Mais um “castigo” de Xandão para Michelle: acompanhar Bolsonaro no pós-operatório

Do site Revista Fórum:

Condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) vai deixar a cela na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília na manhã desta quarta-feira (24) pela primeira vez após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que o ex-presidente realize uma cirurgia nesta quinta-feira, dia de Natal, para tratar hérnia inguinal bilateral.

Na decisão, Moraes autoriza Michelle Bolsonaro (PL) a acompanhar o marido, permitindo que o casal passe a noite de Natal juntos em uma suíte do Hospital DF Star, um dos mais luxuosos da capital. O ministro, no entanto, vetou a presença dos filhos Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que foi às redes incitar a narrativa de perseguição e vitimismo do clã.

No documento, divulgado terça-feira (23), Moraes autoriza “a presença da esposa do custodiado, Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, como acompanhante durante toda sua internação, observadas as regras do hospital” e ressalta que “as demais visitas somente poderão ocorrer com prévia autorização judicial”.

O ministro também proíbe a entrada de computadores, telefones celulares ou quaisquer dispositivos eletrônicos no quarto do hospital.

“A Polícia Federal deverá providenciar a completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem como do hospital, mantendo equipes de prontidão. A Polícia Federal deverá garantir, ainda, a segurança e fiscalização 24 (vinte e quatro) horas por dia, mantendo, no mínimo 2 (dois) policiais federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender necessárias dentro e fora do hospital”, diz Moraes na decisão.

Bolsonaro deve deixar a cela na PF pela manhã e será levado, conforme orientação de Moraes de “maneira discreta” até a garagem do hospital, para evitar assédio da mídia e de apoiadores.

Narrativa
A defesa do ex-presidente entrou com requerimento nesta terça-feira (23) para que ele seja internado nesta quarta-feira (24) e passe pela cirurgia para tratar uma hérnia inguinal na quinta-feira (25), dia de Natal.

“A fim de que cirurgia indicada pela equipe médica e confirmada pela perícia realizada pela Polícia Federal seja realizada, e conforme agenda da equipe médica responsável pelo procedimento cirúrgico, requer-se que o Peticionário seja conduzido e internado no hospital DF Star, na data de amanhã, quarta-feira, dia 24 de dezembro, a fim de que possa ser submetido aos exames necessários e preparatórios ao procedimento cirúrgico”, alegam os advogados.

A estratégia é fortalecer a narrativa de vitimização em torno do ex-presidente. Nesta terça, Bolsonaro cancelou de última hora uma entrevista que tinha marcada com um repórter do site Metrópoles.

Bolsonaro havia obtido autorização do ministro Alexandre de Moraes para conceder a entrevista, que seria realizada na sala de 12 metros quadrados onde está preso. O próprio ex-presidente quem escolheu o Metrópoles para conceder sua primeira entrevista desde que foi encarcerado.

Cerca de duas horas antes do horário marcado para o início da entrevista, contudo, o ex-presidente a cancelou, alegando “questões de saúde”. O aviso foi dado ao site Metrópoles através de um bilhete escrito à mão pelo ex-presidente.

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Não é a primeira vez que Alexandre de Moraes impõe medidas tidas como “duras” para Michelle Bolsonaro. Na semana passada, o ministro decidiu que ela poderá fazer visitas permanentemente ao presidiário.

A ex-primeira-dama costuma ter compromissos distantes dos do marido, com agendas partidárias e religiosas mais intensas do que os familiares. Sempre acompanhada de um maquiador, Michelle vem cumprindo com mais frequência compromissos públicos em cultos evangélicos e atividades do Partido Liberal – destacando-se a reunião em Fortaleza, em que destruiu pontes que ligavam os bolsonaristas a uma eventual candidatura de Ciro Gomes a governador do Ceará. Michelle repudiou firmemente uma aliança com Ciro, que chama Jair Bolsonaro e os filhos dele de “ladrões de galinhas”.

Adversários de Bolsonaro têm classificado as decisões de Moraes como “castigos” para Michelle Bolsonaro, considerando que a vida marital do casal estaria dando sinais de desgaste.

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