Por Tuty Osório, jornalista e escritora:

Internet é terra de facilidades e de confusões. Semana passada foi compartilhado nos grupos de whatsapp um vídeo onde o Secretário Geral da ONU, Antônio Guterres (na foto acima), o português, – como gostava de dizer meu pai-, proferia a sua homenagem à língua, a propósito do dia mundial. Pesquisando no amigo ( às vezes da onça!!!) Google, aparece dia 5 de maio como sendo o dia internacional, sem referência às Nações Unidas. Óbvio que uma investigação mais cuidadosa nos levaria ao consenso de uma data, só que resolvi deixar isso pra lá e acreditar que todos os dias são válidos para valorizar tal tema.
Pois que seja hoje. E os outros que cada qual quiser escolher. São cerca de 350 milhões de falantes da língua portuguesa, pelos 5 continentes, entre os que habitam países onde o português é a língua oficial. Além das comunidades lusófonas organizadas no Canadá, Estados Unidos, Austrália, França, para citar apenas algumas. Macau na China. Goa na Índia. Até um pequeno recanto da Malásia, em Málaca, abriga uma espécie de parente, uma variedade de crioulo, remanescente da presença portuguesa na região. Na década de 80, do XX, a TV estatal RTP produziu um Programa de nome Portugal Sem Fim que rastreava essa passagem, e o que dela ficou, em cada lugar.
Sem dúvida que é no Brasil que se encontra a maior parte. Foi daqui que partiu o primeiro prêmio do Cinema falado em português, o Oscar por Ainda Estou Aqui e o Globo de Ouro para Fernanda Torres. Alguns estudiosos enfatizam o brasileiro, sendo que o que importa é o espaço que as culturas, desses mundos das pátrias que se consolidam em falas, ocupam, cada vez melhor. Em 2022 o crítico, tradutor, professor e pesquisador de linguística Caetano Galindo lançou a história dessa Flor, alimentando a polêmica da ancestralidade galega e latina, esclarecendo a proximidade com o espanhol, o francês, o italiano e o romeno, desmistificando a origem vulgar, porque das ruas e praças, da erudição irmanada à expansão.
Um mapa que faz com que a gente se encontre, exatamente, depois de se perder. Trocadilho perdoado, verão que não haveria outro modo de dizer.
INFORMAÇÕES:
LATIM EM PÓ, por Caetano Galindo, Companhia das Letras, reeditado em 2023.
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Tuty Osório é jornalista, especialista em pesquisa qualitativa, e escritora.
São de sua lavra QUANDO FEVEREIRO CHEGOU (contos de 2022); SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA (quadrinhos com desenhos de Manu Coelho de 2023) e MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA, dez crônicas, um conto e um ponto (crônicas e contos, também de 2023).
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SÔNIA VALÉRIA, A CABULOSA
QUANDO FEVEREIRO CHEGOU
MEMÓRIAS SENTIMENTAIS DE MARIA AGUDA
Em dezembro de 2024 lançou AS CRÔNICAS DA TUTY em edição impressa, com publicadas, inéditas, textos críticos e haicais.

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