A Coluna do Roberto Maciel (quinta, 24.4): Big Brother Política – a falta de conteúdos gera discussões vazias

• Terminou nesta semana a 25ª edição do programa de TV Big Brother Brasil. “Ainda bem!”, devem ter dito, como sempre dizem, os que antipatizam; “que pena!”, devem ter reagido, como sempre reagem, os admiradores. O reality show se encerra com a primeira vitória de uma cearense, a bailarina Renata Saldanha, professora da escola de dança popular Edisca. E o que é puro suco de entretenimento bobalhão, alienante e alienado acabou invadindo a cena política. Bastou o prefeito Evandro Leitão (PT) anunciar que havia articulado com parceiros uma festa no espaço cultural Estoril para celebrar a conquista da moça de um prêmio superior a R$ 2 milhões para se tornar alvo de opositores que misturaram alhos com bugalhos para atacar a gestão. Mexeu na política como ainda não havia mexido nestes quatro meses de mandato. A artilharia apelou para a desinformação. “Por que os parceiros não compram remédios para os postos de saúde? Por que não investem em segurança? Não têm nada melhor para gastar dinheiro?”.

Queixa tatibitate
O fato é que Evandro Leitão enxergou uma boa chance de reforçar a comunicação e associar a marca da gestão a um evento de ampla exposição. Fez certo e apostou bem. E é fato também que as obrigações de governo não podem nem devem ser terceirizadas para o setor privado. A responsabilidade por medicamentos e outras atribuições ordinárias da gestão é exclusivamente pública. Se faltou sustentação à crítica, sobrou imaturidade. “Ainda bem” ou “que pena”?

Dançou!
Quem deu uma força de última hora a Renata Saldanha foi o senador cearense Luís Eduardo Girão (Novo). Ele espalhou vídeo as redes sociais criticando ácida e rancorosamente o apoio de Evandro e do governador Elmano de Freitas à bela. Pode ter sido, assim, decisivo para a enxurrada de 51% dos votos que a bailarina conquistou.

É Davi?
Passou na Comissão de Constituição e Justiça da Alece projeto do deputado David Ney Gonçalves De Macedo, o “Davi de Raimundão” (MDB), que torna obrigatório o atendimento de idosos, gestantes e pessoas com deficiências física no pavimento térreo de prédios públicos ou privados quando não houver elevadores. A ideia é boa. E é justa.

Que turma!
A empresa paulista G4 Educação, conhecida por opiniões de extrema-direita do dono, por posições misóginas e pela falta de pudor atacar direitos trabalhistas, fará amanhã encontro em Fortaleza. Será no Centro de Eventos. A G4 é controlada pelo empresário Tallis Gomes, deslumbrado com a chance de falar abobrinhas em podcasts. O ex-ministro Paulo Guedes coordena lá um curso sobre Economia.

Pets com patinhas
O Governo Federal lançou o SinPatinhas, sistema gratuito, com abrangência nacional, para registro de cães e gatos. O cadastro será feito pelo serviço na Internet Gov.br. Será gerado um RG único com dados do tutor, vacinas e localização. Calcula-se que há no País até 160 milhões de animais de estimação. Isso faz do Brasil o terceiro maior mercado do planeta.

Viva!
Da deputada Larissa Gaspar (PT): “Enquanto os bolsonaristas atacam o SUS, a gente defende o fortalecimento do sistema público de saúde que serve aos brasileiros e que é referência para o mundo. Todos sabem que o SUS está em muitos serviços utilizados pela população: vacinação, Samu, farmácia popular, unidades de saúde. O SUS salva vidas! Viva o SUS!”

Sujeitos de sorte

Hoje tem roda de conversa sobre o cantor e compositor Antônio Carlos Belchior. Será, e nada é mais cabível, no Centro Cultural Belchior, na Praia de Iracema, começando às 18h30min. Participarão o médico e poeta Manuel Fonseca, o historiador Evaldo Lima e o jornalista e pesquisador Alberto Perdigão. A entrada é gratuita. E será lançado no evento o livro Cartas para Belchior, coletânea de vários autores organizada por Nonato Nogueira.