PORTAL INVEST NORDESTE_900x90

Aliança Global completa um ano e anuncia avanços na luta contra a fome e a pobreza

A fome e a pobreza não são inevitáveis. São, como disse o presidente Lula, resultado de escolhas políticas. E se são escolhas, podemos fazer escolhas diferentes”, frisou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate, Wellington Dias. A afirmação foi feita na Primeira Reunião de Líderes da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em Doha, Catar. O encontro reuniu representantes mundiais e CEOs dos mais de 200 membros da instância para uma série de anúncios, além de avaliar o progresso global em direção aos objetivos da Aliança, destacar as conquistas ocorridas nos últimos anos e emitir orientações para os membros.

Na abertura, o ministro fez um breve balanço da trajetória da Aliança Global, desde o se lançamento, durante a presidência brasileira do G20, no Rio de Janeiro, em 2024. Atualmente a instância conta com mais de 200 membros — 105 países e 96 organizações internacionais, instituições financeiras, agências da ONU e organizações da sociedade civil. “Em doze meses, transformamos uma promessa em um mecanismo vivo de solidariedade, coordenação e ação”, comentou Wellington Dias, que também é copresidente da Aliança Global.

Em seu discurso, Dias lembrou de conquistas, como a construção da Cesta de Políticas da Aliança, com 51 categorias de programs e 70 exemplos de implementação nacional. Além disso, mencionou a criação do Conselho de Campões, parte da governança da Aliança que reúne representantes de alto nível de até 50 membros; e o lançamento da Iniciativa de Planejamento Acelerado (Fast Track), processo para transformar planos nacionais em parcerias concretas.

“Em março, 13 países prioritários começaram a desenvolver programas nacionais de grande escala baseados na Cesta de Políticas. Entre março e julho, nove países validaram seus pré-planos e os apresentaram aos membros da Aliança. Até o momento, recebemos 85 Manifestações de Interesse de Membro”, lembrou.

O ministro também fez um chamado: “A partir de hoje, qualquer país-membro poderá solicitar a ajuda dos demais membros, com apoio do nosso Mecanismo da Aliança, em um processo de construção de parcerias totalmente baseado na demanda. A Aliança está aberta, pronta e em operação”, contou. “A Aliança somos todos nós, e sem a ação de todos ela não alcançará nossos objetivos”, completou.

No evento, Wellington Dias pontuou ainda que o crescimento da pobreza e da fome foi estancado e destacou alguns progressos, como os ocorridos no Brasil. “Desde 2023, retiramos 24,4 milhões de pessoas da fome e 7,6 milhões da pobreza, graças a políticas baseadas em evidências e à disposição do Presidente Lula de incluir os pobres no orçamento. Em julho de 2024, saímos oficialmente do Mapa da Fome da ONU pela segunda vez — antes da meta que havíamos estabelecido para 2026”, celebrou.

Avanços

Um ano após seu lançamento, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza demonstrou que um novo modelo de cooperação internacional ganha força, com quatro países anunciando planos de implementação com diversos parceiros para programas nacionais em larga escala.

Na ocasião, os governos da Etiópia, Haiti, Quênia, Palestina e Zâmbia apresentaram parcerias que reúnem instituições financeiras internacionais, doadores bilaterais, agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e entidades filantrópicas em torno de programas nacionais de combate à fome e à pobreza, abrangendo proteção social, agricultura, nutrição e resiliência climática. Os anúncios marcam os primeiros resultados concretos da Iniciativa Fast-Track (Acelerada) da Aliança, lançada há apenas nove meses.

Os países obtiveram compromissos nas áreas de financiamento, conhecimento e apoio à implementação dos planos. São novos recursos e realocação de fundos provenientes do Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), FIDA, e de parceiros bilaterais como Brasil, Alemanha, Índia, Espanha e Reino Unido. Além disso, há cooperação técnica de agências da ONU, instituições de pesquisa e organizações da sociedade civil. Também há implantação de tecnologias sociais comprovadas, capacitação de sistemas governamentais e cooperação Sul-Sul.

  • Veja aqui os detalhes das parcerias

“O impacto do trabalho da Aliança vai além da primeira onda de países do Fast Track”, disse Wellington Dias, Ministro do Desenvolvimento Social do Brasil e copresidente da Aliança. “Ela recolocou a luta contra a fome e a pobreza no mapa e na agenda global. Países de todo o mundo estão fortalecendo seus programas e planos, gerando inclusão econômica e empregos. O próprio Brasil é um exemplo, tendo retirado 24,4 milhões de pessoas da fome e 7,6 milhões da pobreza desde 2023, graças a um conjunto de políticas baseadas em evidências e à disposição do presidente Lula de incluir os pobres no orçamento”, afirmou Wellington Dias, que também é copresidente da Aliança Global.
No encontro, Eva Granados, secretária de Estado para a Cooperação Internacional da Espanha e copresidente da Aliança, destacou a abordagem inovadora da iniciativa. “O que estamos vendo hoje não é o de sempre. Trata-se de países liderando com seus próprios planos e prioridades, e da comunidade internacional se alinhando a eles com apoio coordenado. É assim que aceleramos o progresso, não por meio de projetos fragmentados, mas com parcerias integradas que fortalecem os sistemas nacionais e geram resultados em grande escala.”

Granados também enfatizou o papel de liderança e o compromisso da Espanha na luta contra a fome e a insegurança alimentar, com uma abordagem baseada em direitos e uma perspectiva feminista de gênero, que se refletirão no lançamento, no próximo ano, de uma nova Estratégia de Cooperação sobre o Direito à Alimentação.

Annalena Baerbock, presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, enfatizou que mais de 600 milhões de pessoas passam fome no mundo e falou sobre a importância do trabalho conjunto. “No mundo de abundância, o direto de todos a comer é possível. Precisamos passar das declarações para as soluções; esse mundo está ao nosso alcance se trabalharmos juntos”, disse.

Perspectivas Futuras
Além dos países que anunciaram parcerias nesta segunda-feira (3.11), vários estão avançando no processo Fast-Track. São ele Camboja, República Dominicana, Indonésia, Palestina, Ruanda e Tanzânia, entre outros.

Países adicionais, como Somália, Cuba e Líbano, manifestaram interesse em participar das próximas etapas da Iniciativa Fast-Track.

A Aliança Global e a COP3

Outro ponto destacado na reunião foi a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática, que é preparada pelo Conselho de Campeões e será endossada por Chefes de Estado durante a COP30, no Brasil.

O documento destaca que os piores impactos das mudanças climáticas recaem sobre os mais pobres e vulneráveis. Além disso, propõe uma transição climática justa, que proteja seus direitos e fortaleça sua resiliência.

Aliança em números
200+ membros: de 148 membros fundadores em novembro de 2024 para mais de 200 atualmente, incluindo mais de 100 países.
14 pré-planos nacionais: desenvolvidos por 12 países para programas nacionais em grande escala.
9 planos validados: oficialmente endossados por governos nacionais e abertos a parcerias.
85+ ofertas de parceria: manifestações de interesse recebidas de instituições financeiras internacionais, doadores bilaterais, agências da ONU e fundações filantrópicas.
4 países em implementação: Etiópia, Haiti, Quênia e Zâmbia avançaram para mesas redondas nacionais e anúncios de parceria.
2 iniciativas da Plataforma de Sevilha: lançadas na Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento para mobilizar financiamento integrado em prol da fome, pobreza e ação climática.

Sobre a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Lançada na Cúpula do G20 no Brasil, em 18 de novembro de 2024, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza cresceu de 148 membros fundadores para mais de 200 em apenas um ano — incluindo mais de 100 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, 9 instituições financeiras internacionais e mais de 30 organizações filantrópicas e não governamentais.

O objetivo da Aliança é acelerar o progresso em direção aos ODS 1 e 2 (erradicação da pobreza e da fome) por meio de apoio coordenado dos seus membros a políticas e programas nacionais de grande escala baseados em evidências.

Um objetivo-chave que orienta a Iniciativa Fast-Track e o trabalho da Aliança nos países é a implementação dos seis “Sprints 2030” — esforços ousados e coletivos para ampliar políticas e programas comprovados do Cesto de Políticas da Aliança.

A Aliança é governada por um Conselho de Campeões, composto por representantes seniores de até 50 países e organizações membros e copresidido pelo ministro Wellington Dias e pela secretária de Estado Eva Granados. A instância conta ainda com o Mecanismo de Apoio, liderado pelo diretor Renato Domith Godinho, com equipes e pontos focais sediados no Brasil, Etiópia, Itália, Estados Unidos e Tailândia.

Compartilhe o artigo:

ANÚNCIOS

Edit Template

Sobre

Fique por dentro do mundo financeiro das notícias que rolam no Ceará, Nordeste e Brasil.

Contato

contato@portalinvestne.com.br

Portal InvestNE. Todos os direitos reservados © 2024 Criado por Agência Cientz