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Bolsonaro rebaixado de posto: antes queria ser Herodes; agora, não passa de Pilatos

Por Roberto Maciel, jornalista:

Os bolsonaristas católicos e evangélicos são extremamente apegados a personagens bíblicos. Alguns até “falam” em línguas incompreensíveis, supostamente mortas ou que seriam de “anjos” – há quem os defina como “fanáticos”. Muitos são autoridades em nomes pouco ou nada conhecidos de quem está fora da cristandade. Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias, por exemplo, não são um time de futebol com o técnico, mas referenciados como “profetas menores”.

Isso posto, venho informar a crentes e descrentes que Jair Bolsonaro não é mais o mesmo. Apesar de ter perseguido, voluntariamente ou não, uma equiparação com Herodes, o Grande (esq.), rei da Judéia, o ex-capitão foi rebaixado. Agora é comparável a Pôncio Pilatos (dir.), desimportante governador ou prefeito da mesma Judéia.

Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, reunidos domingo passado, deram conta de colocá-lo no devido e irrelevante lugar.

Herodes é aquele a quem se atribui o gigantesco infanticídio dos inocentes – primeiros mártires, vítimas da loucura de um monarca que se achou ameaçado pela chegada de um novo “Rei dos Judeus”, conforme profecia apresentada a ele.

Cerca de 10 mil meninos teriam sido mortos por ordem dele.

Já a Bolsonaro atribui-se a responsabilidade pela morte de mais de 711 mil brasileiros, acometidos pela covid-19. O ex-presidente, que negou vacinas à população e chamou o sofrimento de doentes e familiares de “mimimi” e “frescura”, não admite o crime, embora seja citado como autêntico genocida.

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Pilatos, noutra posição, nada mais fez que merecesse citação bíblica além de ter sido o juiz que se amofinou, que covardemente lavou as mãos diante dos fariseus e os apoiou na condenação de Jesus Cristo a morrer na cruz, torturado por militares, vilipendiado por detratores e humilhado pela desinformada opinião pública.

Cabe a Pôncio Pilatos uma última lembrança, porém: apenas a de ser citado na oração do Credo – “padeceu sob Pôncio Pilatos”, diz um trecho que se refere a Jesus Cristo.

Bolsonaro apareceu, também sem destaque, na conversa de Lula com Trump. E só – entrou nessa conversa como Pilatos entrou no Credo.

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Trinta e três anos separam o crime de Herodes e a omissão de Pilatos. Bolsonaro não precisou de tanto para descer aonde desceu. 

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