. É considerada a maior prova de regularidade automobilística da América Latina.

Os de cá e os de lá
O Cerapió não põe na pista só pilotos e copilotos brasileiros. Há nomes internacionais que anualmente vêm se testar nas trilhas difíceis do Nordeste. A prova é um autêntico mergulho em diversidade cultural, natural e econômica. Aliás, uma verdadeira acelerada.

21 desafios
Para 2026, pilotos cruzarão 14 municípios cearenses – Aracati, Morada Nova, Chorozinho, Barreira, Baturité, Mulungu, Capistrano, Aracoiaba, Canindé, Iracema, Forquilha, Sobral, Frecheirinha e Tianguá – e sete no Piauí – São João da Fronteira, Piracuruca, Batalha, Barras, Cabeceiras, José de Freitas. A chegada será em Teresina.

Por trás
As sacolejadas não se limitam aos carros. A economia também se movimenta. Virão em 2026 participantes de 22 estados brasileiros e competidores internacionais, somando 500 inscrições em todas as modalidades. Estima-se que serão consumidas 450 passagens aéreas, além de 30 mil litros de combustível. As equipes e a organização deverão ocupar 8 mil leitos em hotéis e pousadas.