Sextou e o bolsonarismo está (cada vez mais) desesperado!

Por Roberto Maciel, jornalista:

Escutei hoje cedo, sexta, 21.11, num programa de rádio – na rede de emissoras que transmite a programação da paulista Bandeirantes – um diplomata tentando por abaixo a avaliação de que a instituição à qual pertence, o Ministério das Relações Exteriores, e o nada tiveram a mesma importância na decisão de Donald Trump de eliminar o tarifaço sobre produtos do agro e de outros setores brasileiros. A ordem de Trump desfez as sobretaxas de 40% impostas a parte volumosa da produção brasileira.

Fiquei bobo – mais do que já sou, evidentemente.

Rubens Barbosa, ex-embaixador nos EUA: 'Assunto é técnico; politizar é erro'

Chama-se Rubens Barbosa (foto), o entrevistado. Colocou sob uma pá de cal as ações dos colegas de Itamaraty, deu-lhes a triste e patética condição de zero à esquerda. Menosprezou com ares de arrogância implacável negociações feitas entre os Brasil e os EUA, tirando desses esforços qualquer relevância que possam ter. Isso em rede nacional, num programa de grande audiência e de muita credibilidade.

“Do ponto de vista da negociação bilateral, não avançou nada. Nada foi marcado”, disse a “autoridade”.

Rubens Barbosa é dono de alentado e invejável currículo, sempre relacionado ao tucanismo e ao neo-liberalismo. Faz atualmente trabalhos para a Fiesp e, como se nota, tenta dar algum verniz de conhecimento às bobagens que bolsonaristas espalham.

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Foi com a mesma propriedade que o deputado fugitivo Eduardo Bolsonaro, que chama para si a imposição do tarifaço contra os brasileiros, se referiu ao assunto: “É preciso ser claro: a diplomacia brasileira não teve qualquer mérito na retirada parcial dessas tarifas de hoje”.

Entenderam? O roteirista que escreveu a fala do diplomata Rubens Barbosa parece ter sido o mesmo que assina a do “zero-três” de Bolsonaro.

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Quer mais?

“Assim como beneficiou outros países, a decisão dos EUA decorreu apenas de fatores internos, especialmente a necessidade de conter a inflação americana em setores dependentes de insumos estrangeiros”, disse Eduardo Bolsonaro.

Já Rubens Barbosa emitiu a opinião seguinte: “A retirada da tarifa de 40% imposta pelos Estados Unidos a parte dos produtos brasileiros ocorreu por interesse exclusivo de Washington”. O ex-embaixador se apresenta como presidente Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior e do Centro de Estudos de Defesa e Segurança Nacional.

Há traços comuns entre Rubens Barbosa e outros bolsonaristas – pelo menos os que conhecem o significado de siglas internacionais: ele despreza a mediação promovida por entidades com a Organização Mundial do Comércio nas relações comerciais entre nações. É como o desprezo que outros da extrema-direita dedicam à Organização Mundial de Saúde no tocante a vacinas. Barbosa também não larga nenhuma oportunidade de xingar o governo Lula, no qual enxerga “razões ideológicas” na tomada de decisões.

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A minha avaliação tem uma só base: o bolsonarismo está impregnado em diferentes áreas do País. Está contaminando o bom-senso e inteligência. Destrói as células da razão, degenera a história, infecta a mais básica noção de cidadania. Apodrece o sentido de coletivo que cabe a um país.

O Brasil precisa de uma desintoxicação. E como!

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