Festejemos Adísia!

Por Roberto Maciel, jornalista:

Adísia Sá, jornalista, radialista, professora, militante de causas feministas e da política progressista, completou sexta-feira passada 96 anos de idade. Adísia é um símbolo moral e profissional que a sociedade cearense tem de ostentar com orgulho por tantos momentos vencidos. Intensa, forte, direta, destemida e atrevida, ela soma virtudes a uma vaidade inescondível. Tem defeitos, sim, claro que tem. Há quem não goste dela? Há, sim, não tenho dúvidas de que não agrada a todos, mas estou escrevendo aqui mesmo é para saudá-la, não para criticá-la.

Não fui aluno de Adísia no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará, onde estudei entre 1983 e 1988 para a profissão que abraçaria pelo resto da vida. Mas fui orientado por ela – pelo rigor e pela dedicação ao jornalismo que Adísia Sá sempre atribuiu a si – no ano que cumpri como ombudsman do jornal O Povo.

Convidado em 2002 por Demócrito Dummar, presidente da empresa, entreguei-me em 2003 à tarefa de representar os leitores perante a Redação, a direção, aos executivos e – máxima honra – os próprios leitores. Adísia Sá, a primeira ombudsman do jornal O Povo e, depois, da rádio O Povo, não me faltou nos perrengues: tirei dúvidas com ela, levei ponderações, esclareci posições e até mesmo a contestei. Fui recebido sempre com atenção e gentileza.

(parênteses rápidos: foram Adísia e o também professor Francisco Auto Filho, filósofo e ex-secretário da Cultura do Ceará, que levaram a proposta da implantação das funções de ombudsman no O Povo. Foram mãe e pai de uma iniciativa de valor incalculável. Embalaram a criança e a levaram à maturidade).

Tivemos, juntamente com a professora da UECE Fátima Vilanova e o apoio de Demócrito, a oportunidade de organizar e escrever o livro “Ombudsmen/ouvidores: transparência, mediação e cidadania”. Participamos de debates e conferências, expusemos a experiência de dar voz ao público e de validar a relevância com que deve ser tratado sempre quem dá vida e razão à Imprensa.

Pois Adísia deu-se a mais um ciclo de vida. Continua vitoriosa – já não tão rápida nem tão aguda, mas com uma história luminosa que supera simpatias e queixas, antipatias e elogios.

Celebremos, portanto, a professora. Festejemos a vida!

*** ***

P.S.: Se o leitor tiver mais curiosidade sobre o que Adísia é, sobre a dimensão que tem, sugiro a leitura de biografia escrita por Luiza Helena Amorim, editada pela Omni. Encontrei o texto aqui.

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