- Ele diz que é Messias, mas não faz milagre – pelo menos era assim que falava para explicar o porquê de não fazer nada contra a carnificina causada pela covid-19. Ou isso é modéstia ou mentira em estado bruto. Jair Messias Bolsonaro anunciou e cumpriu nesta semana abrir uma caminhada em Brasília em defesa da impunidade que reivindica para si e para cúmplices do golpe frustrado de 8 de janeiro de 2023. Seria somente mais um arranco do ex-presidente, agora inelegível. No entanto, ir contra o que seriam ordens médicas, mesmo tendo passado 22 dias na UTI de um hospital chique, não foi somente um gesto impensado. Mais do que isso, foi uma atitude desesperada para sustentar uma narrativa que amplia o golpismo. E para tentar usurpar uma frase que tomou conta da realidade oposta à dele: “Ainda estou aqui” – solto, ameaçador e falastrão. Pois é: ainda.
Enrolão
A presença da Bolsonaro num trio elétrico numa aglomeração de cerca de 4 mil pessoas (estimativa da PMDF) atenua a gravidade da mazela que diz ter, ofende os médicos e a equipe que o atenderam e depõe contra a confiabilidade do hospital onde se internou. Simples assim: tudo contra todos. E oferece à Polícia e à Justiça mais elementos que alimentam teses de que é fraudador de atestados médicos.
Era só conversa mole
Relevante: apoiadores do inelegível ex-presidente, os filhos, a esposa e ele mesmo atacaram o STF por uma oficiala de Justiça ter sido designada a intimá-lo no hospital. Tudo o que foi dito e rosnado, porém, deve ser desconsiderado. Fica o dito pelo não dito. Afinal, o próprio Jair Bolsonaro admitiu com a ida ao falido ato em Brasília.
Conectada
Ganhou texto novo projeto que criou a Semana Estadual de Mobilização e Conscientização sobre as Brincadeiras Perigosas. Por proposta da deputada Luana Régia (Cidadania), desafios letais – e agora comuns – na Internet foram incluídos na lei. O centro da atenção são crianças e adolescentes, mas educadores e pais também são destacados. As alterações já passam a vigorar nos eventos deste ano, que se realizam na primeira semana de junho.
Amor fraudado
A pegação político-afetiva entre o cirismo e o bolsonarismo vive um impasse. A mais nova adoção desse presumível casal, o pastor-deputado Alcides Fernandes (PL), é um dos cassados na Assembleia Legislativa por fraudar cotas femininas nas eleições de 2022. Ciro diz que sonha em votar no Alcides para senador. Com enganação e tudo, não faz mal, ele aceita.
Bloqueio na rede
O secretário-chefe a Casa Civil do Governo do Ceará, Chagas Vieira, não está deixando passar batido nenhum ataque à gestão de Elmano de Freitas (PT). Faz o que lhe cabe. Chagas tem ido às redes sociais e, como o bloqueador de vôlei, vem impedindo que prosperem as jogadas dos adversários.
O que vem por aí
Chagas virou, na política e no Palácio da Abolição, uma espécie de caçador de fake news. Já desmascarou notícias falsas do deputado Reginauro Souza (UB), do ex-prefeito Roberto Cláudio, do ex-governador Ciro Gomes (PDT) e do ex-deputado Wagner Sousa (UB). Agora, há aliados defendendo que parlamentares governistas sigam a mesma estratégia.
Mães com sabor de café
A comunidade de Canoa Quebrada oferecerá amanhã, no calçadão da rua principal – a chamada “Broadway” – café-da-manhã em homenagem às mães. A organização é coletiva e a festa ainda precisa de doações, como café, tapioca, cuscuz, frutas, manteiga, queijo, presunto, bolos, açúcar, salsicha, leite, ovos e achocolatado. O café começa a ser servido às 7h. Pousadeiros e donos de restaurantes estão dando uma força bacana.