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Poupança mantém popularidade, mas faz brasileiro perder poder de compra em cenário de inflação elevada

A caderneta de poupança segue como o investimento mais popular do país, mas seu rendimento tem ficado atrás da inflação e de outros produtos de renda fixa. Em um cenário de juros altos e preços em alta, a educadora financeira Adriana Ricci, fundadora da SHS Investimentos, alerta que manter dinheiro na caderneta significa perda real de poder de compra e evidencia a falta de planejamento financeiro de grande parte da população.

Segundo a pesquisa “A relação dos brasileiros com o dinheiro”, da Nexus, realizada em 2025, 55% das pessoas das classes A, B e C não têm nenhum tipo de planejamento financeiro. O estudo mostra ainda que seis em cada dez brasileiros se dizem preocupados com o futuro das próprias finanças, mas continuam apostando na poupança pela familiaridade e facilidade de acesso.

Dados do Banco Central apontam que a poupança rendeu 0,67% ao mês em setembro. No mesmo período, o IPCA acumulou alta de 5,17%, enquanto a taxa Selic está em 15% ao ano. Na prática, o rendimento da poupança ficou muito abaixo do que o investidor poderia obter com alternativas de renda fixa.

Para Adriana, a preferência pela poupança reflete a cultura de investimento no Brasil. “Há uma memória coletiva de que a poupança é sinônimo de segurança, mas o contexto mudou. Hoje, quem mantém recursos lá está, na verdade, perdendo poder de compra. É um investimento com liquidez, mas sem rentabilidade real”, afirma.

Entre as alternativas igualmente seguras à poupança estão o Tesouro Selic, que acompanha a taxa básica de juros e oferece liquidez diária. Os CDBs de liquidez diária, com cobertura de até 250 mil reais por instituição pelo FGC e rendimento superior ao da caderneta. As contas digitais com rendimento automático, que aplicam o saldo em produtos de renda fixa de baixo risco sem burocracia. E os fundos simples de renda fixa, que permitem diversificação mesmo com valores menores, com gestão profissional e liquidez relativamente rápida.

A especialista, com 25 anos de atuação no mercado financeiro, explica que o perfil conservador ainda domina o comportamento financeiro do brasileiro. “O investidor médio se sente mais seguro em ver o dinheiro crescer lentamente, mas em um ambiente conhecido. A falta de informação e a aversão ao risco fazem com que muitas pessoas ignorem opções igualmente seguras e mais rentáveis, como Tesouro Selic e CDBs protegidos pelo FGC, que oferecem liquidez e segurança”, diz.

Além disso, a persistência na poupança evidencia a necessidade de educação financeira. “Mesmo com alternativas de baixo risco e maior retorno disponível, muitas pessoas priorizam conveniência em detrimento de rendimento. No longo prazo, essa escolha corrói o patrimônio e limita o crescimento financeiro do investidor”, conclui.

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