A Coluna do Roberto Maciel (quinta, 1º de maio): “Trabalhadoras e trabalhadores: um dia para redesenhar propostas e olhar para o futuro”

• Índices de desemprego não refletem unicamente a falta de ocupações para trabalhadores, mas também a eventual inação de gestões para atualizarem elementos que influenciam na qualificação da mão-de-obra e na diversificação das oportunidades. E o que é preciso, de vera, sintonizar o mercado com as habilitações de quem o pressiona. Há novas qualificações agora borbulhando em campos como os meios digitais e a tecnologia fina. E é importante que governos, prefeituras e empresas observem isso, sem, claro, tirar os olhos de atividades tradicionais que ainda têm representatividade econômica. Neste Dia da Trabalhadora e do Trabalhador (ou “Dia do Trabalho”, como se dizia em tempos sombrios), desponta ma ocasião propícia para que instâncias do poder público e da iniciativa privada se animem a redesenhar propostas e iniciativas, enxergando o futuro e investindo. Há conhecimento técnico e experiência para tanto. Basta, sem ironia, que se trabalhe.

Salto e saldo
No ano passado, o mercado de trabalho do Ceará teve saldo positivo de 56.231 vagas de trabalho formal – são aquelas regulares, que têm carteira assinada. O desempenho foi significativamente superior ao de 2023, quando criaram-se 52.156 vagas. O resultado conquistado em 2024 representa avanço de 7,81% em referência ao período anterior.

Soma
Nas contas do Governo do Estado, foram criadas na economia cearense, entre 2020 e 2024, 262.537 vagas de trabalho com carteira assinada. O período compreende três anos de Camilo Santana como governador e dois anos de Elmano de Freitas.

Queda
No País, o governo Lula conseguiu criar 654 mil vagas com carteira assinada. O contingente foi obtido mesmo diante de incertezas na economia mundial e com crises em setores como o agronegócio, atingido por alterações climáticas, e o comércio. Apesar da representatividade, o estoque é 9,8% menor do que o que se criou em 2024.

Sala de aula
Há um bom exemplo na cena local. É o da Cagece, empresa de economia mista que cuida do fornecimento de água e do saneamento básico. A companhia disponibiliza a cada mês cursos profissionalizantes gratuitos para a população. Isso tem nome: responsabilidade social. Atendimento ao cliente, eletricidade básica, informática básica, Excel e mecânica básica costumam estar no cardápio de opções.

Ruído
A pequena população da bucólica e cobiçada Guaramiranga, no Maciço de Baturité, está no meio do fogo cruzado entre a prefeitura e nomes pesos-pesados da economia do Estado. A gestão criou uma autarquia de meio ambiente, que deve ter influência considerável na ocupação de terrenos e em outros temas fundiários locais. O “PIB”, dono de portentosas mansões, não gostou.

Quem realmente interessa
Ontem, a Assembleia Legislativa realizou em Guaramiranga audiência pública para ouvir os dois lados da história. É possível que, para superar o impasse, cada polo precise abrir mão de convicções e interesses. Só quem não pode perder são os moradores e o ambiente. Esses, nunca.

Referência
O Centro Cultural Belchior, da Prefeitura de Fortaleza, na Praia de Iracema, realiza amanhã roda de conversa sobre a obra do jornalista, cronista e contista Guilherme Neto (1925-2014) – cujo nascimento completou 100 anos em 23 de abril. A atividade começa às 18h.