A Coluna do Roberto Maciel (quinta, 4.12): Jair Bolsonaro praticou a “formação de família”

  • A família Bolsonaro não se comporta como grupo político. Está distante de ser um coletivo que se orienta por uma bússola racional e com bases e estratégias bem ou mal definidas. Aliás, nem passa perto disso: age sem planejamento, embora defina objetivos, e vai tentando levar intenções adiante do jeito que der, nunca projetando danos para si e para outros, nunca estimando consequências para atos e palavras. Foi assim sempre, o que se comprova numa rápida observação de episódios em que os bolsonaros aparecem. Foi assim quando Jair quis explodir quarteis e uma adutora. Quando colocou o filho de 17 anos para concorrer com a mãe nas eleições para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro – Carlos Bolsonaro, como se sabe, derrotou Rogéria e a expulsou do meio político. Também foi assim quando o patriarca se lançou candidato a presidente do Brasil – ganhou “no susto”, mais pelo esforço de apoiadores e fanáticos e pelo surgimento em cena de um personagem chamado Adélio Bispo. E, claro, teve o mesmo traço de desorganização quando resolveu dar um golpe de estado. Amargando cadeia, sentenciado a 27 anos e três meses de reabilitação para que, se possível, volte à sociedade como cidadão produtivo, Jair tem agora de manejar cordéis de fantoches para continuar aspergindo rancores e, assim, se julgar vingado.

Ciro Gomes não é um detrator de Bolsonaro; é, em vez disso, uma vítima
Em podcast com os youtubers “Igor 3K” (na verdade, Igor Rodrigues Coelho) e “Monark” (Bruno Monteiro Aiub), em 21 de junho de 2021, Ciro Gomes atacou acidamente o ex-presidente do qual tentou (ou tenta) se aproximar para faturar eleitoralmente. A revelou que tinha razões muito pessoais para criticá-lo: a perda de dois amigos de infância e adolescência para a covid-19. Assim falou sobre Bolsonaro: “Eu não perdoo esse cara nem a pau! Quem quiser perdoar, perdoe. Isso é um assassino!” Só que os laços afetivos do ex-governador do Ceará, admitamos, têm andado um tanto frouxos nos últimos tempos. Chamegar politicamente com o deputado federal André Fernandes (PL) e o estadual Alcides Fernandes (PL), além do ex-deputado Capitão Wagner (UB), faz mal à memória.

Grau
Chegaram à Câmara de Fortaleza, ainda na garupa das eleições de 2024, dois projetos do prefeito Evandro Leitão (PT) com jeitão de “compromisso de fio de bigode”. Ambos se referem a motociclistas de aplicativo e de entregas. No primeiro, a gestão propõe 50% de desconto no IPVA a trabalhadores que usam motos até 160 cilindradas. O outro visa à regulamentação dos serviços da categoria.

Como fazer
Há, na articulação de Evandro, um valor político para o campo progressista. É que motociclistas de aplicativos haviam sido engajados na conversa mole do bolsonarismo nas eleições de 2022 e de 2024. A manipulação da categoria em motociatas e atos da extrema-direita era frequente – e, em geral, paga com combustível e lanches.

“Merda” pra você!
Está apagando velinhas o Festival dos Inhamuns de Artes Cênicas. São 20 anos de palcos, ideias, luzes, sons. A 16ª edição será de 8 a 13 próximos, em Tauá. O evento tem a grife da Associação Arte Jucá e consolida a região como polo de fruição e formação artística do semiárido do Ceará. Em tempo: quem é do teatro sabe que o título desta nota não é xingamento, mas desejo de boa sorte.

Palmas
Neste ano, o Festival dos Inhamuns recebe atrações de 14 municípios cearenses, sete estados e cinco países. Essa legião se somará ao acumulado dos anos anteriores: mais de 830 apresentações e de 130 mil espectadores. Uma das propostas da iniciativa é a moeda social”Juká”, voltada para a economia local.

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